Sistema EVITA identifica 2547 acidentes de lazer em locais ao ar livre em 2024 – INSA

28-07-2025

De acordo com o sistema EVITA (Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes), sistema integrado do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), ocorreram, durante o ano de 2024, 2547 episódios de acidentes de lazer com recurso ao serviço de urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em praias (69,5%), piscinas (12,3%), rios (5,0%), lagos/ribeiras/albufeiras (3,2%) e barragens (1,3%). Cerca de 37% dos acidentes ocorreram em crianças e jovens até aos 19 anos, numa maior proporção no sexo masculino (61,5%). Apenas 10% destes acidentes foram observados nas pessoas com 65 e mais anos.

De entre os mecanismos da lesão que mais contribuíram para o número de acidentes de lazer, as quedas destacaram-se com uma proporção de 45,7%. No entanto, de sublinhar a proporção de acidentes envolvendo como mecanismo principal o contacto com objeto, pessoa e, ou, animal (33,0%), e como lesão o corte e ou perfuração (11,4%), queimadura (2,1%) e afogamento (0,3%).

O dia da semana com maior frequência de acidentes de lazer foi o domingo (19,1%), e no período da tarde, entre as 15:00 (12,1%) e as 18:00 horas (10,7%). Os acidentes de lazer apesar de serem acontecimentos para os quais concorrem diferentes fatores, biológicos, sociais, ambientais e comportamentais, importa, para a sua prevenção, o reconhecimento deste fenómeno, bem como, dos perigos inerentes aos diversos locais comuns do dia-a-dia.

Os acidentes domésticos e de lazer constituem uma problemática de saúde pública de interesse para a população no geral, considerando sua magnitude, causa de sofrimento às vítimas e motivo de procura de serviços de saúde, nomeadamente o serviço de urgência. Com o início da época balnear, a preferência por locais ao ar livre, no contexto de atividades de lazer, em ambientes aquáticos, como, praias, piscinas, barragens ou rios, benéficos à saúde e bem-estar, pode estar associada à ocorrência de acidentes nesses locais.

Em Portugal, a notificação dos acidentes domésticos e de lazer é realizada através do sistema de vigilância EVITA, criado em 2000 sob a coordenação do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. O EVITA, que conta com a colaboração da entidade Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, bem como dos serviços de urgências das Unidades Locais de Saúde de todo o país, é um sistema de recolha e análise de dados sobre os acidentes domésticos e de lazer que implicaram recurso às urgências das unidades do SNS.


Infarmed participa nas primeiras avaliações clínicas conjuntas ao abrigo do novo regulamento europeu de Avaliação de Tecnologias de Saúde

28 jul 2025

O INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P., participa, desde o início de 2025, nas primeiras Avaliações Clínicas Conjuntas (ACC) e Consultas Científicas Conjuntas (CCC) ao abrigo do novo regulamento europeu de Avaliação de Tecnologias de Saúde (ATS). Este novo enquadramento estabelece que certos medicamentos e dispositivos médicos – como medicamentos oncológicos e terapias médicas avançadas (ATMP, na sigla em inglês) – passem a ser avaliados de forma coordenada a nível europeu, numa abordagem colaborativa e harmonizada.

Portugal é atualmente co-autor de uma das primeiras avaliações clínicas conjuntas europeias, relativa a um novo medicamento indicado para o tratamento do cancro do pulmão, reforçando o compromisso nacional com a avaliação rigorosa e célere de terapêuticas inovadoras.

“A participação de Portugal nas primeiras avaliações clínicas conjuntas europeias representa um marco importante. Este novo modelo de cooperação reforça a partilha de conhecimento entre estados-membros e assegura uma maior harmonização na avaliação de medicamentos inovadores, permitindo decisões mais céleres e informadas em benefício dos doentes”, comenta Mariane Cossito, responsável da Direção de Avaliação de Tecnologias de Saúde (DATS) do Infarmed.

O Infarmed é também responsável pela avaliação de um processo de consulta científica conjunta, na qual assume o papel de Co-Autor. Adicionalmente, tem participado ativamente nas fases de definição dos parâmetros PICO (População, Intervenção, Comparador e Outcomes), que estruturam as Avaliações Clínicas Conjuntas.

O novo enquadramento no âmbito do regulamento europeu promove a tomada de decisões mais robustas, equitativas e baseadas na melhor evidência científica disponível, impulsionando o acesso dos cidadãos a medicamentos inovadores de forma segura, eficaz e sustentável para os sistemas de saúde.