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Notícias em 19/05/2023

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COSI/COVID-19: Impacto da pandemia COVID-19 nos comportamentos associados ao estilo de vida de crianças em idade escolar – INSA

19-05-2023

No âmbito das atividades desenvolvidas no COSI Portugal – Sistema de Vigilância Nutricional Infantil, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), na sua qualidade de Centro Colaborativo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Nutrição e Obesidade Infantil, divulga os dados do estudo “COSI/COVID-19: Impacto da pandemia da COVID-19 nos comportamentos associados ao estilo de vida de crianças em idade escolar (COSI/COVID-19)”. Este trabalho foi realizado em 29 países da região europeia da OMS, tendo já recolhido dados de 13 países, entre os quais Portugal.

Coordenado cientificamente pelo Centro Colaborativo da OMS para a Nutrição e Obesidade Infantil do INSA, em articulação com o Gabinete Europeu da OMS para a Prevenção e Controlo de Doenças Crónicas Não Transmissíveis, este trabalho teve como objetivo conhecer e compreender o impacto da pandemia COVID-19 (2020-2022) nas rotinas diárias, bem-estar, hábitos e comportamentos alimentares, atividade física e comportamentos sedentários, variáveis socioeconómicas e perceção do estado nutricional de crianças em idade escolar, comparativamente ao período pré-pandémico (anterior a 2 de março de 2020).

Na Europa, esta iniciativa reuniu dados de cerca de 43000 famílias e crianças, sendo a maioria rapazes (51.9%) e crianças de 8 anos de idade (55,6%). Em Portugal, o estudo COSI/COVID-19 dirigiu-se a uma amostra representativa nacional de escolas públicas do 1ºciclo do Ensino Básico português (1EB), nas sete regiões do País (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Alentejo, Algarve, Madeira e Açores) tendo sido avaliadas 6205 crianças, dos 6 aos 8 anos, nas 226 escolas 1EB participantes, no ano letivo 2021/2022.

Considerando o possível impacto da pandemia de COVID-19 no estilo de vida de crianças em idade escolar, o COSI/COVID-19 recolheu dados com base na perceção dos pais/encarregados de educação em relação a seis dimensões: Consumo alimentar; Comportamentos familiares; Atividade física e comportamentos sedentários; Características do ambiente familiar; Estado nutricional infantil; Saúde mental e bem-estar.

Dos resultados COSI/COVID-19 Portugal, destaca-se o seguinte:

  • Consumo alimentar: Os alimentos que os pais reportaram um maior aumento do consumo durante a pandemia por parte das crianças foram os snacks doces (20,0%) e os snacks salgados (14,4%), contrariamente aos refrigerantes açucarados que constituem a categoria alimentar que registou o maior decréscimo do seu consumo por parte das crianças (13,7%), relativamente ao período pré-pandemia.
  • Comportamentos familiares: Os comportamentos familiares cujos pais relataram um maior aumento durante a pandemia foram: a partilha das refeições em família (35,8%), a compra de alimentos em grandes quantidades (34,2%) e a preparação de refeições em conjunto com a criança (34,0%). Pelo contrário, os comportamentos que registaram uma maior diminuição durante a pandemia, comparativamente ao período pré-pandemia foram o consumo de refeições prontas encomendadas (29,3%) e pré-cozinhadas (28,2%), bem como a compra de alimentos nas grandes superfícies comerciais (27,1%).
  • Atividade física e comportamentos sedentários: Muito embora se tenha verificado um aumento em 27,1% das crianças do tempo despendido a brincar ativamente/vigorosamente, fora do horário escolar, durante a pandemia nos dias de semana e durante o fim de semana (22,4%), quase metade da população infantil reportou um aumento comportamentos sedentários. Confirmou-se que 49,0% das crianças aumentou o tempo despendido a ver televisão, jogar computador ou utilizar redes sociais para fins lúdicos/de lazer, nos dias da semana e 45,0% durante o fim de semana, tendo aumentado igualmente o número de horas que a criança despende a aprender em casa (37,9%). Adicionalmente, os pais reportaram um aumento do número de horas de sono das crianças nos dias de semana (22,0%) e fim de semana (18,7%).
  • Características do ambiente familiar: Em Portugal, em comparação com o período pré-pandemia, verificou-se uma diminuição dos pais que reportaram estar empregados a tempo inteiro, mais evidente nas mães (de 80,6% para 73,8%) do que nos pais (de 91,3% para 88,4%), durante a pandemia. A nível nacional, verificou-se que as dificuldades financeiras das famílias aumentaram durante a pandemia, com o aumento do número de famílias a reportar “ter dificuldade em chegar ao fim do mês sem grandes problemas financeiros” (de 15,4% para 20,2%) ou relatar que “o rendimento familiar não chega até ao fim do mês” (de 3,2 para 5,1%).
  • Saúde mental e bem-estar: As atitudes e comportamentos das crianças que apresentaram uma alteração mais acentuada entre os dois períodos foram: “divertir-se com os amigos” já que 51,2% dos pais consideraram que no período pré-pandemia as crianças divertiam-se muito frequentemente com os amigos, tendo esta percentagem diminuído para 24% durante a pandemia. A diminuição da frequência foi igualmente observada para os comportamentos: “sentir-se cheia de energia” de 70,9% para 46,9% e “sentir-se bem na escola” de 80,3% para 63,7%, relativamente aos dois períodos pré- e durante a pandemia, respetivamente.

Os resultados nacionais são consistentes com o verificado a nível europeu nos restantes 12 países que já disponibilizaram os seus dados, em praticamente todas as dimensões analisadas, pese embora a existência de algumas diferenças entre os diferentes países que participaram no estudo. Para mais informações sobre os resultados do estudo COSI/COVID-19 na Europa, consultar a fact sheet da OMS Nutrition, physical activity, well-being and COVID-19″.

O INSA coordena, desde 2008, o sistema de vigilância nutricional infantil – COSI Portugal. Este sistema, integrado na rede europeia da OMS, efetua a vigilância e monitorização do estado nutricional infantil a cada 3 anos. O COSI Portugal 2022 incluiu, excecionalmente, o estudo COSI/COVID-19 para avaliar o impacto da pandemia nos comportamentos associados ao estilo de vida de crianças em idade escolar. O INSA é Centro Colaborativo da OMS para a Nutrição e Obesidade Infantil, desde julho de 2015. Esta colaboração, que se renova a cada quatro anos, estende-se a várias áreas de trabalho, sobretudo ao nível da vigilância e prevenção.

Infográfico COSI/COVID-19 Portugal


Encontro Oftalmologia e Gestão

19/05/2023

“Todos fazemos parte da solução e temos uma oportunidade única de reorganizar o nosso serviço público de saúde”, disse Ricardo Mestre

“O Serviço Nacional de Saúde vive uma oportunidade única de reorganização e as mudanças em curso, com mais investimento e com a Direção-Executiva, requerem o empenho de todos”, disse o Secretário de Estado da Saúde, dia 18 de maio, em Viana do Castelo.

Ricardo Mestre abordou a componente de gestão, referindo-se precisamente aos Centros de Responsabilidade Integrada (CRI) como “uma oportunidade de responder às necessidades da população, com objetivos bem definidos e com os devidos incentivos aos profissionais”.

Na sua intervenção, o secretário de Estado defendeu que “os CRI correspondem ao reforço da autonomia de gestão e a uma valorização do percurso do cidadão dentro do sistema de saúde”, reiterando por isso a intenção de “alargar os atuais 40 a 100 CRI até 2026”. Os CRI são estruturas dependentes dos conselhos de administração dos hospitais, que assumem compromissos de desempenho assistencial, económico e financeiro.

O governante destacou ainda a importância do serviço público de saúde no quotidiano dos cidadãos, também na área da saúde da visão. “Em 2022 o SNS operou mais de 103 mil portugueses às cataratas, com impactos reais na qualidade de vida e saúde das pessoas”, concretizou.

“Todos fazemos parte da solução e temos a oportunidade de reorganizar o nosso serviço público de saúde”, disse Ricardo Mestre, apelando ao diálogo, e à cooperação entre todos os agentes do universo da Saúde. “O desafio presente passa por continuar a transformar o SNS em benefício das pessoas e estamos a trilhar esse caminho”, disse.


O papel dos administrativos da saúde

19/05/2023

“Quando fizemos 53 milhões de atendimentos no SNS em 2022, fizemos todos”, afirmou Margarida Tavares

A Secretária de Estado da Promoção da Saúde participou esta sexta-feira, 19 de maio, na abertura do III Encontro Nacional de Administrativos da Saúde, uma iniciativa do SPAS – Sindicato dos Profissionais Administrativos da Saúde. Margarida Tavares começou por saudar os 35 anos desta associação sindical, que se assinalam em 2023, afirmando que será sempre uma voz na defesa das melhores condições para os trabalhadores do SNS.

“Sem administrativos, as mais de 2 mil unidades dos cuidados primários que temos espalhadas por todo o país não abriam todas as manhãs. O mesmo com os diferentes serviços hospitalares, seja os que estão mais em contacto com os doentes, seja os que estão mais na retaguarda. Quando fazemos 53 milhões de atendimentos anuais no SNS, como foi o caso em 2022, fazemos todos”, afirmou Margarida Tavares.

A Secretária de Estado defendeu a necessidade de valorizar o papel e a carreira de todos os profissionais do SNS, considerando os administrativos “peças fundamentais” para garantir o acesso à saúde. “Todos são essenciais para cumprirmos a missão de prestar os melhores cuidados de saúde à população, e fazê-lo de forma atempada, humana e inclusiva”, sublinhou, destacando o facto de o programa do encontro incluir temas como o acesso à saúde por migrantes. “Em muitas unidades é comum haver utentes de 10 ou mais nacionalidades. Temos de identificar as necessidades em matéria de comunicação e conseguir organizar um sistema que funcione efetivamente para todos, para quem atende e para quem procura cuidados.”

Margarida Tavares destacou a missão especial dos administrativos como primeiro ponto de contacto do cidadão com os serviços de saúde, apelando a que contribuam com a sua visão do terreno para as soluções e a que sejam “facilitadores” do percurso do cidadão na saúde. “Aconselhar o SNS24, valorizar positivamente o utente que o fez, alertar que os atestados de autodeclaração da doença já podem ser feitos pelo próprio”, exemplificou, reconhecendo que uma maior proatividade depende de os serviços serem capazes de transmitir e partilhar informação com todos os profissionais.

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