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Nova era na vigilância da tuberculose multirresistente em Portugal: sequenciação do genoma completo

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25-01-2019

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Laboratório Nacional de Referência de Micobactérias/Tuberculose, implementou na sua rotina laboratorial uma nova metodologia para a vigilância da tuberculose multirresistente. Além de permitir a deteção rápida de todas as mutações conhecidas associadas à resistência aos antibióticos, a nova metodologia, baseada na sequenciação do genoma completo (whole genome sequencing – WGS), vai também ajudar a um melhor conhecimento das cadeias de transmissão desta doença, possibilitando a intervenção das Autoridades de Saúde de forma atempada e otimizada.

A implementação desta nova técnica, que teve em conta a exigência supranacional, a curto prazo, da substituição dos métodos tradicionais de genotipagem, garante uma maior rapidez, diminuição de custos e um maior poder discriminatório na caracterização das estirpes de Mycobacterium tuberculosis. Para implementar esta nova abordagem, os investigadores do Instituto Ricardo Jorge realizaram uma avaliação retrospetiva de todas as estirpes de tuberculose multirresistente isoladas em Portugal entre 2013 e 2017.

Além de permitir a monitorização de cadeias de transmissão existentes e a determinação célere de novas cadeias, a tecnologia de WGS possibilita também a redução em várias semanas da identificação dos perfis genéticos de resistência aos antibióticos, o que poderá ter importantes implicações ao nível do regime terapêutico administrado ao doente. “A centralização deste diagnóstico e a genotipagem molecular por WGS, associadas à melhoria da articulação com as entidades clínicas e de saúde pública, constitui a força motriz para uma vigilância mais rápida e efetiva dos casos de tuberculose multirresistente”, sublinham os autores do estudo.

A Tuberculose continua a ser uma das principais causas de morte por doença infeciosa em todo o Mundo. Em 2017, 10.4 milhões de pessoas adoeceram, 1.7 milhões morreram da doença e, embora a incidência de TB tenha vindo a decrescer cerca de 2% por ano, o problema da resistência aos antibacilares e, em particular, da multirresistência, desafia o cumprimento das metas de erradicação previstas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2030.

“Nova era na vigilância da tuberculose multirresistente em Portugal: sequenciação do genoma completo” foi publicado na edição especial 10 do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de Rita Macedo, Miguel Pinto, Vítor Borges, Alexandra Nunes, Joana Isidro, Sílvia Duarte, Luís Vieira e João Paulo Gomes, clique aqui.

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