Relatório de Situação nº 022 | 24/03/2020
Infeção por novo coronavírus (COVID-19) em PORTUGAL
Orientação nº 016/2020 de 23/03/2020
Infeção por SARS-CoV-2 (COVID-19) – Serviços prisionais e tutelares
Covid-19 | Pós isolamento
DGS recomenda reforço da higiene pessoal na convalescença
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda um reforço da higiene após a saída do isolamento por causa do risco de o vírus sair pelas fezes de doentes em fase de convalescença, particularmente nas crianças.
“Devido à crescente evidência de excreção do vírus através das fezes de doentes em fase de convalescença, particularmente nas crianças, recomenda-se um reforço da higiene pessoal após libertação do isolamento”, aconselha a DGS.
Na orientação divulgada, dirigida aos profissionais do sistema de saúde, a DGS diz ainda que as pessoas sujeitas a isolamento por causa do novo coronavírus só podem ser libertadas dessa condição depois de não apresentarem quaisquer sintomas e de as amostras do trato respiratório serem negativas.
Na nota, a autoridade de saúde explica ainda que os critérios para a declaração completa da eliminação do vírus e resolução da doença Covid-19 implicam pelo menos duas amostras negativas do trato respiratório superior, colhidas com um intervalo de 24 horas.
Nesta orientação, a DGS informa que todas as amostras duvidosas ou que necessitem de análise complementar devem ser enviadas ao Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios do Departamento de Doenças Infeciosas, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Para saber mais, consulte:
DGS > Covid-19 > Orientações
Covid-19 | CHMT transfere Maternidade
Maternidade do Hospital de Abrantes transferida para Torres Novas
Os Serviços de Maternidade e de Ginecologia/Obstetrícia instalados na unidade hospitalar de Abrantes foram transferidos às 0 horas de terça-feira para o Hospital de Torres Novas, no âmbito do Plano de Contingência do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT).
De acordo com o centro hospitalar, durante o período de mudança, que decorrerá nos dias 24, 25 e 26 de março, não haverá Serviço de Urgência Obstétrica no Centro Hospitalar do Médio Tejo, devendo as utentes dirigir-se ao Hospital de Santarém, ou ao Centro Hospitalar de Leiria ou à Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.
A medida visa «concentrar na Unidade Hospitalar de Abrantes os seus meios clinicamente mais diferenciados para a primeira linha de assistência aos doentes com Covid-19», de acordo com o centro hospitalar, que acrescenta que a Maternidade iniciará a respetiva atividade assistencial na Unidade Hospitalar de Torres Novas a partir da 9 horas de quinta-feira, dia 26 de março.
No dia 24 de Março, apesar de já não haver inscrições e/ou admissões de utentes, estará em presença física um Ginecologista-Obstetra, na Unidade Hospitalar de Abrantes, para eventuais esclarecimentos e actuação exclusivamente «in extremis» assegura o CHMT.
A mudança de instalações decorrerá apenas enquanto durar o plano de contingência de combate ao novo coronavírus, SARS-Cov2.
Para saber mais, consulte:
CHMT > Notícias
Covid-19 | Beja reforça capacidade de resposta
ULSBA já tem circuitos seguros de atendimento e internamento de casos suspeitos
A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) reforçou a capacidade de resposta e já tem circuitos seguros de atendimento, triagem e encaminhamento de casos suspeitos e áreas exclusivas para internamento de doentes de Covid-19, no Hospital de Beja.
De acordo com a ULSBA, o Hospital de Beja já estabeleceu áreas exclusivas com circuitos próprios e equipas de saúde devidamente preparadas para receber os doentes que precisem de ser internados, ou seja, tem capacidade de internamento instalada.
A capacidade de internamento foi aumentada na Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente, que está apetrechada com o equipamento e a logística necessários.
A ULSBA informa também que na Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente foi aumentada a capacidade de internamento. Nos Centros de Saúde apostou-se na proximidade entre as equipas de saúde e os utentes, privilegiando os canais alternativos de contacto (telefone e e-mail).
As mensagens de prevenção foram reforçadas. A ULSBA apela a todos que “mantenham o distanciamento social, cumpram as recomendações da DGS e procurem informação junto de fontes oficiais”.
Em caso de suspeita deve ligar para o SNS 24 através do número 808 24 24 24 e aguardar o atendimento.
Para saber mais, consulte:
ULSBA – http://www.ulsba.min-saude.pt/
Covid-19 | Consultas não presenciais
Tondela Viseu facilita consulta por telefone para alguns doentes
O Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV) tem a partir de hoje, dia 24 de março, um sistema para consultas não presenciais para determinados tipos de doentes, anunciou a instituição.
“O hospital já preparou um sistema para consultas não presenciais, por telefone, para os casos de consultas de continuidade, doentes crónicos ou outros esclarecimentos adequados, sendo que se disponibiliza o contacto telefónico por especialidade e com horário disponível”, informa uma nota de imprensa.
Este sistema surge na sequência da decisão do conselho de administração do CHTV ter decidido cancelar toda a atividade da Consulta Externa, devido à evolução da covid-19, “salvo se for o hospital a entrar em contacto telefónico com o utente e convocá-lo”.
Segundo o conselho de administração, tornou-se “necessário proceder a um novo reajuste da atividade em ambulatório do hospital, de forma a poder libertar recursos de cuidados não essenciais para dar resposta a quem precisa deles e ao aumento de casos suspeitos da covid-19”.
O centro hospitalar disponibiliza, no seu site, a lista das várias especialidades com 45 contactos móveis e um número fixo (para o serviço de psiquiatria), com a lista dos médicos de serviço e os respetivos horários e dias de atendimento.
Para saber mais, consulte:
Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE – http://www.hstviseu.min-saude.pt/
Covid-19 | Serviços prisionais
Transferências de presos só por saúde ou segurança
As transferências de presos entre cadeias estão suspensas, exceto as que são por motivos de saúde ou segurança, e os sacos entregues pelas famílias com comida ou roupa só devem ser entregues aos reclusos dois ou três dias depois.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda aos serviços prisionais, a propósito da pandemia de Covid-19, que comuniquem no imediato, às respetivas autoridades de saúde e judiciais, qualquer libertação de preso suspeito ou confirmado com a doença.
Além disso, a DGS aconselha um reforço da higiene e limpeza de todo do estabelecimento prisional, boas práticas de etiqueta respiratória, informando os reclusos como tossir, espirrar e assoar, e da higiene das mãos, disponibilizando pontos de água e sabão em diversas zonas.
Os conselhos da DGS abrangem ainda o distanciamento social, devendo ser promovida a máxima distância possível entre reclusos e devendo os serviços prisionais alertar para a importância de evitar contacto físico, como abraços e apertos de mão.
A orientação da DGS, dirigida aos profissionais do sistema de saúde e dos serviços prisionais e tutelares, refere ainda que, para além de transmitir diretamente estas informações aos reclusos/jovens, devem ser distribuídos folhetos informativos e colocados posters em locais de destaque, incluindo as zonas de entrada das visitas.
A autoridade de saúde lembra que “existe experiência acumulada na gestão de surtos nos serviços prisionais”, nomeadamente a decorrente da pandemia da gripe A(H1N1) em 2009, assim como histórico de colaboração e comunicação com os serviços de saúde do Serviço Nacional de Saúde a nível regional e local.
“As medidas de prevenção da infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) permitem evitar casos de doença por coronavírus (Covid-19) e retardar surtos, o que é de extrema importância no contexto do sistema prisional”, sublinha.
No caso de ser detetado algum caso confirmado em estabelecimento prisional ou tutelar, este deverá, em articulação com a autoridade de saúde, identificar os contactos do caso confirmado, o tipo e a duração do contacto, incluindo profissionais, colaborando com os médicos de saúde pública na investigação epidemiológica.
Por outro lado, devem alertar para os procedimentos de vigilância dos contactos próximos dos casos identificados e para a melhor atuação perante o surgimento de sintomas suspeitos.
A orientação da DGS informa ainda sobre as formas de contágio, sublinhando que esta pode ocorrer diretamente, quando há contacto próximo (menos de um metro) com pessoa infetada, e que a transmissão ocorre através das secreções respiratórias (tosse, espirro) que podem entrar nos olhos, boca ou nariz.
A DGS lembra ainda da possibilidade de contaminação indireta, através do contacto com mãos, superfícies ou objetos contaminados com secreções respiratórias de uma pessoa infetada e posterior transferência para as mucosas da boca, nariz ou olhos.
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Covid-19 | CHMT cria linha de apoio
CH do Médio Tejo disponibiliza linha telefónica para o doente diabético
Estando todas as Instituições Hospitalares do Serviço Nacional de Saúde, no âmbito da atual pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), centradas na gestão deste mesmo surto, importa, contudo, manter o apoio a doentes com situações de doenças crónicas.
No sentido de acompanhar o mais próximo e atempadamente possível estes doentes, o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), EPE, disponibiliza através da sua Unidade de Diabetes e Obesidade uma linha de apoio ao doente diabético, através do número de telefone: 918768164. Esta linha está disponível todos os dias, das 9 às 21 horas.
A linha telefónica destina-se a pessoas com Diabetes, e tem como objetivo esclarecer dúvidas quanto ao controlo metabólico (valores de glicemia capilar) e ajustar, quando necessário, a medicação.
Assim, os doentes diabéticos que constatem que os valores de glicemia que obtém são diferentes dos valores habituais, se ocorrem episódios de hipoglicemia ou hiperglicemias frequentes, pode contactar a unidade através deste número.
Para o apoio telefónico que agora se disponibiliza ser mais eficaz, o CHMT informa que o doente diabético deve ter consigo, no momento do contacto, o registo dos valores de glicemia e a informação sobre a medicação que está a fazer. Deve ter também papel e caneta, para poder escrever as indicações que lhe são dadas de modo a minimizar a hipótese de erro.
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Covid-19 | Entrevista Primeiro-Ministro
Costa confiante que serviços de saúde não entrarão em rutura
O Primeiro-Ministro manifestou-se confiante que não haverá um «ponto de rutura» nos serviços de saúde portugueses provocado por um pico de casos de covid-19 e que considerou que não é previsível que venham a faltar meios.
Esta posição foi transmitida segunda-feira, dia 23 de março, por António Costa em entrevista à TVI, que foi conduzida pelos jornalistas José Alberto Carvalho e Miguel Sousa Tavares, depois de interrogado sobre em que momento o sistema de saúde português poderá atingir um ponto de rutura.
«Creio que não vamos atingir. É para isso que estamos a trabalhar. Pelos estudos que temos, no pior dos cenários, nunca vamos perder o controlo da situação», declarou o líder do executivo.
Logo no início da entrevista, o Primeiro-Ministro foi questionado sobre os meios que existem para combater a Covid-19.
«A questão é pertinente, não é previsível que venha a faltar o que quer que seja», respondeu António Costa, adiantando que, em termos de camas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), «há capacidade para acolher aquilo que é estimável face ao crescimento progressivo que ainda se vai ter de doentes ao longo desta pandemia».
Neste ponto, o Primeiro-Ministro referiu também que há uma reserva de camas que poderá ser usada no setor da saúde privada, libertando espaço no SNS, e que as Forças Armadas disponibilizam duas mil camas de reserva.
«Estamos neste momento a realizar obras para permitir a reabertura do antigo Hospital Militar de Doenças Infetocontagiosas, na Ajuda, que abrirá na segunda-feira já com um piso, e as obras continuarão para os outros pisos. Portanto, estamos a ganhar capacidade», defendeu.
Estão encomendados 280 mil testes rápidos
Já sobre a aquisição de material de proteção para o corpo clínico, o Primeiro-Ministro falou na existência de «uma reserva estratégica que tem vindo a ser disponibilizada».
«E há uma compra gigantesca de material que está a ocorrer para reforçar os recursos existentes, desde logo para os profissionais de saúde», disse.
Interrogado sobre a capacidade do sistema de saúde para a realização de testes de diagnóstico do coronavírus, o Primeiro-Ministro sustentou que há condições para se fazerem 10 mil testes no serviço público e 20 mil no setor privado.
«Estão neste momento encomendados 280 mil testes rápidos e que chegarão ao longo dos próximos dias. Até ao próximo dia 29, chegarão concretamente 80 mil», especificou.
Neste ponto, António Costa adiantou que uma «outra modalidade de testes rápidos está a ser desenvolvida por uma empresa portuguesa, que começará a fazer testes no Hospital da Cruz Vermelha no final desta semana».
Na entrevista, o Primeiro-Ministro defendeu ainda que «houve já um reforço de mil médicos e de 1.800 enfermeiros, assim como um reforço muito grande da capacidade de resposta da linha Saúde 24, diminuindo a pressão sobre o conjunto do sistema».
«No conjunto do sistema, temos 1.142 ventiladores e neste momento há 47 pessoas nas unidades de cuidados intensivos. Portanto, a margem ainda é muito significativa. Na segunda-feira fizemos o pagamento de 10 milhões de dólares para a aquisição de 500 ventiladores na China, que chegarão progressivamente até ao dia 14 de abril», apontou António Costa.
O Primeiro-Ministro falou ainda em donativos, entre os quais um de uma «investidora chinesa» com uma doação de 78 ventiladores que hoje foram entregues na Embaixada de Portugal em Pequim.
«Há um movimento muito grande», acrescentou.