Secretária de Estado da Promoção da Saúde defende investimento em unidades de saúde para prevenir situações de violência

“A violência deixa-nos revoltados, sobretudo na área Saúde, porque os profissionais estão ali para ajudar”, disse Margarida Tavares, na sessão de encerramento do seminário “Violência no Setor da Saúde – Da Prevenção à Ação”, que decorreu no dia 17 de novembro, em Lisboa.

A Secretária de Estado da Promoção da Saúde considerou prioritário dar visibilidade e abordar o problema da violência nos serviços de saúde, nas suas múltiplas formas, por forma a melhorar “a proteção dos profissionais e dos utentes do Serviço Nacional de Saúde”.

Para Margarida Tavares, “não é possível enfrentar a violência em contexto da prestação de cuidados de saúde sem abordar a sua génese”, considerando por isso essencial “melhorar o ambiente, as condições físicas e estruturais e os meios das unidades de saúde”, para que os profissionais se “sintam confortáveis e realizados no trabalho”.

A governante afirmou ainda ser fundamental “investir nas condições de acolhimento e na forma como comunicamos como os doentes e os seus familiares”, prevenindo o surgimento de situações de risco que resultem em episódios de violência.

Durante o seminário, foram apresentados projetos desenvolvidos pelas instituições de saúde e forças de segurança no âmbito do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde (PAPVSS), incidindo sobre a prevenção da violência e também sobre o apoio a disponibilizar às vítimas.

Para dar ferramentas aos profissionais de saúde para lidarem com esta realidade, entre outras medidas, têm sido promovidas diversas formações. Nos primeiros seis meses deste ano contabilizam-se 227 ações de formação e prevenção de violência realizadas por iniciativa das instituições de saúde e 139 ministradas por elementos da PSP/GNR, tendo como destinatários médicos, enfermeiros, assistentes técnicos e assistentes operacionais.

Jornadas de Leiria e Caldas da Rainha a decorrer até 25 de novembro

«Pediatria em Movimento» é o mote das XXVII Jornadas de Pediatria de Leiria e Caldas da Rainha, que se realizam em formato online, nos dias 24 e 25 de novembro, uma organização conjunta dos Serviços de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e do Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

«Nesta edição das Jornadas pretendeu-se, a partir de um denominador comum – o Movimento, abordar uma diversidade de temas que fossem úteis na prática clínica, como ilustrado no nosso programa», destaca Pascoal Moleiro, médico pediatra do CHL e responsável pela Comissão Organizadora.

No encontro serão debatidos temas como o «Exercício Físico em Idade Pediátrica», «Alterações da marcha do ponto de vista ortopédico», «Quando o sono é perturbado pelo movimento» e a «A importância do Brincar».

Para saber mais, consulte:

XXVII Jornadas de Pediatria de Leiria e Caldas da Rainha – https://jornadasleiriaecaldas.eventqualia.net/pt/2022/inicio/

Referenciação para a unidade de Chaves permite assistência mais rápida

A Unidade Hospitalar de Chaves, inserida no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), é, desde novembro, uma unidade de referenciação para doentes suspeitos de acidente vascular cerebral (AVC), garantindo uma assistência mais rápida e evitando deslocações para Vila Real.

Em declaração à agência Lusa, o médico neurologista do CHTMAD, Ricardo Almendra, referiu que «a capacitação do hospital de Chaves para poder receber doentes com ativações pré-hospitalares de via verde AVC vai permitir desde logo ao doente ganhar tempo», lembrando que numa «patologia como esta o tempo é fundamental».

«Até agora o que acontecia era que se um doente fosse identificado como estando possivelmente a ter um AVC era encaminhado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) diretamente para Vila Real, o que poderia implicar mais de uma hora de trajeto por ambulância», explicou. Agora, sublinhou, está-se a «poupar tempo na abordagem aguda da patologia e a longo prazo a poupar certamente dinheiro, porque se vai reduzir o número de transportes necessários».

Desde o dia 7 de novembro que o CODU passou a referenciar para a unidade hospitalar de Chaves os doentes dos concelhos da área de influência desta unidade: Boticas, Chaves, Montalegre e Valpaços.

Para o efeito, Ricardo Almendra explicou que foi necessário proceder a uma formação com todos os médicos de medicina interna e enfermeiros que colaboram com o serviço de urgência de Chaves.

A sala de emergência, para onde os doentes suspeitos de AVC são encaminhados, foi também equipada com um sistema de telemedicina, através do qual os médicos neurologistas prestam o apoio à equipa. «No sentido de podermos, à distância, ver o doente e poder ajudar também na abordagem clínica dos sintomas e sinais que o doente apresenta», explicou o especialista.

O Serviço de Neurologia do CHTMAD está concentrado em Vila Real, mas «com este novo sistema, com esta nova organização, podemos quase que dizer que existe neurologia de urgência em Chaves porque não estamos fisicamente, mas estamos a um clique de poder ver e ajudar o doente», frisou.

Para saber mais, consulte:

CHTMAD – https://www.chtmad.min-saude.pt/

Ministro defende que Portugal tem condições para produzir mais riqueza na área da saúde

O Ministro da Saúde defendeu que Portugal conseguiu “um progresso notável” em vários indicadores, com boa comparação internacional, mas reconheceu que há ainda áreas com grande oportunidade de melhoria – como os anos de vida saudáveis.

“Temos de reforçar muito a promoção da saúde”, destacou Manuel Pizarro, esta quarta-feira, 23 de novembro, na abertura da XIII Conferência Anual Health Cluster Portugal “Um Pacto para a Saúde 5.0: da visão à ação”. Na mesma conferência reforçou, ainda, que o país pode ter um papel mais preponderante na produção de riqueza na área da saúde.

Na intervenção, o Ministro reconheceu que o caminho da promoção da saúde é central, mas complexo, uma vez que implica mudanças a nível “individual, familiar e comunitário” e um aumento da literacia. Neste contexto, afirmou que muitas soluções inovadoras podem ter um papel positivo, nomeadamente os novos dispositivos e aplicações digitais. “Apesar das campanhas, um em cada quatro portugueses adultos fuma e um em cada dois adultos tem excesso de peso ou obesidade”, exemplificou, como áreas que precisam de novas abordagens.

A este propósito, lançou o repto de Portugal atrair mais inovação. “Há 12 anos tínhamos exportações na saúde de 600 milhões de euros e agora de 2000 milhões”, disse, reforçando que estes valores podem continuar a melhorar. “Temos ciência, inovação e capacidade industrial altamente diferenciada”, acrescentou, afirmando que o valor económico da saúde pode ser reforçado, sendo um “setor que tem a maturidade adequada”.

Ministro destacou importância da área para salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos doentes

A transplantação em Portugal tem-se traduzido num percurso de excelência, assente na qualidade dos profissionais, mas que ainda pode ser impulsionado, defendeu o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na sexta-feira, 18 de novembro, durante a Sessão de Abertura das XI Jornadas do Centro Hepato-bilio-pancreático e de Transplantação do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (UHBPT), que decorreram na AESE Business School, em Lisboa.

Manuel Pizarro disse ser “muito importante que façamos a evocação dos bons resultados que alcançamos”, pelo que devemos “saudar o sucesso do Serviço Nacional de Saúde que representa o programa de transplantação”. “Temos belíssimos resultados dos quais nos devemos orgulhar”, sublinhou, insistido que o programa demonstra a capacidade de organização do SNS.

“O Ministério da Saúde e o Ministro da Saúde serão apoiantes e aliados deste programa”, reforçou Manuel Pizarro, lembrando o seu impacto por ter o “mérito maior de salvar vidas e o mérito decisivo de melhorar a qualidade de vida”, mas também o “mérito de ser poupador de recursos económicos” ao SNS. O governante lembrou que Portugal ocupa a 4ª posição a nível mundial na doação de órgãos e a 11ª na transplantação por milhão de habitantes.

O evento assinalou os 30 anos da transplantação hepática em Portugal, que começou no Hospital de Curry Cabral. No total, o centro já realizou 2500 transplantes de fígado, 1500 transplantes de rim e 150 transplantes de pâncreas. Na mesma sessão, a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Rosa Valente de Matos, recordou que “por trás destes números estão histórias de esperança, de sobrevivência, de um número muito significativo de doentes que ganharam anos e que melhoraram a sua qualidade de vida”.