Estudo do Instituto Ricardo Jorge na área da hipercolesterolemia familiar distinguido pela Bial

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18-02-2019

O estudo “Translational Medicine in Familial Hypercholesterolaemia: from phenotype to genotype”, coordenado por Mafalda Bourbon, investigadora do Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, foi distinguido com uma menção honrosa pelo Júri do Prémio Bial de Medicina Clínica 2018. O trabalho descreve o conhecimento atual do diagnóstico e tratamento da hipercolesterolemia familiar (FH), apresentando evidências de que os resultados de investigação básica podem e devem ser integrados na prática clínica.

A FH é uma doença genética e hereditária, caraterizada por elevados níveis de colesterol desde o nascimento, que levam ao aparecimento de aterosclerose e doenças cardiovasculares precoces. Apesar de estar presente desde o nascimento, esta patologia não apresenta sintomas até aos 30-40 anos, altura em que a doença cardiovascular aparece, sendo o diagnóstico molecular a única forma de confirmar a suspeita clínica da doença.

De acordo com os resultados apresentados neste estudo, que tem por base o trabalho desenvolvido no Instituto Ricardo Jorge desde 1999 no âmbito do Estudo Português de Hipercolesterolemia Familiar (EPHF), a correta determinação da via metabólica afetada, assim como o tipo de defeito genético que a afeta, em indivíduos com hipercolesterolemia grave, permite um melhor aconselhamento e adequação do tratamento, levando a uma melhor adesão à terapêutica e a um melhor prognóstico.

“O correto diagnóstico numa criança é particularmente relevante para a decisão da idade do início da terapêutica farmacológica, porque quanto mais cedo ela for tratada, melhor se pode prevenir o aparecimento da doença cardiovascular na idade adulta”, explica Mafalda Bourbon. “As alterações de estilo de vida não devem ser descuradas, mas por norma a terapêutica farmacológica é necessária em indivíduos com FH”, refere a coordenadora do EPHF, considerando ainda que a “maior lacuna” nesta área “é o baixo conhecimento desta patologia e a quase generalizada falta de diagnóstico e/ou terapêutica adequada”.

Considerada uma das doenças genéticas mais frequentes e a que mais se associa ao aumento do risco cardiovascular, a FH surge devido a uma alteração num gene responsável pela remoção do colesterol do sangue, apresentando os indivíduos com esta alteração um risco muito elevado de sofrerem uma doença cardiovascular prematura. No entanto, se as pessoas afetadas forem identificadas em idade jovem e, desde logo, receberem aconselhamento e tratamento adequado, o seu risco cardiovascular poderá diminuir prevenindo eventos cardiovasculares, particularmente enfarte agudo do miocárdio e morte súbita.

Apesar de preencher os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) para programas de rastreio em grande escala, a FH encontra-se subdiagnosticada, uma vez que a maioria dos países não seguiu essa recomendação, estimando-se que existam aproximadamente entre 15 milhões a 30 milhões de indivíduos com FH no mundo, sendo que destes apenas 1% foram já identificados. Em Portugal, o EPHF já identificou geneticamente 844 casos de FH, num total de mais de 900 famílias estudadas, o que corresponde a 4,2% dos cerca de 20 mil casos que se estimam existirem no nosso país, com base numa prevalência de 1/500.

De acordo com os dados do EPHF, Portugal está entre os países, a nível mundial, com mais doentes identificados com FH, mas ainda assim continua a verificar-se uma situação de subdiagnóstico da doença, semelhante aquilo que acontece noutros países. Desde a sua criação, além do desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico, o EPHF tem evoluído no sentido de caracterizar as variantes genéticas encontradas para melhor identificar as vias metabólicas envolvidas.


Estudo do Instituto Ricardo Jorge distinguido pela Bial

O estudo «Translational Medicine in Familial Hypercholesterolaemia: from phenotype to genotype», coordenado por Mafalda Bourbon, investigadora do Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, foi distinguido com uma menção honrosa pelo Júri do Prémio Bial de Medicina Clínica 2018. O trabalho descreve o conhecimento atual do diagnóstico e tratamento da hipercolesterolemia familiar (FH), apresentando evidências de que os resultados de investigação básica podem e devem ser integrados na prática clínica.

A FH é uma doença genética e hereditária, caraterizada por elevados níveis de colesterol desde o nascimento, que levam ao aparecimento de aterosclerose e doenças cardiovasculares precoces. Apesar de estar presente desde o nascimento, esta patologia não apresenta sintomas até aos 30-40 anos, altura em que a doença cardiovascular aparece, sendo o diagnóstico molecular a única forma de confirmar a suspeita clínica da doença.

De acordo com os resultados apresentados neste estudo, que tem por base o trabalho desenvolvido no Instituto Ricardo Jorge desde 1999 no âmbito do Estudo Português de Hipercolesterolemia Familiar (EPHF), a correta determinação da via metabólica afetada, assim como o tipo de defeito genético que a afeta, em indivíduos com hipercolesterolemia grave, permite um melhor aconselhamento e adequação do tratamento, levando a uma melhor adesão à terapêutica e a um melhor prognóstico.

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