Instituto Ricardo Jorge integra projeto da Autoridade Francesa para a Segurança Alimentar na área da metrologia da alimentação e nutrição

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14-03-2019

Mariana Mendes Ribeiro, especialista em metrologia da alimentação e nutrição do Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, foi selecionada pela Autoridade Francesa para a Segurança Alimentar (ANSES), entre vários candidatos de diferentes países, para integrar o projeto “Assessment of mercury-selenium interaction in fish and associated human dietary exposure”. Com a duração de três anos, o projeto decorrerá em Portugal e França e será conducente a uma tese de doutoramento em cotutela.

Denominado MERSEL-FISH, este projeto permitirá estudar os mecanismos de mitigação do mercúrio e das suas espécies químicas em diferentes métodos de confeção alimentar. O trabalho a desenvolver pela especialista do Instituto Ricardo Jorge pretende ainda sustentar com dados científicos os documentos legislativos, nacionais e internacionais que visam suportar a implementação da “Convenção de Minamata sobre Mercúrio“.

Esta convenção, cujo objetivo principal é proteger a saúde humana e o meio ambiente das emissões antrópicas de mercúrio e compostos de mercúrio, integra os Programas Ambientais das Nações Unidas (UNEP), tendo sido até agora assinada ao mais alto nível por 128 países, entre os quais Portugal e França. A Convenção de Minamata sobre o Mercúrio foi adotada em Kumamoto, no Japão, a 10 de outubro de 2013, e entrou em vigor em Portugal a 26 de novembro de 2018.

Para efeitos da Convenção de Minamata, “a informação sobre a saúde e salvaguarda da vida humana e ambiente não será considerada confidencial”. O nome da convenção homenageia as vítimas do desastre de 1956, ocorrido na cidade japonesa de Minamata, onde o peixe foi contaminado por toneladas de mercúrio descartadas por uma fábrica, provocando o envenenamento e morte de centenas de pessoas.

O mercúrio é um dos dez principais contaminantes para a saúde humana cuja via principal de exposição é a alimentação. Este contaminante ambiental, presente sobretudo nos produtos da pesca, pode acumular-se no organismo humano, causando diversos efeitos neurotóxicos. Diversos estudos científicos têm concluído, no entanto, que a presença de selénio no pescado reduz significativamente os efeitos neurotóxicos do mercúrio.