Redução de quedas hospitalares: CHTS aposta em meias antiderrapantes

31/07/2019

Devido a uma estratégia interna de melhoria da qualidade assistencial, a taxa de quedas no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) tem diminuído significativamente. De 5,41 quedas por 1.000 camas ocupadas/ dia, em 2015, desceu para 2,09, em 2017. No último semestre de 2018, este número baixou para 2,01, o que significou uma redução de 3,84%. Em 2019, a descida mantém-se e, para reforçar esta tendência, estão a ser entregues meias antiderrapantes a doentes no internamento.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, as quedas são o incidente mais reportado que envolve doentes em ambiente hospitalar. Entre 2015 e 2017, foram registadas 22.799 quedas de doentes nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 7.000 quedas em hospitais por ano, de um total de 47.090 eventos adversos, sendo a principal causa de incidentes a nível de segurança interna nos hospitais.

O estado de saúde do doente, a idade cada vez mais avançada dos doentes internados, consequências do uso de fármacos e o uso de vestuário ou calçado inadequado são fatores determinantes para a possibilidade do acidente acontecer.

Através da análise estatística disponível, verificou-se que no ano 2017 e 2018, 18,3% das quedas ocorridas no CHTS se associam ao uso de calçado inadequado. Desta forma, como medida preventiva, estão a ser entregues meias antiderrapantes a doentes no internamento.

Segundo Elisabete Pereira, Enfermeira do Gabinete da Gestão de Risco Hospitalar, «há uma melhoria continua dos resultados bem evidentes, demostrativos de melhor qualidade dos cuidados que estamos a prestar».

Refere ainda, a enfermeira, que o CHTS «considera a atribuição de meias antiderrapantes um investimento e não uma despesa, um contributo para a satisfação dos doentes e família e, sem dúvida, uma melhoria significativa da cultura da qualidade e segurança assistencial».

Carlos Alberto, presidente do conselho de administração, é peremptório: «apesar do custo envolvido, os ganhos obtidos com esta medida são muito significativos, não somente na segurança dos doentes, mas na diminuição de tempos de internamento e dos danos que as quedas evitadas poderiam trazer».

«A preocupação que deve existir nos hospitais por colocar cada vez mais o doente/utente no centro do sistema obriga à tomada de decisões que sejam direcionadas à concreta resolução dos problemas existentes. Esta decisão de entrega de meias antiderrapantes faz parte de um conjunto de medidas que visam a prática exemplar e a melhoria contínua da qualidade assistencial à nossa população», conclui Carlos Alberto.

Como têm evidenciado múltiplos estudos, a queda do doente em contexto hospitalar dificilmente será eliminada. No entanto, a adoção de estratégias ajustadas ao risco tem demonstrado a possibilidade de reduzir este evento adverso.

A roupa a trazer pelos doentes para o internamento não deve ser apertada para não restringir os movimentos, o comprimento das calças, camisas de noite e robes deve ser adequado à estatura para evitar o tropeçar. O calçado deve ter sola antiderrapante e calcanhar fechado, privilegiando o uso de calçado com plataforma larga que favorece um maior contato com o solo, eliminando a utilização de chinelos.

A melhoria da cultura de segurança dos doentes nas instituições prestadoras de cuidados de saúde é um imperativo e uma prioridade consignada na Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde e, assim sendo, a aplicabilidade das meias antiderrapantes no CHTS constitui uma medida major de prevenção, com a qual se prevê uma ainda maior a redução da taxa de quedas e o aumento da satisfação global dos doentes e dos seus cuidadores, conclui o centro hospitalar.

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Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa – http://www.chts.min-saude.pt/