Saúde no debate do Estado da Nação

24/07/2020

A Ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou hoje que o Governo está a trabalhar com a Ordem dos Médicos para “duplicar o número de vagas para formação especializada em saúde pública, excecional e imediatamente”.

Na sua intervenção sobre o Estado da Nação, na Assembleia de República, a Ministra da Saúde começou por afirmar que Portugal tem de estar preparado “para responder à persistência ou recrudescimento da Covid-19 e, simultaneamente, a todas as demais necessidades em saúde e ao aparecimento do vírus da gripe sazonal depois do verão”.

Reforçar o número de profissionais do Serviço Nacional de Saúde

“Exatamente porque sabemos que a capacidade das equipas de saúde pública é decisiva para identificar e isolar precocemente casos e contactos, quero dar-vos nota de que estamos a trabalhar com a Ordem dos Médicos para duplicar o número de vagas para a formação médica especializada em saúde pública, excecional e imediatamente”, declarou.

Marta Temido referiu que este “é mais um passo” que o Governo dá para reforçar o número de profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e assinalou que este setor foi assumido como “a grande prioridade orçamental para 2020”.

“Já reforçámos em 20 mil os efetivos do SNS desde 2015. São hoje mais de 140 mil os efetivos do SNS. E durante o período excecional de resposta à pandemia aumentámos ainda em 3995 a força de trabalho do SNS. Com os 1150 recém-especialistas que esperamos a muito curto prazo contratar, teremos, largamente, cumprido aquilo que é o quadro de referência das contratações para este ano”, declarou.

Duplicar a capacidade de testagem

A ministra da Saúde disse que Portugal está a trabalhar “na duplicação da capacidade de resposta dos laboratórios do SNS e INSA, que estimamos que atinja, só na rede pública, 22.000 testes por dia até ao final do ano”.

Marta Temido recordou ainda que Portugal já realizou mais de um 1,5 milhões de testes e que é o 7.º país europeu em número de testes por densidade populacional.

Cuidados intensivos

De acordo com a Ministra da Saúde, tendo em conta que a capacidade de cuidados intensivos é crítica para uma possível segunda vaga de Covid-19, o governo está a trabalhar “para convergir com a média europeia de 11,5 camas de cuidados intensivos por 100.000 habitantes, completando o programa vertical de 60 ME de aquisição de ventiladores com infraestruturas”.

Necessidades assistenciais e Saúde Mental

“E porque sabemos que as necessidades assistenciais dos portugueses são mais do que o combate à Covid-19, temos agora, com a promulgação do Orçamento Suplementar, a possibilidade de usar, até ao final do ano, o plano excecional de contratação de atividade adicional de primeiras consultas hospitalares e cirurgias com remuneração direta e majorada aos profissionais de saúde”, afirmou a governante acrescentando ainda que também não está esquecida “a manutenção da aposta na Saúde Mental e nas 10 equipas comunitárias que, neste segundo semestre, estarão no terreno”.

Três principais lições que emergem com a pandemia na área da Saúde

Para Marta Temido há três principais lições que emergem com esta pandemia:

1 – Os medicamentos e dispositivos médicos e a aposta na indústria é essencial para garantir autonomia em matérias-primas e bens essenciais para a prestação de cuidados;
2 – A saúde é multifatorial e as respostas para a doença implicam intervenções de proximidade que passam pelos sistemas locais de saúde, reforço dos cuidados de saúde primários e pelo reforço dos cuidados continuados;
3 – A saúde vive numa sociedade digital. Os serviços de saúde têm de aplicar o recurso à teletriagem, teleconsulta e telemonitorização e à interoperacionalidade para melhorar o acesso e a vida das pessoas.

“As pessoas são o centro da nova lei de bases da saúde e vão continuar a ser o centro do nosso trabalho. É por elas que não nos cansamos, que não baixamos os braços, que continuamos a luta e é esta a garantia que vos deixo”, concluiu a Ministra da Saúde.


SNS | Ministra da Saúde em entrevista

24/07/2020

Cuidados de Saúde Primários são a prioridade para 2021

A prioridade do Orçamento da Saúde (OE) para 2021 será focada no reforço dos Cuidados de Saúde Primários, revelou hoje, em entrevista à TSF, a Ministra da Saúde. “Os centros de saúde vão ser reforçados, aproveitando as verbas do programa europeu de recuperação económica”, sustentou Marta Temido revelando os temas principais na preparação do Orçamento para o próximo ano.

Reforço nos cuidados primários em 2021

A Ministra adiantou que os cuidados de saúde primários vão ter mais valências, “especialmente na área do diagnóstico e na capacidade de os médicos de família visitarem doentes em lares e outros equipamentos semelhantes”.

Construção de mais de 5 mil unidades para a rede de cuidados continuados

Na mesma entrevista, Marta Temido referiu que outra prioridade do Orçamento do próximo ano será a conclusão da rede de cuidados continuados, que envolve a construção de mais de cinco mil unidades, que serão geridas por privados ou pelo setor social, em serviços contratualizados com o Estado.

Questionada sobre a compra de uma futura vacina da Covid-19, Marta Temido mencionou as dificuldades da negociação que já começou, a nível europeu, para a compra em bloco da futura vacina, referindo que ainda não existem perspetivas temporais relativamente às vacinas. “São negociações onde Portugal está representado pelo Infarmed, e cujas perspetivas são ainda pouco claras”, concluiu.