ULSAM | Novo mamógrafo: Equipamento evitará deslocação de centenas de mulheres a privados

05/06/2019

Um novo mamógrafo digital, orçado em 92 mil euros e adquirido através de uma campanha de angariação de fundos, vai começar a funcionar na quinta-feira, dia 6 de junho, no Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, integrado na Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM).

O novo aparelho de mamografia digital, com estereotaxia, «evitará que, todos os anos, mais de 100 mulheres tenham de se deslocar a hospitais ou centro privados no Porto para a realização de biopsias e colocação do arpão de localização pré-operatória dos tumores da mama».

A Unidade de Saúde Local do Alto Minho é constituída por dois Hospitais, o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima. Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas, contando com 2.500 profissionais, entre os quais 501 médicos e 892 enfermeiros.

A campanha de angariação de fundos para a aquisição do mamógrafo foi lançada em abril pela Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo.

Em declarações à agência Lusa, esta quarta-feira, dia 5 de junho, o Presidente da Liga, Defensor Moura, disse que o novo mamógrafo foi instalado na terça-feira no Serviço de Radiologia do Hospital de Santa Luzia, na capital do Alto Minho.

«Hoje será ministrada formação aos profissionais e serão realizados alguns ensaios. Na quinta-feira começará a funcionar, quatro dias antes de fazer dois meses sobre o arranque da campanha de angariação de fundos», destacou o responsável.

O médico especialista em medicina interna, já reformado, antigo Presidente da Câmara de Viana do Castelo e fundador da Liga acrescentou que «o preço final do equipamento é de 92.500 euros».

«Já pagámos 46.250 euros. Temos de pagar igual montante até 30 de novembro, sendo necessário continuar a receber donativos», referiu, manifestando-se «confiante» no sucesso da campanha de angariação de fundos.

Em maio, a liga chegou a «acordo com a empresa fornecedora do aparelho para pagar um montante total de 92.500 euros», divididos em três pagamentos: «25% com a encomenda, mais 25% quando o mamógrafo estiver instalado e a funcionar, e os restantes 50% até final de novembro», indicou Defensor de Moura.

Nessa altura, a Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo já tinha recolhido «donativos suficientes para pagar 50% do custo do aparelho».

Sobreviver ao cancro da mama

O novo equipamento vem substituir um existente na unidade, que «avaria com frequência», causando «adiamentos de mamografias e de intervenções cirúrgicas programadas, com nefastas consequências para o equilíbrio psicológico das doentes».

Defensor Moura realçou que a verba até agora recolhida resultou de «doações de muitas dezenas de beneméritos, cidadãos, empresas e até uma instituição bancária, com montantes que variam desde alguns euros a alguns milhares de euros». Reforçou que a campanha de angariação de fundos continua a decorrer para recolher o montante necessário ao pagamento integral do equipamento.

O médico salientou que «Portugal está entre os países que têm mais elevadas taxas de sobrevivência na Europa e, em Viana do Castelo, as mulheres têm a mesma elevada expectativa de sobreviver ao cancro da mama».

«Para atingir esse objetivo, as mulheres vianenses sofrem muito mais incómodos durante as frequentes viagens que têm de fazer ao Porto e a Braga, muitas vezes com enorme sofrimento físico e psicológico», especificou.

Para Defensor Moura, «algumas dessas viagens são inevitáveis, como por exemplo para efetuarem radioterapia, pelo facto de o distrito não atingir, atualmente, o número de habitantes requerido para a instalação desse meio de tratamento».

Constituída há 38 anos, a Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo já ofereceu «múltiplos equipamentos técnicos aos serviços de urgência, de cirurgia, medicina, cardiologia, pneumologia, obstetrícia, pediatria e imuno-hemoterapia».

A Liga, formalmente constituída em 1981, tem na promoção da dádiva de sangue e no apoio direto aos doentes as suas principais áreas de atividade.

Fonte: Lusa

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