Instituto Ricardo Jorge colabora em estudo sobre associação a curto prazo entre ozono e mortalidade

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03-03-2020

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através dos seus departamentos de Epidemiologia e de Saúde Ambiental, colaborou num estudo internacional que teve como objetivo avaliar o risco de morte a curto prazo e o excesso de mortalidade associado à exposição ao ozono. Conclusões sugerem que a mortalidade associada ao aumento do ozono pode ser potencialmente reduzida através da aplicação de normas mais rigorosas de qualidade do ar.

Os resultados deste trabalho, realizado através de uma análise epidemiológica e estatística comum aplicada a dados de 406 cidades de 20 países, indicam que no conjunto das cidades estudadas, em média, um aumento diário de 10 µg/m3 (micrograma por metro cúbico) de ozono está associado a um aumento do risco de morte de 0.18%. Para Portugal o efeito estimado foi menor, apresentando um aumento de 0.11% no risco de morrer pelo aumento diário de 10 µg/m3.

O estudo refere ainda que o excesso de mortalidade a curto prazo associado à exposição ao ozono acima dos níveis máximos definidos pela Organização Mundial de Saúde (100 µg/m3) foi de 0,20%, sendo que para Portugal foram encontradas estimativas quase nulas. De acordo com os autores, as conclusões obtidas “são relevantes para a implementação de intervenções eficientes para um ar mais limpo e estratégias de mitigação projetadas nas políticas climáticas nacionais e internacionais”.

Desenvolvido por uma equipa internacional de investigadores que integram a Multi-City Multi-Country (MCC) Collaborative Research Network, coordenada pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, da qual fazem parte investigadores do Instituto Ricardo Jorge, os resultados deste trabalho foram publicados na revista “British Medical Journal”. Para consultar o artigo “Short term association between ozone and mortality: global two stage time series study in 406 locations in 20 countries”, clique aqui.

A MCC é uma rede internacional de equipas de investigação que tem como objetivo produzir evidência epidemiológica sobre a associação entre fatores ambientais, clima e a saúde das populações. O interesse nesses tópicos tem aumentado nos últimos anos, tanto entre investigadores como no público em geral, devido à ocorrência cada vez mais frequente de eventos extremos quer em termos climatológicos quer em termos de poluição, e aos cenários alarmantes de alterações climáticas, todos relacionados ao aumento dos riscos à saúde.