Prémio Nacional de Saúde 2017

A atual Direção-Geral da Saúde é a herdeira da Direção-Geral de Saúde e Beneficência Pública, criada a 4 de outubro de 1899, a qual representou um marco importante na História da Saúde em Portugal, que hoje se continua a construir. O Prémio Nacional de Saúde do Ministério da Saúde português, visa distinguir, anualmente, pela relevância e excelência no âmbito das Ciências da Saúde, nos seus aspetos de promoção, prevenção e prestação de cuidados de saúde, uma personalidade que tenha contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestígio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.

No ano em que a Direção-Geral da Saúde comemora o seu 118º aniversário, o Júri de Atribuição do Prémio Nacional de Saúde, constituído pelo Professor Doutor Walter Friederich Alfred Osswald, que presidiu, o Bastonário da Ordem dos Médicos, a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, a Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, o Bastonário da Ordem dos Psicólogos, o Bastonário da Ordem dos Biólogos, a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, o Diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e o Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública, deliberou atribuir o Prémio Nacional de Saúde de 2017 ao Prof. Doutor João Manuel Godinho Queiroz e Melo, dado o especial relevo do pioneirismo da transplantação cardíaca, os serviços prestados no ensino e difusão de métodos avançados no tratamento da doença cardíaca e a sua vasta obra no domínio da investigação e da cultura cardiológica nacional.

Para mais informações consulte o documento em anexo.


Informação do Portal SNS:

João Queiroz e Melo agraciado com prémio nacional de saúde

O cirurgião cardiotorácico João Queiroz e Melo, responsável pelo primeiro transplante de um coração em Portugal, em 1986, foi escolhido para o Prémio Nacional de Saúde 2017.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), a atribuição deste prémio levou em conta o pioneirismo da transplantação cardíaca de João Queiroz e Melo, assim como os seus serviços prestados no ensino e difusão de métodos avançados no tratamento da doença cardíaca e a sua vasta obra no domínio da investigação e da cultura cardiológica nacional.

O Prémio Nacional de Saúde visa distinguir, anualmente, pela relevância e excelência no âmbito das Ciências da Saúde, nos seus aspetos de promoção, prevenção e prestação de cuidados, uma personalidade que tenha contribuído, inequivocamente, para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestígio das organizações no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O Júri de Atribuição do Prémio Nacional de Saúde foi constituído por Professor Doutor Walter Friederich Alfred Osswald, que presidiu, Bastonário da Ordem dos Médicos, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Bastonário da Ordem dos Psicólogos, Bastonário da Ordem dos Biólogos, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública.

João Manuel Godinho Queiroz e Melo nasceu em Tomar em 1945.

Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em 1968, tendo escolhido esta carreira por influência do seu avô, também médico.

Doutorou-se pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, em 1992. Foi Professor Catedrático de Cirurgia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (2004-2006) e Professor Catedrático da Universidade Católica Portuguesa (2011-2013).

Optou pela especialidade de Cirurgia Geral nos Hospitais Civis de Lisboa e de Bissau, terminando-a em 1974.

Realizou a especialidade de Cirurgia Cardiotorácica, no Hospital de Santa Marta, com o Professor Machado Macedo (1979). Durante este período, passou por Londres (Reino Unido), Portland e Boston (EUA), para enriquecer a sua formação profissional.

Com a orientação dos Professores Machado Macedo e Seabra Gomes, foi iniciada, em 1981, no Hospital de Santa Cruz, a prática da cardiologia como atividade médico-cirúrgica. Assim se desenvolveu a cirurgia coronária de rotina, a utilização da artéria mamária interna como conduto de revascularização, a implantação de homoenxertos aórticos, a cirurgia corretiva das cardiopatias congénitas no primeiro ano de vida. Nesses anos, estas doenças obrigavam um elevado número de doentes a terem de se deslocar ao estrangeiro para tratamento.

Iniciou a transplantação cardíaca em Portugal.

Realizou o primeiro transplante do coração em Portugal, a 18 de fevereiro de 1986, no Hospital de Santa Cruz, tendo iniciado outras técnicas inovadoras, como os homoenxertos criopreservados, a cirurgia de fibrilhação auricular e outras técnicas cirúrgicas.

Foi fundador do Centro de Criobiologia Cardiovascular, para a preparação e desenvolvimento de homoenxertos criopreservados. Este centro foi incorporado no Centro de Histocompatiblidade do Sul em 2006.

Esteve na origem do Instituto de Tecnologia Biomédica, dedicado a investigação em biomateriais. Em resultado dessa investigação, iniciou diferentes técnicas cirúrgicas e procedimentos inovadores em cirurgia cardíaca, nomeadamente a autotransfusão pré-operatória, a vídeo-cirurgia cardíaca, a anulaplastia valvular com anéis ajustáveis e flexíveis, ablação da fibrilhação auricular e da sua origem nas veias pulmonares.

Em 2009, promoveu o início da implantação de válvulas percutâneas por via transpical e transfemural.

Foi o criador e responsável do registo mundial da cirurgia da fibrilhação auricular.

Desempenhou vários cargos, desde Diretor de Serviço de Cirurgia Cardiotorácica a Diretor do Hospital de Santa Cruz (1990-95). Ao aceitar este último cargo, deixou de exercer nos Hospitais da CUF e no Hospital Particular de Lisboa, onde trabalhou desde 1982.

Em 2001, partiu para a Universidade de Leiden (Holanda), na qual efetuou as primeiras cirurgias utilizando radiofrequência bipolar.

Em 2002, esteve no Hospital de San Raffaelle (Milão), em que desenvolveu técnicas de reconhecimento de arritmias auriculares por electrogramas intracavitários.

Realizou sessões teóricas e práticas cirúrgicas para o ensino de novas técnicas em vários países, nomeadamente em Portugal, Espanha, França, Holanda, Alemanha, Polónia, Estados Unidos da América, Turquia, Austrália e Tailândia.

Pertence a várias sociedades científicas, das quais se destacam aquelas em que ocupou cargos diretivos: European Society of Cardiology, Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardiotorácica e Vascular e Sociedade Portuguesa de Cardiologia, sendo membro fundador da European Community Cardiac Surgery Society e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

Foi membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Foi condecorado Grande Oficial da Ordem de Santiago de Espada.

Foi condecorado com a medalha de Grande Oficial da Ordem do Infante.

Para saber mais, consulte:

Direção-Geral da Saúde – http://www.dgs.pt/