XXV Porto Cancer Meeting: Especialistas debatem tratamentos mais personalizados, dias 26 e 27

24/04/2018

Investigadores, oncologistas e representantes da indústria reúnem-se na quinta e sexta-feira, dias 26 e 27 de abril, no XXV Porto Cancer Meeting para analisar os avanços na área da imuno-oncologia que têm demonstrado um «impacto relevante» no controlo da doença oncológica.

Os diferentes desenvolvimentos da imuno-oncologia «permitem personalizar, isto é, aplicar a cada doente a versão terapêutica mais adequada à sua situação concreta. De forma simplificada, pode dizer-se que a imuno-oncologia veio personalizar a chamada medicina de precisão», explicou Sobrinho Simões, Presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e Vice-Diretor do i3S -Instituto de Investigação e Inovação em Saúde.

Organizado pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto – Ipatmup/i3S, a 25.ª edição do encontro é  subordinada ao tema «Cancer Wars: The Immune Force Awakens».

Prever de forma mais precisa a resposta ao tratamento

O oncologista Júlio Oliveira, da organização do encontro, salienta que «a comunidade médica e científica trabalha no sentido de continuar a inovar nesta área, procurando oferecer aos doentes tratamentos mais personalizados, diminuindo os efeitos tóxicos e aumentando a sua eficácia».

Na base da imuno-oncologia, explica a organização, está a «utilização de estratégias terapêuticas que ativam o sistema imunitário do doente, que atua como mecanismo de combate às células neoplásicas».

Apesar dos recentes avanços científicos, que levaram a uma melhor compreensão dos mecanismos que regulam a interação entre o sistema imunitário e o cancro, «existem ainda obstáculos importantes no campo da imuno-oncologia, nomeadamente a necessidade de desenvolver medicamentos que sejam consistentemente eficazes na maioria dos doentes e nos diferentes tipos de cancro», salienta.

É igualmente fundamental, acrescenta, «prever de forma mais precisa a resposta ao tratamento, encontrando biomarcadores e integrando-os na prática clínica, superar os mecanismos de resistência à imunoterapia e desenvolver medicamentos inovadores, assim como estudos clínicos que permitam otimizar estratégias terapêuticas, por exemplo, mediante a combinação de imunomodeladores com terapias celulares ou com tratamentos antineoplásicos já conhecidos».

O primeiro Porto Cancer Meeting realizou-se em 1992 e agora que se assinala a sua 25.ª edição, Manuel Sobrinho Simões sublinha o «orgulho» por ter conseguido que se tenha mantido «sempre vivo e de boa saúde ao longo de tantos anos».

«Durante este período, testemunhámos a aplicação à oncologia de uma série de ‘novidades’, desde a medicina baseada na evidência até, mais recentemente, a medicina de precisão a partir da capacidade de articular a genómica com os ‘big data’», sustentou o presidente do Ipatmup.

Para saber mais, consulte:

XXV Porto Cancer Meeting  – https://portocancermeeting.i3s.up.pt/ (em inglês)