Surto de sarampo na Região Norte controlado – DGS

Surto de sarampo na Região Norte controlado

O surto de sarampo ligado ao Hospital de Santo António, no Porto, encontra-se controlado. Realizou-se hoje, dia 10 de maio, uma conferência de imprensa, que decorreu no Salão Nobre do Hospital de Santo António, em que participou a Diretora-Geral da Saúde, o presidente do INSA, responsáveis pelo Departamento de Saúde Pública da ARS Norte e do Centro Hospitalar do Porto.

De acordo com os critérios da OMS Portugal irá manter o estatuto de país com eliminação de sarampo.


Diretora-Geral da Saúde afirma que surto está controlado

O surto de sarampo ligado ao Hospital de Santo António, no Porto, está controlado, anunciou a Diretora-Geral da Saúde, congratulando-se por a Organização Mundial da Saúde (OMS) manter Portugal com o estatuto de país com a doença eliminada.

«Estamos neste hospital para anunciar que, passados dois meses dos primeiros dois casos, foi possível controlar o surto de sarampo ligado a este hospital», afirmou Graça Freitas em conferência de imprensa, no Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António, após a apresentação de um estudo sobre este surto de sarampo, que concluiu que foram identificados três surtos que se sobrepuseram no Porto.

De acordo com o que foi relatado, o primeiro surgiu numa estudante de Erasmus, que contagiou um profissional de saúde do Santo António, o segundo teve origem num cidadão francês, que infetou uma profissional de saúde com quem vivia, e o terceiro num homem que terá viajado de um país africano e contaminou outro.

A Diretora-Geral da Saúde disse que, até ao momento, há 111 casos de sarampo confirmados ligados a este surto na região norte e referiu que «ainda há 24 casos em investigação».

«Uma ótima notícia é que, apesar de termos tido este surto, de acordo com os critérios da OMS, nós vamos continuar a manter o estatuto de país com a doença eliminada, ou seja, um país que, apesar de ter importado casos, ter tido cadeias de transmissão e ter tido um surto com alguma dimensão, foi capaz de o controlar e não tornar a doença outra vez endémica», destacou.

Graça Freitas referiu que o controlo do surto foi possível por força de um alinhamento de esforços, entre os clínicos que detetaram os casos e os notificaram às autoridades de saúde local e regional. «A nível nacional, o dispositivo de saúde pública também foi ativado e entre a DGS e o Instituto Ricardo Jorge fizemos a coordenação nacional do surto, e é assim que um surto deve ser abordado, com todos», frisou.

A responsável adiantou que, após a investigação já feita sobre este surto, é possível afirmar que houve «três cadeias de transmissão diferentes, que coincidiram no espaço e no tempo». [Estivemos perante] três cadeias, com três origens, com três importações diferentes, disse, referindo que Portugal continua a ter o risco de importar mais casos de sarampo.

Graça Freitas adiantou que este surto surgiu «predominantemente em gente muito nova», com uma média de idade de 30 anos, «predominantemente em profissionais de saúde e predominantemente em vacinados, sendo que «80% das pessoas envolvidas como doentes estavam vacinadas e isto acontece em países com um alto sucesso de vacinação».

Outra das conclusões já retiradas deste surto é que há «uma mudança do paradigma epidemiológico e do paradigma desta doença», porque a maioria dos infetados teve «uma sintomatologia muito ligeira e uma baixa capacidade de transmitir [o sarampo]», por estarem vacinados.

A responsável admitiu que se pode estar perante «uma nova forma da doença, com uma expressão clínica diferente da do passado» e que já se chama internacionalmente como «sarampo modificado».

Dos 111 casos confirmados à data, 15 registaram-se em profissionais de saúde que não estavam vacinados, disse, acrescentando que «a grande mensagem a transmitir continua a ser para que as pessoas se vacinem».

A Diretora-Geral disse ainda que Portugal pretende aprender com a Austrália para que, quando houver um novo surto de sarampo, seja possível «não perder tanta energia» na investigação dos contactos após a notificação de um caso e permitir que todo o processo seja mais célere. Na Austrália, assinalou, há um sistema de triagem, em que se identificam os contactos e se vê quais os que estão em maior risco de contrair a doença.

Questionada sobre a necessidade de mais uma dose de vacina contra o sarampo, Graça Freitas garantiu que, «se houver evidências da necessidade de uma terceira dose, a sua introdução [no Plano Nacional de vacinação] será equacionada». Afirmando que a comissão técnica de vacinação acompanha os estudos sobre este assunto, destacou que, «até à data, nenhum estudo evidencia que esse reforço seja efetivo e vá alterar o plano imunitário a médio prazo».

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. A vacinação continua a ser a melhor forma de evitar a doença.

Para saber mais, consulte:

Notícias de Saúde > Sarampo | Atualização