Acesso dos reclusos ao SNS: Hospital Santa Maria acompanha reclusos com hepatite C em Lisboa

28/06/2018

Sessenta reclusos infetados com hepatite C receberam a visita, no Estabelecimento Prisional de Lisboa, de uma equipa do Hospital Santa Maria, no dia 27 de junho, dando início ao tratamento que visa eliminar a doença e dar mais esperança de vida.

A equipa do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), constituída por cinco médicos, três enfermeiras, um técnico administrativo e um técnico informático, chegou à prisão, onde estavam à sua espera dezenas de reclusos que aguardavam pacientemente a sua vez para serem observados.

No gabinete de enfermagem, os reclusos fizeram a colheita de sangue para análise, pesaram-se e realizaram um exame, denominado Fibroscan, que avalia o estado do fígado, seguindo depois para a consulta médica para iniciar o tratamento, no âmbito do programa «Eliminar a Hepatite C nos Estabelecimentos Prisionais até 2020», estabelecido entre os Ministérios da Saúde e da Justiça.

«É um projeto do Governo de ligação dos hospitais às prisões com o objetivo de tratar a hepatite C» nesta população, na qual o risco e a prevalência da infeção são mais elevados, disse à agência Lusa o coordenador da equipa e Diretor do Serviço de Gastrenterologia do CHLC, Rui Tato Marinho.

Esta iniciativa «incorpora uma nova abordagem à doença e ao doente e um conceito inovador quer na forma, a deslocação de uma equipa multidisciplinar a um estabelecimento prisional, quer no conteúdo, levar saúde restaurativa ao mundo prisional, dando mais qualidade e esperança média de vida aos detidos infetados com o vírus da hepatite C», explicou o presidente do CHLN, Carlos Martins.

Segundo Carlos Martins, o trabalho desta equipa vai proporcionar «múltiplos benefícios», como a redução do risco de evolução para cirrose e cancro, redução do cansaço, aumento de peso e redução ou mesmo desistência do consumo de bebidas alcoólicas, sendo o objetivo final «a erradicação da infeção com o vírus da hepatite C neste estabelecimento prisional».

Os medicamentos usados nestes tratamentos são «os de terapêutica mais inovadora disponíveis no mercado», disse o Presidente do CNLN, explicando que o tratamento, com um custo de cerca de 6.500 euros, consta de uma toma de comprimidos por dia, durante oito ou 12 semanas, sem efeitos secundários conhecidos e com eficácia de 98%.

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