Projeto Kastelo: uma unidade que apoia crianças com doenças crónicas

08/10/2018

Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos Pediátricos Kastelo, em Matosinhos, que é finalista da edição de 2018 dos prémios europeus RegioStars, abriu portas em 2016 e já apoiou mais de 65 crianças até aos 18 anos.

Criada pela Associação Nomeiodonada, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), o Kastelo nasceu para apoiar crianças com doenças crónicas que somavam meses nos hospitais do Porto em cuidados intensivos neonatais e pediátricos e as suas famílias.

Este projeto tem como filosofia «Dar Vida Aos Dias» e procura disponibilizar às crianças o acesso a terapias diárias e a variados profissionais de saúde.

O projeto Kastelo está entre os finalistas dos prémios RegioStars 2018, um galardão com o qual a Comissão Europeia distingue projetos inovadores e de boas práticas de desenvolvimento regional, apoiados por fundos europeus. O vencedor será conhecido na terça-feira, numa cerimónia que terá lugar em Bruxelas, onde decorre a Semana Europeia das Regiões e das Cidades.

A Diretora do Kastelo, Teresa Fraga, explicou à Lusa que este projeto quer «aumentar a vida dos dias das crianças», numa unidade «que não pode ter uma filosofia hospitalar, em que estas ficam nos quartos, mas antes onde desfrutam de um ambiente familiar, assim lhes prolongando a vida pela qualidade que lhes é oferecida».

Composta por 18 enfermarias com capacidade de 12 quartos duplos e seis individuais, esta unidade já apoiou, desde junho de 2016, altura em que foi inaugurada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mais de 65 crianças, em regime de internamento e ambulatório.

O Kastelo, primeira unidade de cuidados continuados pediátricos da Península Ibérica, disponibiliza um T3 e um quarto com capacidade para três pessoas do mesmo sexo para acolher os familiares das crianças.
A 23 de agosto, o Kastelo inaugurou um parque aquático com equipamentos adaptados a crianças com mobilidade física muito reduzida, um equipamento único na Europa e o segundo a nível mundial, depois de em 2017 ter inaugurado um semelhante no Texas, nos Estados Unidos da América.

Além de ajudar na reabilitação e estimulação sensorial, o parque, que teve um investimento de 140 mil euros, consegue proporcionar «experiências únicas e devolver sorrisos» a estas crianças que, de outro modo, não poderiam usufruir desta experiência, contou Teresa Fraga.

Este ano, o Kastelo passou a integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Esta unidade foi distinguida em 2017 com o Prémio O Norte Somos Nós, na categoria NORTE Inclusão, pela humanização do serviço prestado e capacidade de assegurar conforto e qualidade de vida aos seus utentes, a maioria em estado terminal.

As instalações do Kastelo situam-se num antigo solar que pertenceu ao Centro Hospitalar do Porto e que foi oferecido pelo antigo Presidente do Conselho de Administração, Sollari Allegro.

Dado a necessidade de obras profundas de adaptação da casa às necessidades das crianças integradas nos cuidados continuados e paliativos, além do apoio dos fundos comunitários, a empreitada contou com a ajuda da Câmara Municipal de Matosinhos e da sociedade civil.

Portugal tem quatro projetos entre os 21 finalistas dos RegioStars, dois do Norte e dois do Centro. O i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e o Centro de Negócios e Serviços Partilhados do Fundão concorrem na categoria de apoio à transição industrial inteligente, o projeto Kastelo na área de melhor acesso a serviços públicos e o Museu da Vista Alegre na categoria de investimento no património cultural.

Portugal está ainda representado no projeto internacional ClimACT, um consórcio de nove instituições europeias liderado pelo Instituto Superior Técnico, de Lisboa, que pretende apoiar a transição para uma economia de baixo carbono em escolas nacionais, mas também de Espanha, França e Gibraltar.

Fonte: LUSA