REVIVE: Rede de Vigilância de Vetores – Relatório 2018 – INSA

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12-04-2019

No âmbito das atividades desenvolvidas na Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas integrado no seu Departamento de Doenças Infeciosas, divulga o relatório Culicídeos e Ixodídeos, relativo a 2018, cujos resultados foram apresentados no 11º Workshop da Rede, realizado dia 12 de abril. O programa REVIVE visa monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal, e identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública.

Das atividades desenvolvidas em 2018 presentes neste relatório, destaca-se o seguinte:

REVIVE – Culicídeos

  • Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde e o Instituto da Administração da Saúde e dos Assuntos Sociais da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 217 concelhos de Portugal;
  • No total foram identificados 46.052 mosquitos. Nas amostras, em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para o Homem, os resultados foram negativos;
  • A espécie de mosquito invasor Aedes aegypti está presente na RA da Madeira desde 2005. Outra espécie de mosquitos invasor, nomeadamente Aedes albopictus, foi identificado, pela primeira vez, na região norte de Portugal em 2017 e em 2018 no Algarve. Estas espécies são vetoras de vírus como dengue, zika e chikungunya;
  • No âmbito do REVIVE – Culicídeos, foi feita a vigilância em cinco aeroportos internacionais, um aeródromo, doze portos e seis outros pontos de entrada, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional.

REVIVE – Ixodídeos

  • Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde, que realizaram colheitas de carraças em 167 concelhos;
  • Em 3278 ixodídeos não foram identificadas espécies exóticas. Em 1022 carraças foi pesquisada a presença de Borrélias e Rickettsias, tendo sido observada a prevalência média de 4% e 15%, respetivamente, sobretudo em amostras recolhidas quando parasitavam seres humanos.

O programa REVIVE resulta da colaboração entre instituições do Ministério da Saúde (Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde, Instituto dos Assuntos Sociais e da Saúde da Madeira, Direção Regional de Saúde dos Açores e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge) e tem como objetivos i) monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos; ii) caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal; iii) identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.

O REVIVE tem contribuído para um conhecimento sistemático da fauna de culicídeos e de ixodídeos de Portugal, e do seu potencial papel de vetor, constituindo uma componente dos programas de vigilância epidemiológica indispensável à avaliação do risco de transmissão de doenças potencialmente graves.

Consulte o Relatório REVIVE 2018 aqui.


11.º Workshop Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE

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12-04-2019

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge promoveu, dia 12 de abril, no seu Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI) Doutor Francisco Cambournac, em Águas de Moura (Palmela), o 11.º Workshop da Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE. A iniciativa, que contou com a participação de mais de 70 profissionais de saúde, teve como principal objetivo apresentar os resultados nacionais e regionais desta Rede relativos a 2018.

O encontro permitiu ainda debater algumas das implicações em saúde pública do REVIVE e trocar experiências entre os vários participantes na Rede tanto a nível nacional como regional. Foram ainda apresentadas duas comunicações sobre a utilização da técnica de insetos estéreis (SIT) contra espécies invasoras de Aedesna Europa e sobre a caracterização das espécies de Rickettsia em carraças recolhidas de humanos

O programa REVIVE, coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Doenças Infeciosas, tem como objetivos monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos e caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal. A Rede visa também identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.

A criação do REVIVE, em 2008, deveu-se principalmente à necessidade de instalar capacidades nas diversas regiões, visando aumentar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes, sua distribuição e abundância, impacte das alterações climáticas, explicar o seu papel como vetores e para detetar espécies invasoras em tempo útil, com importância na saúde pública. O Instituto Ricardo Jorge, como autoridade competente na vigilância epidemiológica, formação e divulgação de conhecimento, participa no REVIVE através do CEVDI, coordenando a atividade deste grupo.

As doenças transmitidas por vetores resultam da infeção de humanos e outros animais por artrópodes hematófagos como mosquitos, carraças e flebótomos. Estas doenças são evitáveis, já que os métodos de controlo e prevenção são amplamente conhecidos, sendo necessário conhecer a área geográfica de distribuição para que possam ser estabelecidas medidas, de forma a mitigar os efeitos na população.