Programa Nacional Rede Vigilância de Vetores – REVIVE 2017 – INSA

Programa Nacional Rede Vigilância de Vetores – REVIVE 2017

As doenças transmitidas por vetores emergiram, ou reemergiram, como resultado das alterações climáticas, demográficas e sociais, alterações genéticas nos agentes infeciosos, resistência dos vetores a inseticidas e mudanças nas práticas de saúde pública. O conhecimento das espécies, a sua distribuição geográfica e hospedeiros associados, permite-nos estabelecer atividades de vigilância epidemiológica para que medidas de prevenção, controlo e mitigação possam ser implementadas, pelo que importa monitorizar a introdução de novos vetores e dos vetores já presentes.

Atentos a este fenómeno, teve lugar no passado dia 17 de agosto, na Sala de Conferências do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, a assinatura do Protocolo relativo ao Programa Nacional Rede Vigilância de Vetores – REVIVE 2017, entre a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE e os Municípios de Almodôvar, Barrancos, Ferreira do Alentejo, Mértola, Ourique e Serpa.

O Protocolo estabelecido, inédito e pioneiro a nível nacional, visa estabelecer uma parceria entre os serviços do Ministério da Saúde e aqueles municípios, tendo em vista a concretização dos seguintes objetivos:

  • Colaborar na investigação sobre os agentes de transmissão denominados de vetores;
  • Garantir a monitorização e vigilância da atividade dos vetores de transmissão;
  • Prevenir a propagação dos vetores através de ações de sensibilização e combate para a sua eliminação;
  • Contribuir para a preparação de planos de contingência que tenham como objetivo minimizar impactos negativos decorrentes de eventual introdução e instalação de mosquitos invasores;
  • Identificar áreas territoriais de risco, definir zonas prioritárias para a vigilância e medidas especiais de intervenção;
  • Articular com entidades públicas e desenvolver parcerias educativas sobre as doenças humanas de transmissão vetorial.

Esta parceria insere-se nas competências cometidas aos serviços de saúde pública e autoridades de saúde, previstas na Lei n.º 4/2016 de 29 de fevereiro, que estabelece o Plano Nacional de Prevenção e Controle de Doenças Transmitidas por Vetores.

Artigo: Ixodídeos removidos de humanos e agentes infeciosos detetados no âmbito da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), 2011-2015 – INSA

imagem do post do Artigo: Ixodídeos removidos de humanos e agentes infeciosos detetados no âmbito da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), 2011-2015

14-06-2017

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge apresenta os resultados obtidos nos primeiros cinco anos da Rede de Vigilância de Vetores REVIVE – Ixodídeos referentes à identificação das espécies removidas de humanos e à caracterização molecular dos dois grupos de agentes patogénicos (Rickettsia e Borrelia) identificados nestes vetores. Durante o período de maio de 2011 a dezembro de 2015, foram removidos 1010 ixodídeos.

De acordo com este trabalho do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI) do Instituto Ricardo Jorge, as três espécies mais frequentemente encontradas a parasitar o Homem foram Ixodes ricinus (n=348; 34,5%), Rhipicephalus sanguineus (n=343; 34,0%) e Hyalomma marginatum (n=133; 13,2%). Este estudo confirma a associação já conhecida que existe entre as espécies de agentes patogénicos para o Homem e as espécies de ixodídeos que as podem transmitir.

Os ixodídeos, vulgarmente designados por carraças, são artrópodes hematófagos estritos, ectoparasitas de vertebrados terrestres. A sua importância em saúde pública resulta do facto de serem vetores de agentes patogénicos para o Homem e para outros animais. Em Portugal, as doenças mais frequentes causadas por agentes transmitidos por ixodídeos são a febre escaro nodular, também denominada por febre da carraça, e a borreliose de Lyme, ambas doenças de declaração obrigatória.

Contudo, e porque no nosso país estão descritas outras patologias para além das acima citadas, existe a necessidade de vigiar e conhecer a distribuição dos ixodídeos assim como os agentes etiológicos que estes podem transmitir ao Homem. Para responder a essa necessidade, foi criada, em 2011, a Rede Nacional de Vigilância de Vetores (REVIVE – Ixodídeos).

“Ixodídeos removidos de humanos e agentes infeciosos detetados no âmbito da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), 2011-2015” foi publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de Maria Margarida Santos Silva, Isabel Lopes de Carvalho, Ana Sofia Santos, Maria Sofia Núncio, Rita de Sousa e Equipa REVIVE, clique aqui.