REVIVE: Rede de Vigilância de Vetores – Relatório 2019 – INSA

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27-07-2020

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas integrado no seu Departamento de Doenças Infeciosas, divulga o relatório Culicídeos e Ixodídeos relativo a 2019, no âmbito das atividades desenvolvidas na Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE). O programa REVIVE visa monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos, caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal, e identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública.

Das atividades desenvolvidas em 2019 presentes neste relatório, destaca-se o seguinte:

REVIVE – Culicídeos

  • Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde e o Instituto da Administração da Saúde e dos Assuntos Sociais da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 221 concelhos de Portugal;
  • No total foram identificados 42.360 mosquitos. Nas amostras em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para o Homem os resultados foram negativos;
  • O mosquito invasor Aedes aegypti está presente na RA da Madeira desde 2005. Outra espécie de mosquitos invasor, nomeadamente Aedes albopictus, foi identificado, pela primeira vez, na região norte de Portugal em 2017 e em 2018 no Algarve. Estas espécies são vetoras de vírus como dengue, zika e chikungunya, e têm vindo a aumentar a sua distribuição geográfica naquelas regiões;
  • No âmbito do REVIVE – Culicídeos, foi feita a vigilância em cinco aeroportos internacionais, um aeródromo, doze portos e seis outros pontos de entrada de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional.

REVIVE – Ixodídeos

  • Participaram as cinco Administrações Regionais de Saúde que realizaram colheitas de carraças em 166 concelhos;
  • Em 1119 ixodídeos não foram identificadas espécies exóticas. Em 743 carraças foi pesquisada a presença de Borrélias e Rickettsias, tendo sido observada a prevalência média de 2% e 22%, respetivamente, sobretudo em amostras recolhidas quando parasitavam seres humanos.

O programa REVIVE resulta da colaboração entre instituições do Ministério da Saúde (Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde, Instituto dos Assuntos Sociais e da Saúde da Madeira, Direção Regional de Saúde dos Açores e INSA), tendo como objetivos i) monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos; ii) caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal; iii) identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.

O REVIVE tem contribuído para um conhecimento sistemático da fauna de culicídeos e de ixodídeos de Portugal, e do seu potencial papel de vetor, constituindo uma componente dos programas de vigilância epidemiológica indispensável à avaliação do risco de transmissão de doenças potencialmente graves.

Consulte o Relatório REVIVE 2019 aqui.