Artigo: Ixodídeos removidos de humanos e agentes infeciosos detetados no âmbito da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), 2011-2015 – INSA

imagem do post do Artigo: Ixodídeos removidos de humanos e agentes infeciosos detetados no âmbito da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), 2011-2015

14-06-2017

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge apresenta os resultados obtidos nos primeiros cinco anos da Rede de Vigilância de Vetores REVIVE – Ixodídeos referentes à identificação das espécies removidas de humanos e à caracterização molecular dos dois grupos de agentes patogénicos (Rickettsia e Borrelia) identificados nestes vetores. Durante o período de maio de 2011 a dezembro de 2015, foram removidos 1010 ixodídeos.

De acordo com este trabalho do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI) do Instituto Ricardo Jorge, as três espécies mais frequentemente encontradas a parasitar o Homem foram Ixodes ricinus (n=348; 34,5%), Rhipicephalus sanguineus (n=343; 34,0%) e Hyalomma marginatum (n=133; 13,2%). Este estudo confirma a associação já conhecida que existe entre as espécies de agentes patogénicos para o Homem e as espécies de ixodídeos que as podem transmitir.

Os ixodídeos, vulgarmente designados por carraças, são artrópodes hematófagos estritos, ectoparasitas de vertebrados terrestres. A sua importância em saúde pública resulta do facto de serem vetores de agentes patogénicos para o Homem e para outros animais. Em Portugal, as doenças mais frequentes causadas por agentes transmitidos por ixodídeos são a febre escaro nodular, também denominada por febre da carraça, e a borreliose de Lyme, ambas doenças de declaração obrigatória.

Contudo, e porque no nosso país estão descritas outras patologias para além das acima citadas, existe a necessidade de vigiar e conhecer a distribuição dos ixodídeos assim como os agentes etiológicos que estes podem transmitir ao Homem. Para responder a essa necessidade, foi criada, em 2011, a Rede Nacional de Vigilância de Vetores (REVIVE – Ixodídeos).

“Ixodídeos removidos de humanos e agentes infeciosos detetados no âmbito da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), 2011-2015” foi publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de Maria Margarida Santos Silva, Isabel Lopes de Carvalho, Ana Sofia Santos, Maria Sofia Núncio, Rita de Sousa e Equipa REVIVE, clique aqui.

Gratuito: 9.º Workshop Rede de Vigilância de Vetores a 28 de Abril – REVIVE – INSA

imagem do post do 9.º Workshop Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE18-04-2017

O Instituto Ricardo Jorge promove, dia 28 de abril, no seu Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas(CEVDI), em Águas de Moura (Palmela), o 9.º Workshop da Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE. A iniciativa tem como objetivos, entre outros, debater as implicações em saúde pública do REVIVE e apresentar os resultados nacionais e regionais desta rede.

No encontro, que contará com a participação de responsáveis da Direção-Geral de Saúde, das Administrações Regionais de Saúde e do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais da Região Autónoma da Madeira, serão apresentados os resultados da rede REVIVE relativos ao ano de 2016. As inscrições no workshop são gratuitas mas sujeitas a confirmação através do email revive@insa.min-saude.pt.

O programa REVIVE, coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Doenças Infeciosas, tem como objetivos monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos e caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal. A rede visa também identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.

A criação do REVIVE deveu-se principalmente à necessidade de instalar capacidades nas diversas regiões, visando aumentar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes, sua distribuição e abundância, impacte das alterações climáticas, explicar o seu papel como vetores e para detetar espécies invasoras em tempo útil, com importância na saúde pública. O Instituto Ricardo Jorge, como autoridade competente na vigilância epidemiológica, formação e divulgação de conhecimento, participa no REVIVE através do CEVDI, coordenando a atividade deste grupo.

O primeiro protocolo REVIVE (2008-2010) foi criado como uma rede entre a Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde do Algarve, do Alentejo, do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte e o Instituto Ricardo Jorge. O segundo protocolo (2011-2015) prorrogou a vigilância para incluir também as carraças vetores com importância em Saúde Pública em Portugal. O terceiro protocolo (2016-2020) encontra-se em fase de implementação.

As doenças transmitidas por vetores resultam da infeção de humanos e outros animais por artrópodes hematófagos como mosquitos, carraças e flebótomos. Estas doenças são evitáveis, já que os métodos de controlo e prevenção são amplamente conhecidos, sendo necessário conhecer a área geográfica de distribuição para que possam ser estabelecidas medidas, de forma a mitigar os efeitos na população.

Programa 9.º Workshop Rede de Vigilância de Vetores – REVIVE

Revive: Rede de Vigilância de Vetores – Relatório REVIVE 2011-2015 – INSA

REVIVE: REDE DE VIGILÂNCIA DE VETORES – RELATÓRIO 2011-2015

No âmbito das atividades desenvolvidas no 2.º protocolo REVIVE – Rede de Vigilância de Vetores (2011-2015), o Instituto Ricardo Jorge, através do seu Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco Cambournac, divulga o relatório – Culicídeos e Ixodídeos, relativo ao ano de 2015 e a sua evolução nos últimos 5 anos (2011-2015).

O programa REVIVE resulta da colaboração entre instituições do Ministério da Saúde (Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde e Instituto Ricardo Jorge), devendo-se a sua criação, sobretudo, à necessidade de instalar capacidades para melhorar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes no país, a sua distribuição e abundância, esclarecer o seu papel como vetor de agentes de doença, assim como detetar atempadamente introduções de espécies invasoras com importância em saúde pública.

Das atividades desenvolvidas em 2015, presentes neste relatório apresentado durante o 8º Workshop 2016, que decorreu dia 29 de abril, destaca-se o seguinte:

REVIVE – Culicídeos

  • Participaram as 5 ARS’s e o Instituto da Administração da Saúde e dos Assuntos Sociais da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 149 concelhos de Portugal;
  • Com a exceção da Madeira, onde uma espécie de mosquito invasor, Aedes aegypti – vetor de dengue, está presente pelo menos desde 2005, não foram identificadas espécies de mosquitos exóticas/invasoras no total de 37699 mosquitos. Nas amostras em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para o Homem os resultados foram negativos;
  • Ainda neste âmbito, foi feita a vigilância em três aeroportos internacionais, um aeródromo e dez portos de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional.

REVIVE – Ixodídeos

  • Participaram as 5 ARS’s que realizaram colheitas de carraças em 154 concelhos;
  • Em 56716 ixodídeos não foram identificadas espécies exóticas. Em 1086 carraças foi pesquisada a presença de Borrélias e Rickettsias tendo sido observada a prevalência de 3% e 19%, respetivamente, sobretudo em amostras recolhidas quando parasitavam seres humanos.

O REVIVE tem contribuído para um conhecimento sistemático da fauna de culicídeos e de ixodídeos de Portugal, e do seu potencial papel de vetor, constituindo uma componente dos programas de vigilância epidemiológica indispensável à avaliação do risco de transmissão de doenças potencialmente graves.

Consulte o Relatório REVIVE 2011-2015 aqui

Veja o Repositório do INSA

 

REVIVE: PORTUGAL CONTINENTAL SEM ESPÉCIES DE MOSQUITOS EXÓTICAS/INVASORAS

Durante o ano de 2015, com a exceção da Madeira, onde uma espécie de mosquito invasor (Aedes aegypti) está presente pelo menos desde 2005, não foram identificadas em Portugal espécies de mosquitos exóticas/invasoras no total de 37798 mosquitos de 21 espécies. Esta é uma das conclusões que consta no relatório da Rede de Vigilância de Vetores REVIVE, relativo ao ano de 2015 e a sua evolução nos últimos 5 anos (2011-2015).

Este relatório, divulgado dia 29 de abril durante o 8.º Workshop REVIVE, refere também que nas amostras em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para o Homem os resultados foram negativos. Em 2015, participaram no “REVIVE – Culicídeos” as cinco Administrações Regionais de Saúde e o Instituto da Administração da Saúde e dos Assuntos Sociais da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 156 concelhos de Portugal.

No total do “REVIVE – Culicídeos”, desde 2008 foram identificados 259111 mosquitos de 25 espécies em 189 concelhos de Portugal, tendo sido confirmada a identificação de Aedes aegyptina Madeira, onde foi sinalizada pela primeira vez em 2005. Não foram identificadas outras espécies exóticas/invasoras e a pesquisa de agentes patogénicos (flavivírus e plasmódio) foi sempre negativa.

Já em relação ao REVIVE – Ixodídeos” participaram em 2015 cinco Administrações Regionais de Saúde, tendo sido realizadas colheitas de carraças em 154 concelhos. No total de 6716 exemplares, foram identificadas 11 espécies de carraças descritas anteriormente nas regiões.

No âmbito dos cinco anos do “REVIVE – Ixodídeos” foram identificados 36018 ixodídeos em 180 concelhos de Portugal continental, tendo sido identificada uma espécie importada, o que sublinha a importância desta vigilância epidemiológica nos vetores. Nas amostras em que foi pesquisada a presença de Rickettsia e Borrelia foi observada uma prevalência de 14,2% e 1,9%, respetivamente.

A criação do REVIVE deveu-se principalmente à necessidade de instalar capacidades nas diversas regiões, visando aumentar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes, sua distribuição e abundância, impacte das alterações climáticas, explicar o seu papel como vetores e para detetar espécies invasoras em tempo útil, com importância na saúde pública. O Instituto Ricardo Jorge, como autoridade competente na vigilância epidemiológica, formação e divulgação de conhecimento, participa através do Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI) no REVIVE, coordenando a atividade deste grupo.

O REVIVE tem como objetivos monitorizar a atividade de artrópodes hematófagos e caracterizar as espécies e sua ocorrência sazonal. A rede visa também identificar agentes patogénicos importantes em saúde pública, dependendo da densidade dos vetores, o nível de infeção ou a introdução de espécies exóticas para alertar para as medidas de controlo.

O primeiro protocolo REVIVE (2008-2010) foi criado como uma rede entre a Direção-Geral da Saúde, Administrações Regionais de Saúde do Algarve, do Alentejo, do Centro, de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte e o Instituto Ricardo Jorge. O segundo protocolo REVIVE (2011-2015) prorrogou a vigilância para incluir também as carraças vetores com importância em Saúde Pública em Portugal. O terceiro protocolo REVIVE (2016-2020) encontra-se em fase de implementação.

Veja também:

REVIVE – Rede de Vigilância de Vetores – Relatório de 2014 – INSA

Informação do Portal da Saúde:

Relatório REVIVE 2011-2015  
Pormenor da capa do Relatório REVIVE 2013
Relatório REVIVE 2011-2015 – Culicídeos e Ixodídeos: Rede de Vigilância de Vetores, foi publicado a 29 de abril.

No âmbito das atividades desenvolvidas no 2.º protocolo REVIVE – Rede de Vigilância de Vetores (2011-2015), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge), através do seu Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Doutor Francisco Cambournac, divulgou, no dia 29 de abril de 2016, o relatório – Culicídeos e Ixodídeos, relativo ao ano de 2015 e a sua evolução nos últimos 5 anos (2011-2015).

De acordo com o Instituto Ricardo Jorge, das atividades desenvolvidas em 2015, presentes neste relatório, destaca-se o seguinte:

REVIVE – Culicídeos

  • Participaram as cinco administrações regionais de saúde (ARS) e o Instituto da Administração da Saúde e dos Assuntos Sociais da Madeira, entidades que realizaram colheitas de mosquitos em 149 concelhos de Portugal;
  • Com a exceção da Madeira, onde uma espécie de mosquito invasor, Aedes aegypti – vetor de dengue, está presente pelo menos desde 2005, não foram identificadas espécies de mosquitos exóticas/invasoras no total de 37.699 mosquitos. Nas amostras em que foi pesquisada a presença de flavivírus patogénicos para o Homem os resultados foram negativos;
  • Ainda neste âmbito, foi feita a vigilância em três aeroportos internacionais, um aeródromo e dez portos de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional.

REVIVE – Ixodídeos

  • Participaram as 5 ARS que realizaram colheitas de carraças em 154 concelhos;
  • Em 56.716 ixodídeos não foram identificadas espécies exóticas. Em 1.086 carraças foi pesquisada a presença de Borrélias e Rickettsias tendo sido observada a prevalência de 3% e 19%, respetivamente, sobretudo em amostras recolhidas quando parasitavam seres humanos.

O programa REVIVE resulta da colaboração entre instituições do Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde, administrações regionais de saúde e Instituto Ricardo Jorge, devendo-se a sua criação, sobretudo, à necessidade de instalar capacidades para melhorar o conhecimento sobre as espécies de vetores presentes no país, a sua distribuição e abundância, esclarecer o seu papel como vetor de agentes de doença, assim como detetar atempadamente introduções de espécies invasoras com importância em saúde pública.

O REVIVE tem contribuído para um conhecimento sistemático da fauna de culicídeos e de ixodídeos de Portugal, e do seu potencial papel de vetor, constituindo uma componente dos programas de vigilância epidemiológica indispensável à avaliação do risco de transmissão de doenças potencialmente graves, conclui o Instituto Ricardo Jorge.

Para saber mais, consulte: