A evolução do aleitamento materno em Portugal nas últimas duas décadas: dados dos Inquéritos Nacionais de Saúde – INSA

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29-09-2017

Nas últimas duas décadas, registou-se uma evolução positiva nas práticas de aleitamento materno aos três e quatro meses, tendo duplicado a prevalência de mulheres a amamentar em exclusivo, segundo um estudo do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e da Escola Nacional de Saúde Pública. Este trabalho teve por base dados de quatro Inquéritos Nacionais de Saúde (1995/96 – 1998/99 – 2005/06 – 2014).

Numa amostra constituída por 5912 mulheres com idades entre 15 e os 55 anos, a percentagem de mulheres residentes no Continente que amamentaram em exclusivo pelo menos até aos três meses aumentou de forma estatisticamente significativa, de 34,6% em 1995/96 para 60,6% em 2014. Também a percentagem de mulheres respondentes que amamentaram em exclusivo pelo menos até aos quatro meses aumentou de forma estatisticamente significativa, passando de 26,8% (1995/96) para 53% (2014) no Continente e de 41,2% (2005/06) para 48,5% (2014) em Portugal.

De acordo com os autores deste estudo preliminar, a “melhoria parece estar relacionada com as ações desenvolvidas no âmbito do programa IHAB [Iniciativa Hospital Amigo dos Bebés] e as medidas de promoção preconizadas”. “Também as alterações legislativas sobre o período de licença de maternidade implementadas em Portugal poderão ter tido uma influência positiva”, acrescentam.

A OMS e a UNICEF iniciaram, em 1992, o programa Baby Friendly Hospital Initiative, assente na Declaração Innocenti, tendo Portugal aderido em 1994 com o programa nacional Iniciativa Hospital Amigo dos Bebés (IHAB). Atualmente são 15 os hospitais acreditados e a Comissão Nacional Iniciativa Amiga dos Bebés certificou, em 2016, a primeira unidade de cuidados de saúde primários (ACES Lisboa Ocidental e Oeiras).

Em Portugal, a Semana do Aleitamento Materno realiza-se de 29 setembro a 6 de outubro de 2017 sob o tema: “Todos juntos pelo Aleitamento Materno”. O Instituto Ricardo Jorge associou-se às comemorações, em colaboração com Comissão Nacional Iniciativa Amiga dos Bebés, participando na Conferência Internacional de Aleitamento Materno, que decorreu, dia 29 de setembro, na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa.

Artigo: Prevalência, conhecimento e controlo da diabetes em Portugal – resultados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015) – INSA

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23-08-2017

Em 2015, a prevalência de diabetes na população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos, foi de 9,8%, de acordo com um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, com base em dados do primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF). Outro dos resultados do trabalho indica também uma prevalência de diabetes mais elevada nos homens do que nas mulheres (12,1% vs 7,8%).

As conclusões deste estudo, que teve como objetivo descrever a prevalência, o conhecimento e o controlo da diabetes na população residente em Portugal, referem ainda que a diabetes era mais prevalente entre os indivíduos que apresentavam baixa escolaridade e sem atividade profissional. A maioria dos indivíduos diabéticos estava ciente de sua condição (87,1%) e encontrava-se a tomar medicação antidiabética (79,7%), sendo que destes 63,2% apresentaram níveis de HbA1c inferiores a 7,0%.

A Diabetes Mellitus constitui um problema global de saúde pública, dadas as graves consequências que podem decorrer da progressão da doença, sendo as estimativas da sua prevalência, conhecimento e controlo são essenciais para monitorizar as suas tendências de forma efetiva. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de pessoas diagnosticadas com diabetes tenha evoluído de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, correspondendo a uma prevalência de 8,5% em pessoas acima dos 18 anos.

O INSEF foi realizado em 2015 pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com as cinco Regiões de Saúde e as duas Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas de Saúde e com o Instituto Norueguês de Saúde Pública. A população-alvo foi constituída por indivíduos não institucionalizados, com idade compreendida entre os 25 e os 74 anos, residentes em Portugal há mais de 12 meses e com capacidade para realizar uma entrevista em português, tendo sido alcançada uma amostra de 4911 indivíduos.

“Prevalência, conhecimento e controlo da diabetes em Portugal: resultados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015)” foi publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de Marta Barreto, Irina Kislaya, Vânia Gaio, Ana Paula Rodrigues, Ana João Santos, Sónia Namorado, Liliana Antunes, Ana Paula Gil, José Manuel Boavida, Ana Clara Silva, Patrícia Vargas, Tamara Prokopenko, Baltazar Nunes, Carlos Matias Dias e INSEF Research Group, clique aqui.


Informação do Portal SNS:

Instituto Ricardo Jorge divulga resultados do INSEF

Em 2015, a prevalência de diabetes na população residente em Portugal, com idade entre os 25 e os 74 anos, foi de 9,8%, de acordo com um estudo do Instituto Ricardo Jorge, com base em dados do primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF). Outro dos resultados do trabalho indica também uma prevalência de diabetes mais elevada nos homens do que nas mulheres (12,1% vs 7,8%).

As conclusões deste estudo, que teve como objetivo descrever a prevalência, o conhecimento e o controlo da diabetes na população residente em Portugal, referem ainda que a diabetes era mais prevalente entre os indivíduos que apresentavam baixa escolaridade e sem atividade profissional. A maioria dos indivíduos diabéticos estava ciente de sua condição (87,1%) e encontrava-se a tomar medicação antidiabética (79,7%), sendo que destes 63,2% apresentaram níveis de HbA1c inferiores a 7,0%.

A diabetes mellitus constitui um problema global de saúde pública, dadas as graves consequências que podem decorrer da progressão da doença, sendo que as estimativas da prevalência, do conhecimento e do controlo são essenciais para monitorizar as suas tendências de forma efetiva. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de pessoas diagnosticadas com diabetes tenha evoluído de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, correspondendo a uma prevalência de 8,5% em pessoas acima dos 18 anos.

O INSEF foi realizado em 2015 pelo Instituto Ricardo Jorge, em colaboração com as cinco regiões de saúde e as duas Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas de Saúde e com o Instituto Norueguês de Saúde Pública.

A população-alvo foi constituída por indivíduos não institucionalizados, com idade compreendida entre os 25 e os 74 anos, residentes em Portugal há mais de 12 meses e com capacidade para realizar uma entrevista em português, tendo sido alcançada uma amostra de 4.911 indivíduos.

Estes dados são apresentados no artigo “Prevalência, conhecimento e controlo da diabetes em Portugal: resultados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF 2015)”, realizado por Marta Barreto, Irina Kislaya, Vânia Gaio, Ana Paula Rodrigues, Ana João Santos, Sónia Namorado, Liliana Antunes, Ana Paula Gil, José Manuel Boavida, Ana Clara Silva, Patrícia Vargas, Tamara Prokopenko, Baltazar Nunes, Carlos Matias Dias e INSEF Research Group, publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações.

Para saber mais, consulte:

Instituto Ricardo Jorge > Artigo

Artigo: Comportamentos face ao tabaco e aos cigarros eletrónicos da população residente em Portugal com 15 e mais anos de idade (Inquérito Nacional de Saúde 2014) – INSA

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01-08-2017

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, efetuou um estudo com o objetivo de descrever os comportamentos face ao tabaco e aos cigarros eletrónicos da população residente em Portugal com 15 e mais anos de idade, no ano 2014. O trabalho teve por base dados colhidos pelo Inquérito Nacional de Saúde, aplicado em 2014 a uma amostra representativa de 22.538 indivíduos.

De acordo com os resultados deste estudo, a maioria dos fumadores atuais consumia habitualmente cigarros em maço (homens: 79,3%; mulheres: 85,5%), encontrando-se as percentagens mais elevadas nas mulheres da Região Autónoma dos Açores (99,3%) e nas mulheres do grupo etário ≥ 75 anos (97,7%). A média do número de cigarros fumados por dia foi 16 cigarros nos homens e 12 cigarros nas mulheres, observando-se as médias mais elevadas nos homens da Região Autónoma dos Açores (18 cigarros) e nos homens do grupo etário 45-54 anos (17 cigarros).

A média da idade de início do consumo diário de tabaco foi 17 anos nos homens e 19 anos nas mulheres, tendo-se observado o valor mais baixo entre os homens da Região Autónoma dos Açores (16 anos). Nos ex-fumadores, a duração do consumo foi em média de 22 anos nos homens e 16 anos nas mulheres, com valor mais elevado entre homens da Região Autónoma dos Açores (26 anos).

Neste trabalho foi também estimada a prevalência de utilizadores de cigarro eletrónico, sendo esta de 1,3% nos homens e 0,8% nas mulheres. O grupo etário dos 25-34 anos era o que apresentava a maior prevalência estimada de utilizadores de cigarro eletrónico tanto no sexo masculino (2,5%) como no sexo feminino (1,7%).

No sexo masculino, a maior prevalência de utilizadores de cigarro eletrónico verificava-se na região do Norte (2,0%) e, no sexo feminino, na região de Lisboa (1,7%). A maioria dos indivíduos que responderam que utilizavam cigarro eletrónico tinham dito que fumavam tabaco diariamente, tanto no sexo masculino (73,1%) como no sexo feminino (70,3%).

Segundo os autores, “os resultados encontrados apontam para grupos de indivíduos (por exemplo, os homens da RA Açores) nos quais uma intervenção preventiva (seletiva) é prioritária, além das intervenções universais”. O consumo de tabaco foi responsável, em Portugal, em 2015, pela morte de 11.098 pessoas.

“Comportamentos face ao tabaco e aos cigarros eletrónicos da população residente em Portugal com 15 e mais anos de idade: resultados do Inquérito Nacional de Saúde 2014” foi publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo Instituto Ricardo Jorge em acesso aberto. Para consultar o artigo de João Pedro Machado e Baltazar Nunes, clique aqui.

Inquérito Nacional de Saúde 2014 e Infografia – INE

Inquérito Nacional de Saúde

Mais de 5,3 milhões de residentes em Portugal com 15 ou mais anos referiram ter pelo menos uma doença crónica em 2014, mais frequentemente dores lombares (32,9%), hipertensão arterial (25,3%) e dores cervicais (24,1%), revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística referentes ao Inquérito Nacional de Saúde.

No período analisado cerca de 6,7 milhões de pessoas consultaram um/a médico/a de Medicina Geral e Familiar e 4,3 milhões recorreram a consultas de especialidade. As consultas com um/a médico/a dentista foram referidas por 4,3 milhões de pessoas.
Mais de metade da população com 18 ou mais anos (4,5 milhões) tinha excesso de peso (36,4%) ou era obesa (16,4%) em 2014.

A maioria da população com 15 ou mais anos (5,8 milhões) não praticava qualquer atividade desportiva de forma regular, sendo 15,4% as/os que referiram praticar exercício físico entre um a dois dias por semana.

Eram 2,5 milhões aquelas/es com 15 ou mais anos que referiram deslocar-se a pé diariamente e apenas cerca de 75 mil as/os que utilizavam a bicicleta nas suas deslocações diárias. 70,8% da população com 15 ou mais anos referiu consumir fruta diariamente, e 55,1% legumes ou saladas.

Perto de 1,5 milhões de pessoas com a mesma idade fumavam diariamente, com uma média de 14 cigarros por dia. O consumo regular de tabaco regular registava um rácio de 1,9 homens por cada mulher.

Capa da publicação

Resumo

A publicação apresenta os resultados definitivos do Inquérito Nacional de Saúde (INS) 2014, realizado pelo INE em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Os resultados apresentados caracterizam a população residente, com 15 ou mais anos, em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida. Inclui, ainda, os quadros de dados com informação desagregada por NUTS I e II, sexo e grupos etários, e os principais aspetos metodológicos e conceptuais associados ao inquérito.

Os resultados apresentados nesta publicação correspondem a estimativas da população em geral detalhadas por sexo, grupo etário, região de residência, nível de escolaridade e condição perante o trabalho.

Para cada estimativa, foram também calculadas as proporções relativas à população residente e os coeficientes de variação, disponíveis nos quadros anexos à publicação. Os coeficientes de variação viabilizam o cálculo dos intervalos de confiança, conforme descrito na nota metodológica.

Disponível também uma infografia de alguns dados relevantes do INS 2014.

Texto integral da Publicação

Quadros da Publicação

 

Consulte o site do INE com esta matéria

Informação da DGS:

INE – Despesas com a Saúde aumentam
INE - Despesas com a Saúde aumentam

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou a Conta Satélite da Saúde 2000-2015 que revela que no último ano a despesa corrente em saúde aumentou 2%, invertendo a tendência de decréscimo que se registava desde 2011.

No entanto, o peso relativo da despesa corrente em saúde no Produto Interno Bruto (PIB) continuou a diminuir, representando 8,9% em 2015, o valor mais baixo desde 2003. Em 2014 e 2015, a importância relativa da despesa corrente pública face à despesa privada voltou a baixar (66,2% em 2014 e 66,0% em 2015).

Para mais informações consulte o resumo do documento do INE.

Veja aqui o Comunicado

Relatório, Sumário e Considerações Finais: Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) – INSA

 1º INQUÉRITO NACIONAL DE SAÚDE COM EXAME FÍSICO: RELATÓRIO METODOLÓGICO

O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) é um estudo transversal de prevalência, de base populacional, que tem como finalidade contribuir para a melhoria da saúde dos portugueses, apoiando as atividades nacionais e regionais de observação e monitorização do estado de saúde da população, avaliação dos programas de saúde e a investigação em saúde pública.

Tem como mais-valia o facto de conjugar informação colhida por entrevista direta ao indivíduo, sobre o seu estado de saúde, determinantes de saúde e utilização de cuidados de saúde, com uma componente objetiva de exame físico que inclui medições antropométricas e recolha de sangue para análise laboratorial.

Do projeto são publicados dois relatórios: um primeiro que descreve os materiais, os métodos e os procedimentos que ilustram e justificam o rigor e qualidade dos dados e materiais recolhidos, e um segundo que descreve alguns dos principais indicadores epidemiológicos sobre o estado de saúde, determinantes de saúde e utilização de cuidados, designadamente preventivos, na população portuguesa em 2015.

Realizado a uma amostra probabilística de 4911 pessoas, representativa da população portuguesa a nível nacional e regional, tendo como população-alvo pessoas entre os 25 e os 74 nos de idade, residentes em Portugal Continental ou Regiões Autónomas, do presente inquérito destacam-se os seguintes resultados:

  • A prevalência de hipertensão arterial (Tensão Arterial Sistólica (TAS)≥140 ou Tensão Arterial Diastólica (TAD)≥90 ou a tomar medicação para a hipertensão) foi de 36,0%;
  • A prevalência de obesidade foi de 28,7%, sendo mais elevada no sexo feminino (32,1%) do que no sexo masculino (24,9%);
  • A prevalência de indivíduos que declararam que a situação que melhor descreve as suas atividades de tempo livre era “Ler, ver televisão ou outras atividades sedentárias” foi de 44,8;
  • A prevalência de consumo diário de vegetais ou saladas (incluindo sopa de legumes) foi de 73,3%;
  • A percentagem de indivíduos que referiu ter realizado uma consulta de saúde oral com um dentista, estomatologista, higienista oral ou outro técnico de saúde dentária foi de 51,3%;
  • A percentagem de mulheres que efetuaram uma mamografia (50 aos 69 anos) nos últimos 2 anos e uma citologia cervico-vaginal (25 aos 64 anos) nos últimos 3 anos, foi mais elevada nas mulheres com médico de família atribuído pelo SNS (mamografia: 95,6%; citologia: 87,3%), comparativamente às mulheres sem médico de família atribuído (mamografia: 88,3%; citologia: 79,9%).

O primeiro INSEF realizado em Portugal é promovido e coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge através do seu Departamento de Epidemiologia, em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Publica e em colaboração com as Administrações Regionais de Saúde do Continente e Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Os relatórios serão apresentados na 1ª Conferência do INSEF e ficarão disponíveis online em acesso aberto no repositório científico institucional.

Consulte o 1º INSEF – Relatório metodológico aqui

Consulte o Repositório do INSA sobre esta matéria

INSEF: Sumário e Considerações Finais


INSEF REVELA DIFERENÇAS REGIONAIS E SOCIODEMOGRÁFICAS NA FREQUÊNCIA DE DOENÇAS CRÓNICAS, DETERMINANTES E CUIDADOS DE SAÚDE PREVENTIVOS

Os resultados gerais do primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), promovido e coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, demonstram a existência, em 2015, de importantes diferenças regionais e sociodemográficas na prevalência de algumas doenças crónicas na população portuguesa entre os 25 e os 74 anos de idades. Por exemplo, no caso da obesidade existem diferenças de quase 10% entre o valor mais alto (32,5% na Região Autónoma dos Açores) e o valor mais baixo (23,2% no Algarve), o mesmo acontecendo no caso da diabetes cujo valor mais elevado se observou na região do Alentejo (11,3%) e o mais baixo no Algarve (7,7%).

Estas diferenças verificaram-se igualmente entre grupos sociodemográficos, por exemplo na hipertensão arterial, onde se observou uma prevalência de 62,6% na população sem escolaridade ou apenas com o primeiro ciclo do ensino básico e 15,5% na população com ensino superior. Mesmo tendo em consideração as diferenças etárias e de género entre estes níveis de escolaridade a desigualdade mantém-se elevada (20%).

Entre os determinantes de saúde estudados pelo INSEF, também se encontraram diferenças regionais e sociodemográficas relevantes. No caso do sedentarismo nos tempos livres, observou-se uma diferença de quase 19% entre regiões (33,8% na Região Centro face a 52,5% na Região Autónoma dos Açores) e cerca de 26% no consumo perigoso de bebidas alcoólicas no sexo masculino (25,5% na Região Norte vs 51,6% no Alentejo). O mesmo se verifica nos consumos diários de fruta, onde o grupo etário dos 25 aos 34 anos (68,7%) apresenta um consumo inferior quando comparado com o grupo etário dos 65 aos 74 anos (87,8%), assim como no caso do consumo diário de legumes ou vegetais (62,8%, entre os 25 e os 34 anos vs 80,6%, entre os 65 e os 74 anos).

Na área preventiva, apesar da elevada proporção da população feminina entre os 50 e os 69 anos que foi submetida a mamografia nos últimos dois anos (94,8%), a realização deste exame foi 7,7% mais frequente nas mulheres com médico de família atribuído (95,6%), por comparação com as que não tinham médico de família (88,3%). Situação idêntica foi observada na pesquisa de sangue oculto nas fezes nos últimos dois anos, outro exame importante ao nível da prevenção, sendo 17% mais frequente na população entre os 50 e os 74 anos com médico de família (47,6%), em comparação com a população sem médico de família (30,3%).

O INSEF estudou 4911 pessoas (2265 homens: 46,1% e 2646 mulheres: 53,9%), na sua maioria em idade ativa (84,3% com idade entre os 25 e os 64 anos), cerca de três quintos (63,4%) dos quais “sem escolaridade ou com escolaridade inferior ao ensino secundário” e 11,2% desempregados. Promovido e desenvolvido em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Publica e com as Administrações Regionais de Saúde do Continente e Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, o INSEF é financiado em 85% pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública (EEA Grants) como projeto Pré-definido e pelo Ministério da Saúde (15%).

Os resultados gerais do INSEF foram apresentados publicamente, dia 31 de maio, no auditório do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa conferência que contou com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. Este Inquérito tem como mais-valia o facto de conjugar informação colhida por entrevista direta ao indivíduo (sobre o seu estado de saúde, determinantes de saúde e utilização de cuidados de saúde, incluindo preventivos) com dados de uma componente objetiva de exame físico e recolha de sangue.

Consulte o 1º INSEF – Relatório metodológico aqui

Consulte o Repositório do INSA sobre esta matéria

INSEF: Sumário e Considerações Finais



 INSTITUTO RICARDO JORGE DIVULGA RESULTADOS DE INQUÉRITO NACIONAL DE SAÚDE COM EXAME FÍSICO
1ª Conferência INSEF: um olhar atento à saúde dos portugueses

Os resultados gerais do primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), promovido e coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, foram apresentados publicamente, dia 31 de maio, no auditório do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. A “1ª Conferência Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico: um olhar atento à saúde dos portugueses” contou com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Os primeiros resultados do INSEF divulgados incidiram sobre as desigualdades sociodemográficas da distribuição do estado de saúde (obesidade, diabetes, colesterolémia, hipertensão arterial), dos determinantes de saúde e fatores de risco (atividade física, alimentação, tabaco, álcool) e dos cuidados de saúde (saúde oral, análises clínicas, rastreios a doença oncológica) da população residente em Portugal em 2015.

O INSEF tem como finalidade contribuir para a melhoria da saúde dos portugueses, apoiando as atividades nacionais e regionais de observação e monitorização do estado de saúde da população, avaliação dos programas de saúde e a investigação em saúde pública. Tem como mais-valia o facto de conjugar informação colhida por entrevista direta ao indivíduo (sobre o seu estado de saúde, determinantes de saúde e utilização de cuidados de saúde, incluindo preventivos) com dados de uma componente objetiva de exame físico e recolha de sangue.

O INSEF é promovido e desenvolvido em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Publica e com as Administrações Regionais de Saúde do Continente e Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Tem um orçamento total de um milhão e meio de euros, financiado em 85% pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública (EEA Grants) como projeto Pré-definido e pelo Ministério da Saúde (15%).

Este é o primeiro Inquérito realizado a uma amostra probabilística de 4911 pessoas, representativa da população portuguesa a nível nacional e regional, que segue os procedimentos definidos pelo Centro de Referência para Inquéritos de Saúde com Exame Físico do Instituto Nacional de Saúde e Bem-estar da Finlândia. A população alvo consistiu nas pessoas entre os 25 e os 74 nos de idade, residentes em Portugal Continental ou Regiões Autónomas.

Consulte o 1º INSEF – Relatório metodológico aqui

Consulte o Repositório do INSA sobre esta matéria

INSEF: Sumário e Considerações Finais