Espirometrias no Algarve: Mais de 1600 exames nos centros de saúde da região até julho 2017

20/09/2017

Os centros de saúde do Algarve realizaram 1.665 espirometrias entre dezembro de 2016 e julho de 2017, no âmbito do projeto-piloto de implementação de uma rede de espirometrias nos Cuidados de Saúde Primários, para diagnóstico precoce e prevenção das Doenças Pulmonares Obstrutivas Crónicas (DPOC).

Os resultados deste projeto pioneiro desenvolvido nas regiões do Algarve e Alentejo, integrado no Programa Nacional das Doenças Respiratórias, foram apresentados no dia 19 de setembro, no auditório da Unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

A sessão de apresentação do relatório do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias relativo a 2017 e do relatório do projeto-piloto de implementação de uma Rede de Espirometria nas Administrações Regionais de Saúde do Alentejo e Algarve contou, entre outras, com a participação do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, do Diretor-Geral da Saúde, Francisco George, do Presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, e da Presidente do Conselho de Administração do CHUA, Ana Paula Gonçalves.

O projeto-piloto, que teve início em outubro de 2016 na ARS Alentejo e, em dezembro de 2016, na ARS Algarve, tem permitido reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce das DPOC e garantir um tratamento adequado e articulado entre os cuidados de saúde primários de proximidade e os cuidados de saúde hospitalares, sendo que os resultados até agora existentes representam um enorme avanço na acessibilidade à espirometria de uma forma internalizada, de acordo com o balanço apresentado pela Diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, Cristina Bárbara.

«O relatório deste ano apresenta um balanço muito positivo, aponta para uma redução significativa dos internamentos das doenças respiratórias crónicas, particularmente da asma e DPOC, e para um grande incremento da capacidade diagnóstica destas duas patologias ao nível dos cuidados de saúde primários», destacou a responsável, sublinhando que «este ano, o programa teve um grande enfoque em duas regiões – Alentejo e Algarve –, onde foram implementados os projetos-piloto para realizar as espirometrias nos centros de saúde».

Segundo Cristina Bárbara, «até ao momento, já se efetuaram nas duas regiões mais de três mil espirometrias, o que aumenta muito a probabilidade de identificar os doentes numa fase mais precoce e começar a tomar medidas, nomeadamente, preventivas, como sejam a vacinação para a gripe, a terapêutica adequada e a cessação tabágica. Uma vez tomadas estas medidas nestes doentes identificados precocemente é possível evitar e vir a reduzir os internamentos».

No mesmo âmbito, o Presidente da ARS Algarve, Paulo Morgado, salientou que «no Algarve, até 31 de julho de 2017, nos três Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), já fizemos 1.665 espirometrias, das quais 63,1% resultaram normais, 23,8% apresentaram padrões obstrutivos. Ou seja, conseguimos fazer mais diagnósticos e identificar mais doentes e isso terá, com certeza, um impacto muito positivo na saúde dos nossos cidadãos».

O dirigente reforçou que com este programa «queremos mais e melhor diagnóstico, queremos mais e melhor tratamento, queremos mais e melhor prevenção e que isso conduzirá a menos internamentos e menos mortalidade. Estamos a fazer mais consultas de cessação tabágica, temos consultas em todos os ACES. Estamos a apostar que os nossos doentes com estas patologias possam viver mais e melhor durante mais anos».

No mês de outubro «vamos iniciar o programa-piloto de reabilitação respiratória no ACES Sotavento, nos centros de saúde de Tavira e de Vila Real de Santo António, completando assim tudo aquilo que é a fase do diagnóstico, depois com a reabilitação destes doentes, em estreita articulação com o Serviço de Pneumologia do CHUA, que irá fazer um estudo científico com base nestes doentes. Durante 2018 queremos estender este programa de reabilitação respiratória a todos os ACES do Algarve», acrescentou.

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, que presidiu à sessão, fez questão de enaltecer o trabalho desenvolvido por todos os profissionais de saúde envolvidos neste programa, destacando «o sucesso muito elevado no Alentejo e no Algarve», onde «houve um aumento de cerca de 600% de espirometrias realizadas». O governante salientou, também, que «é um valor extremamente significativo, ou seja, os doentes do Algarve e do Alentejo podem mais facilmente ser diagnosticados, orientados, tratados e ter melhor qualidade de vida».

Destacando a valorização do diagnóstico precoce deste projeto, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde realçou, ainda, que «isto para o país representa também um reforço financeiro, significa menos absentismo e mais produtividade e, acima de tudo, mais qualidade de vida, sendo que agora queremos alargar às restantes regiões, de modo a que haja equidade na capacidade do diagnóstico precoce».

A espirometria é o exame disponível indicado para a confirmação do diagnóstico de DPOC e permite avaliar a gravidade da doença e orientar a adequada prescrição médica, o que se traduz numa redução de consultas, numa diminuição das necessidades de internamento hospitalar, em menor absentismo laboral e em melhor qualidade de vida do doente.

Este aumento da capacidade para diagnosticar a DPOC irá condicionar ganhos significativos em saúde, decorrentes da possibilidade de diagnosticar e tratar os doentes numa fase mais precoce da doença.

Em Portugal, o peso da mortalidade por doenças respiratórias tem vindo progressivamente a aumentar e constitui a terceira principal causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares e ao cancro, tendo em 2015 representado pouco mais de 12% do total de causas de morte.

De acordo com o Relatório de 2017 do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, as taxas de mortalidade por doença respiratória (excluindo o cancro do pulmão e a tuberculose) evidenciam uma redução da mortalidade prematura, sendo o aumento no número absoluto de mortes decorrente da mortalidade acima dos 65 anos.

Portugal integra, de acordo com o último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o grupo dos países com menor mortalidade por asma e DPOC. Analisando a mortalidade padronizada por asma, demonstra-se que esta mortalidade ocorre, sobretudo, nas faixas etárias acima dos 65 anos, com valores, em 2015, de 4 por 100.000 habitantes, sendo a taxa de mortalidade padronizada abaixo de 65 anos de 0,1 por 100.000 habitantes.

Ao nível da DPOC, verifica-se uma redução sustentada da mortalidade a partir dos 65 anos, com um decréscimo de 8,8%, em 2015 comparativamente a 2009. A mortalidade padronizada abaixo dos 65 anos é baixa, com um valor de 1,3 mortes por 100.000 habitantes sendo estável desde 2009.

Ao nível dos internamentos evitáveis, Portugal destaca-se por ser o país da OCDE com menos internamentos sensíveis a cuidados de ambulatório por asma e por DPOC. De facto, o número de utentes ativos com o diagnóstico de asma e DPOC nos Cuidados de Saúde Primários tem aumentado de forma sustentada, mostrando um incremento em 2016 de 234% e 241%, respetivamente, quando comparamos com 2011.

Ao nível das pneumonias, não obstante constituírem a principal causa de mortalidade por doença respiratória em Portugal, importa destacar a evidência de uma redução na taxa de mortalidade padronizada, abaixo dos 65 anos, com uma redução em 2015 de 23,5% comparativamente a 2009. De destacar também o decréscimo consistente, no período entre 2011-2016, dos internamentos por pneumonia bacteriana, sendo a redução em 2016 de 4% relativamente a 2011.

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Algarve | Postos de Saúde de Praia: Registados mais de 2.400 atendimentos durante o mês de julho

11/08/2017

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve divulga que, durante o mês de julho de 2017, foi realizado um total de 2.413 atendimentos nos 32 Postos de Saúde de Praia disponibilizados ao longo da costa algarvia, no âmbito do Plano de Verão 2017.

Em funcionamento desde o dia 4 de julho de 2016, e disponibilizados pela Administração Regional de Saúde do Algarve, através de um protocolo de colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa, os Postos de Saúde de Praia têm como objetivo assegurar cuidados de saúde de enfermagem e dar resposta a situações clínicas que possam ser tratadas no local ou, em caso de necessidade, encaminhar o utente para uma unidade de saúde mais adequada.

Do total dos atendimentos efetuados, correspondem a:

  • Tratamentos e suturas – 1.315
  • Picadas de peixe-aranha e insetos – 378
  • Medição de pressão arterial – 437
  • Administração de injetáveis – 109
  • Testes de glicemia  – 143
  • Encaminhamentos para outras unidades de saúde – 31

Os postos de saúde com maior número de atendimentos foram os de Armação de Pêra, Ilha da Culatra e Ilha da Armona.

Do total de pessoas atendidas, durante o período em causa, mês de julho de 2017, constata-se que cerca de 66,8% não são residentes na região do Algarve (50,8% são residentes noutras regiões do país e 16% são estrangeiros) e os restantes 33,2% são residentes no distrito de Faro, percentagens que se justificam dado o elevado número de turistas, nacionais e estrangeiros, que se encontram na região algarvia nesta época do ano, refere a ARS.

Com o horário de atendimento entre as 10 e as 19 horas, os Postos de Praia, que têm como objetivo assegurar cuidados de saúde de enfermagem e dar resposta a situações clínicas que possam ser tratadas no local ou, em caso de necessidade, encaminhar o utente para uma unidade de saúde mais adequada, vão manter-se em funcionamento até ao dia 17 de setembro de 2017.

Para saber mais, consulte:

ARS Algarve > Plano de Verão 2017

Dia Mundial das Hepatites | 28 julho: Lisboa acolhe apresentação do Programa Nacional

27/07/2017

O Dia Mundial contra as Hepatites assinala-se, anualmente, a 28 de julho. A celebração tem como objetivo clarificar aspetos referentes à infeção, sublinhar a sua prevalência a nível mundial, sensibilizar para a necessidade de investir na prevenção e informar os doentes, os seus familiares e a população em geral.

Na data, 28 de julho, vai ter lugar a apresentação do relatório do Programa Nacional para as Hepatites Virais| 2016-2017 e das linhas estratégicas do Programa Nacional para as Hepatites Virais| 2017-2018, a partir das 10h30, no Largo Agostinho da Silva, Lisboa.

A iniciativa é organizada pelo Ministério da Saúde, com o apoio da Junta de Freguesia da Misericórdia, e conta com Rui Reininho, na apresentação do testemunho «Hepatite C na primeira pessoa». A conversa é conduzida por Maria do Céu Machado, Presidente do INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

A sessão de encerramento está a cargo do Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Elimine as Hepatites

Na 69.ª Assembleia Mundial da Saúde, que decorreu entre os dias 23 e 28 de maio de 2016, em Genebra, 194 Governos adotaram a Estratégia Global da Hepatite Viral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem por objetivo eliminar as hepatites B e C nos próximos 13 anos. Foi lançado o NOhep, o primeiro movimento global para eliminar a hepatite viral até 2030.

Em 2017, o Dia Mundial contra as Hepatites comemora-se sob o tema «Elimine as Hepatites».

Para saber mais, consulte:

Hepatite A – Atualização a 23 de julho 2017 – DGS

Hepatite A - Atualização a 23 de julho 2017

Boletim Epidemiológico atualizado da atividade epidémica da Hepatite A em Portugal.

Veja todas as relacionadas em:

Informação do Portal SNS:

Confirmados 402 casos e administradas 3.000 vacinas.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulga que Portugal tem 402 casos confirmados de hepatite A, num total de 425 notificados desde o início do ano, 2017.

Há um mês, Portugal tinha 322 casos confirmados de hepatite A, num total de 378 notificados desde o início do ano.

De acordo com os dados do último balanço da DGS, este surto, que começou no início do ano e afeta outros países europeus, atingiu sobretudo homens (88%) e em mais de metade dos casos (52%) o contágio deu-se por contacto sexual.

A maioria dos casos notificados ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo (318) e, de todos os casos confirmados, em 204 o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge identificou a mesma estirpe de vírus.

Reforço da vacinação e recomendações

A Direção-Geral da Saúde, tendo em conta o surto de hepatite A, promoveu o reforço da vacinação antes dos grandes festivais de verão e aconselha a adoção de medidas de prevenção durante estes eventos e, após, a vigilância de sintomas compatíveis com os da hepatite A.

No passado mês de maio, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes deixaram de precisar de submeter o pedido de vacinação à Direção-Geral da Saúde, bastando ter a prescrição do médico.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o «stock» de vacinas, de modo a que chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

Desde o dia 3 de abril foram administradas cerca de 3.000 vacinas, das quais 80% na região de Lisboa e Vale do Tejo, a quase totalidade em contexto de pré-exposição, revela a Direção-Geral da Saúde.

Consulte:

Direção-Geral da Saúde > Hepatite A – Atualização a 23 de julho 2017