Artigo: Quantificação de Iodo em Alimentos Consumidos em Portugal – Resultados Preliminares – INSA

Com o objetivo de caracterizar o teor de iodo em alimentos representativos da dieta portuguesa, o Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Ricardo Jorge efetuou um estudo onde analisou os seguintes seis grupos de alimentos: peixes, mariscos e bivalves, leite e derivados, vegetais, fruta e refeições compostas. Os resultados preliminares deste trabalho mostram que uma alimentação rica em peixe e laticínios supre a dose diária adequada (150 μg/dia) para adultos saudáveis, não gestantes.

Para a realização deste estudo, foram analisados 480 alimentos, tendo o teor de iodo sido determinado através da técnica de espectrometria de massa com plasma indutivo acoplado (ICP-MS). De acordo com os autores deste trabalho, “quantificar iodo em alimentos como consumidos, permite estimar o seu aporte diário com dados reais, revelando-se muito útil por não existirem, na literatura científica tabelas com dados de retenção de iodo em alimentos quando cozinhados”.

O pescado, compreendendo todos os alimentos provenientes do mar, é o grupo mais rico em iodo, variando entre um máximo de 114 μg/100g (mariscos e bivalves) e um mínimo de
32 μg/100g (peixe). Entre os alimentos estudados, no grupo dos laticínios, constatou-se semelhança entre o teor de iodo no leite (16±1 μg/100g) e no iogurte (18±0,2 μg/100g).

O iodo é um elemento vestigial essencial na dieta humana e animal, sendo indispensável para a síntese das hormonas da tiroide, tiroxina e triiodotironina, cujo principal papel está relacionado com o crescimento e desenvolvimento dos órgãos, em particular do cérebro. A fonte natural de iodo são os alimentos. A deficiência crónica de iodo pode levar a distúrbios que incluem alterações cognitivas com diminuição das capacidades de aprendizagem, bócio, mortalidade infantil e hipotiroidismo.

Estes dados são apresentados no artigo “Quantificação de iodo em alimentos consumidos em Portugal: resultados preliminares”, publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações. Para consultar o artigo de Inês Delgado, Inês Coelho, Pedro Andrade, Carolina Antunes, Isabel Castanheira e Maria Antónia Calhau, clique aqui.

Artigo: Em Casa ou no Lazer o Acidente Pode Acontecer: Resultados Preliminares do Sistema Evita de 2010 a 2014

Sabia que é em casa que se dão a maioria dos acidentes? São os chamados Acidentes Domésticos e de Lazer (ADL) que atingem os indivíduos ao longo de toda a sua vida, em especial as crianças e os seniores. Só na União Europeia, entre 2008-2010, ocorreram 233.000 mortes por acidente, das quais 42 por cento (98 891) foram ADL com 22 865 000 hospitalizações.

Os acidentes mortais são a face mais visível deste fenómeno mas muitas pessoas ficam com incapacidade permanente e com incapacidade temporária, dando origem a elevadas perdas humanas, sociais e de produtividade. Embora os sistemas de vigilância existentes não sejam exaustivos na recolha de informação sobre esta matéria, o projeto europeu JAMIE – Joint Action on Monitoring Injuries in Europe e o projeto nacional EVITA – Epidemiologia e Vigilância dos Traumatismos e Acidentes, que participa no sistema europeu, produzem informação regular a partir da recolha de dados numa amostra de serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Criado em 2000 pelo Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, o sistema EVITA tem como objetivo contribuir para a vigilância dos ADL através da determinação das frequências e tendências respetivas, e das características das vítimas, das situações e dos agentes envolvidos, e da identificação de situações de risco e de produtos perigosos que possam estar envolvidos, de modo a suportar com evidência o desenvolvimento de políticas e medidas de prevenção adequadas. 

O EVITA estudou os ADL registados nas urgências do SNS, cuja causa não fosse doença, acidente de viação, acidente de trabalho ou violência, durante o período entre 1 de janeiro 2010 e 30 de setembro de 2014, apresentado os resultados neste artigo publicado na última edição do Boletim Epidemiológico “Observações”.

Durante esse período foram analisados 24.752 casos de ADL. Verificou-se um maior número de ADL nos indivíduos de sexo masculino entre os 0 a 54 anos e nos indivíduos de sexo feminino com 55 anos e mais anos. No total, a percentagem de ADL foi superior no sexo masculino (52,8 por cento) em relação ao feminino (47,2 por cento). As quedas ao mesmo nível foram as que mais contribuíram para o número de ADL e os tipos de lesão mais frequentes em consequência destes acidentes foram as contusões/hematomas.

Autores: Mariana Neto, Emanuel Rodrigues

Fique a conhecer aqui este trabalho.