Inquérito Serológico Nacional 2015-2016 revela imunidade elevada na população portuguesa – INSA

imagem do post do Inquérito Serológico Nacional 2015-2016 revela imunidade elevada na população portuguesa

31-10-2017

Os resultados do Inquérito Serológico Nacional (ISN) 2015-2016, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através dos seus departamentos de Doenças Infeciosas e de Epidemiologia, demonstram que a implementação do Plano Nacional de Vacinação (PNV) em Portugal teve como consequência uma elevada proporção de pessoas imunizadas relativamente às doenças abrangidas pelo PNV. Os resultados mostram níveis de imunidade protetora idênticos ou superiores ao último inquérito serológico (2001-2002).

Os resultados do ISN 2015-2016, obtidos para as doenças evitáveis pela vacinação, indicam que mais de 92% dos indivíduos estudados possuem anticorpos para os agentes causadores do tétano, poliomielite, rubéola e sarampo. Em relação à toxina tetânica (tétano), por exemplo, foram detetados anticorpos em todos os indivíduos estudados, embora 1,6% apresentassem valores de concentração abaixo do preconizado como garantia de imunidade.

Outro dos principais resultados do ISN 2015-2016 indica que não existem diferenças consideráveis no que diz respeito aos valores de seroprevalência apurados para as sete regiões NUTS II. Contudo, para alguns grupos etários, a proporção de indivíduos com anticorpos para tétano, vírus da poliomielite tipo 1, rubéola e sarampo, foi menor do que a observada no inquérito serológico de 2001-2002, facto que merece reflexão e justifica a realização de estudos adicionais que clarifiquem as causas do observado.

Pela primeira vez, o ISN incluiu o estudo da prevalência de infeções sexualmente transmissíveis (IST) com impacto em saúde pública, nomeadamente infeção por Chlamydia trachomatis, sífilis, infeção por VIH e hepatite C. Nesta componente do ISN 2015-2016 (IST), foram estudados apenas indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos.

Para C. trachomatis, foi apurada uma prevalência de 2,7%, valor em consonância com as estimativas europeias de prevalência para a faixa etária avaliada neste estudo (18 a 35 anos), enquanto a seroprevalência para T. pallidum foi de 2,4%, observando-se valores mais elevados nas idades mais avançadas, que poderão ser explicados pela elevada incidência da sífilis em Portugal nas décadas de 60 e 70 do século passado.

Realizado numa amostra de base populacional desenhada de forma a ser representativa da população residente no país, estratificada por região e grupo etário, o ISN 2015-201 é o 3º inquérito efetuado em Portugal mas o primeiro a incluir as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores. Teve como principal objetivo determinar a prevalência de anticorpos específicos para os agentes das doenças evitáveis pela vacinação que integram o PNV, bem como a prevalência de alguns agentes infeciosos associados a IST com impacto em saúde pública.

O recrutamento de participantes foi efetuado nos Laboratórios de Análises Clínicas dos parceiros deste estudo e contou ainda com a colaboração de outros Laboratórios de Análises Clínicas, Hospitais e dos Serviços de Saúde das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, tendo sido recrutados 4866 indivíduos com idade igual ou superior a 2 anos. O ISN 2015-2016 contou com um financiamento de cerca de 700 mil euros, dos quais 85 por cento assegurados pela Islândia, Liechtenstein e Noruega, através do Programa Iniciativas em Saúde Pública dos EEA Grants, e 15% pelo Estado Português.

Relatório: Vacinação Antigripal da População Portuguesa − Época 2015/2016

No âmbito da 5ª Reunião da Vigilância Epidemiológica da Gripe em Portugal, o Instituto Ricardo Jorge divulga o relatório anual Vacinação antigripal da população portuguesa, elaborado pelo seu Departamento de Epidemiologia.

A presente publicação divulga a cobertura e caraterísticas do ato vacinal referente à época 2015/2016.

As principais conclusões apresentadas são:

  • As estimativas da cobertura da vacina antigripal na época 2015/2016 foram: 16,2% na população geral; 50,1% nos indivíduos com 65 e mais anos; 30,5% nos indivíduos portadores de doenças crónicas;
  • A estimativa pontual da taxa de cobertura da vacina antigripal na população em geral e na população com 65 e mais anos é equivalente à estimada na época anterior (2014/2015);
  • A maioria dos indivíduos com 65 e mais anos (64,3%) refere pretender vacinar-se na época 2016/2017.

Os resultados obtidos constituem informação útil para a orientação e planeamento de medidas de prevenção e controlo da gripe de forma precisa.

Veja aqui o Relatório

Consulte o repositório aqui.

Veja todas as relacionadas em:

Gripe