Estudo – Carga Global da Doença em Portugal: um novo olhar sobre a saúde dos portugueses

Os estudos da carga global da doença (Global Burden of Disease) oferecem uma perspetiva única sobre a saúde, uma vez que, ao mesmo tempo que integram num único indicador ou medida de saúde a morte, a doença e a incapacidade, também permitem a análise de cada um desses componentes separadamente. Este indicador (DALY, Disability Adjusted Life Years) combina as estimativas dos anos de vida perdidos por morte prematura (YLL, Years of Life Lost) e dos anos de vida perdidos por doença e/ou incapacidade (YLD, Years Lived with Disability).

Estes estudos também permitem aos países ganhar maior conhecimento sobre onde poderão obter maiores ganhos em saúde e, portanto, para onde deverão canalizar prioritariamente os seus esforços. A informação gerada por estes estudos apoia a construção de uma resposta conjunta aos desafios colocados pelo envelhecimento da população, pelas mudanças nos padrões de doença e respetivos fatores de risco, bem como pelos custos cada vez mais elevados dos cuidados de saúde. Estas análises também ajudam a identificar lacunas na informação disponível e, portanto, a estabelecer prioridades de investigação.

Em fevereiro de 2017 a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto para as Métricas e Avaliação em Saúde (Institute for Health Metrics and Evaluation – IHME) assinaram um protocolo com vista à melhoria das estimativas da Carga Global da Doença (Global Burden of Disease – GBD) a nível nacional e, ao longo do tempo, efetuar trabalho conjunto para o desenvolvimento de estimativas a nível regional e local.
Este momento teve lugar no V Congresso Nacional de Saúde Publica, que se realizou no Porto e onde esteve presente o Senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A Direção-Geral da Saude (DGS), em colaboração com o Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), elaborou um relatório a partir dos dados do estudo mundial da Carga Global da doença (GBD) disponibilizados pelo IHME em meados de Setembro, que se reportam a um período alargado no tempo: 1990-2016. Este destaque é a antevisão do 1º relatório sobre a Carga Global da Doença em Portugal (portanto, de âmbito nacional) efetuado em colaboração com o IHME.

Para mais informações consulte aqui o destaque.

1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico: cuidados preventivos dos portugueses em 2015 – Relatório – INSA

imagem do post do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico: cuidados preventivos dos portugueses em 2015 – Relatório

06-10-2017

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, publica o terceiro relatório de resultados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) relativo aos cuidados preventivos da população residente em Portugal, em 2015, com idade compreendida entre os 25 e os 74 anos. O relatório contém um conjunto de indicadores obtidos através de dados recolhidos na componente de entrevista do inquérito.

A publicação apresenta resultados da frequência da realização de consultas de saúde oral, de análises clínicas (glicémia, colesterolémia e triglicéridémia) e de exames complementares de diagnóstico associados à prevenção de algumas doenças oncológicas (mamografia, citologia cervico-vaginal e pesquisa de sangue oculto nas fezes). Todos estes indicadores são apresentados por sexo, grupo etário, região, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e atribuição de médico de família pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Dos resultados obtidos destacam-se os seguintes:

  • Nos 12 meses anteriores à entrevista, 51,3% da população referiu ter realizado uma consulta de saúde oral. O motivo mais reportado para essa consulta foi o tratamento de rotina (43,1%), seguido do tratamento de emergência (39,4%);
  • Referiram nunca ter realizado análises clínicas 0,3% da população, enquanto 69,7% referiu tê-lo feito no último ano;
  • Das mulheres com idade entre os 50 e os 69 anos 94,8% reportou ter realizado uma mamografia nos 2 anos anteriores à entrevista;
  • Das mulheres com idade entre os 25 e os 64 anos 86,3% referiu ter realizado uma citologia cervico-vaginal nos 3 anos anteriores à entrevista;
  • Quase metade (45,7%) da população residente em Portugal com idade compreendida entre os 50 e os 74 anos referiu ter realizado pesquisa de sangue oculto nas fezes nos 2 anos anteriores à entrevista;
  • Estes indicadores apresentam variação ao nível regional, por sexo, nível de escolaridade, situação perante o trabalho e ter ou não médico de família atribuído pelo SNS.

Realizado a uma amostra probabilística de 4911 indivíduos, representativa da população portuguesa a nível nacional e regional, o primeiro INSEF foi promovido e coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública e em colaboração com as Administrações Regionais de Saúde do Continente e as Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

O Projeto Pré-definido, no âmbito do qual foi desenvolvido o INSEF, foi financiado em 85% pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública e em 15% pelo Ministério da Saúde, tendo beneficiado de um apoio financeiro de 1.5M € concedido pela Islândia, Liechtenstein e Noruega através das EEA Grants.

Consulte, em acesso aberto, o relatório de resultados INSEF 2015−Cuidados Preventivos. Saiba mais sobre o INSEF no microsite do projeto.

1º Inquérito Nacional de Saúde com exame físico: determinantes de saúde dos portugueses em 2015 – Relatório – INSA

29-09-2017

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, publica o segundo relatório de resultados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) relativo aos determinantes de saúde da população residente em Portugal, em 2015, com idade compreendida entre os 25 e os 74 anos. O relatório contém um conjunto de indicadores obtidos através de dados recolhidos na componente de entrevista.

A publicação apresenta as prevalências do consumo e da exposição ao fumo ambiental de tabaco, do consumo excessivo de álcool numa única ocasião (binge drinking), de sedentarismo, da prática de exercício físico e do consumo diário de frutas e de vegetais. Todos estes indicadores são apresentados por sexo, grupo etário, região, nível de escolaridade e situação perante o trabalho.

Dos resultados obtidos destacam-se os seguintes:

  • Em 2015, a prevalência de fumadores foi de 28,3% nos homens e de 16,4% nas mulheres. A prevalência do consumo de tabaco diminuiu com a idade, tanto nos homens como nas mulheres;
  • A exposição ao fumo ambiental de tabaco foi reportada por 12,8% da população;
  • A prevalência de sedentarismo foi de 44,8%, sendo mais elevada nas mulheres (48,5%), do que nos homens (40,6%). Cerca de um terço da população (34,2%) declarou praticar, pelo menos uma vez por semana, alguma atividade física regular de forma a transpirar e/ou sentir cansaço;
  • Aproximadamente 70% e 80% da população referiu consumir diariamente vegetais e fruta, respetivamente;
  • Estes indicadores apresentam variação ao nível regional, por sexo, nível de escolaridade e situação perante o trabalho.

Realizado a uma amostra probabilística de 4911 indivíduos, representativa da população portuguesa a nível nacional e regional, o primeiro INSEF foi promovido e coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública e em colaboração com as Administrações Regionais de Saúde do Continente e as Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

O Projeto Pré-definido, no âmbito do qual foi desenvolvido o INSEF, foi financiado em 85% pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública e em 15% pelo Ministério da Saúde, tendo beneficiado de um apoio financeiro de 1.5M € concedido pela Islândia, Liechtenstein e Noruega ,através das EEA Grants.

Consulte, em acesso aberto, o relatório de resultados INSEF 2015−Determinantes de Saúde. Saiba mais sobre o INSEF no microsite do projeto.

Cerca de 7,8 milhões de portugueses apresentam ingestão elevada de sódio

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16-03-2017

Cerca de 3,5 milhões de mulheres (65,5%) e 4,3 milhões de homens (85,9%) em Portugal apresentam uma ingestão de sódio acima do nível tolerado. Esta é uma das conclusões do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF) 2015-2016, cujos resultados foram apresentados, dia 16 de março, no salão nobre da Reitoria da Universidade do Porto.

A ingestão média de sódio é de 2848 mg/dia (equivalente a 7,3 g de sal), superior no sexo masculino. Os alimentos que mais contribuem para o aporte de sódio são o pão e tostas, a charcutaria e a sopa, revelam os resultados deste projeto coordenado pela Universidade do Porto e no qual o Instituto Ricardo Jorge participou através do seus departamentos de Promoção da Saúde e de Prevenção de Doenças Não Transmissíveis e de Alimentação e Nutrição.

Outra das conclusões deste estudo indica que o consumo de carne vermelha, associado a risco de cancro do cólon (mais de 100 gramas por dia), é realizado por mais de 3,5 milhões de portugueses, 34% da população (8,3% nas crianças, 43,0% nos adolescentes, 45,8% nos adultos e 22,9% nos idosos).

Comparando com as recomendações da Roda dos Alimentos, os portugueses estão a consumir proporcionalmente mais 10% de carne, pescado e ovos e 2% de laticínios, e pelo contrário menos fruta (-6%) e produtos hortícolas (-12%), bem como cereais (-12%). Por outro lado, mais de metade da população portuguesa não cumpre a recomendação da Organização Mundial da Saúde de consumir mais de 400g/dia de fruta e produtos hortícolas (equivalente a 5 ou mais porções diárias).

A inadequação é superior nas crianças e nos adolescentes, dos quais 69% e 66% não cumprem as recomendações. As regiões com maior incumprimento das recomendações são os Açores (69%) e a Madeira (60%), sendo o Algarve a região com menor prevalência de inadequação (47%).

O consumo elevado de álcool foi também verificado neste inquérito, em particular nos idosos, registando-se em 5% desse grupo a ingestão de um litro de bebida alcoólica por dia, sendo o vinho o produto mais frequentemente consumido. Na população com mais de 15 anos, 5,4% das mulheres e 24,3% dos homens consome álcool excessivamente.

O IAN-AF permitiu a criação de uma base descritiva com informação de representatividade nacional e regional sobre três grandes domínios: a alimentação e nutrição, a atividade física e o estado nutricional da população portuguesa. O primeiro Inquérito Alimentar Nacional (IAN) foi realizado, em 1980, pelo Centro de Estudos de Nutrição do Instituto Ricardo Jorge, com a colaboração do então Ministério da Agricultura e Pescas.

O IAN-AF foi financiado pelo Programa Iniciativas em Saúde Pública, EEA-Grants. Este programa resulta do Memorando de Entendimento celebrado entre o Estado Português e os países doadores (Islândia, Liechtenstein e Noruega) do Mecanismo Financeiro do Espaço Europeu. Para consultar a apresentação Sumária de resultados do IAN-AF 2015-2016, clique aqui.