20 Anos de Existência do Registo Nacional de Anomalias Congénitas (RENAC) – INSA

De forma a assinalar os 20 anos de existência do Registo Nacional de Anomalias Congénitas (RENAC), considerando a fase com cobertura nacional, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) disponibiliza a coleção completa dos relatórios do RENAC em formato digital, assim como um resumo histórico do registo.

Esta iniciativa surge em complemento à publicação do relatório que reúne 11 anos de vigilâncias de Anomalias Congénitas (AC) em Portugal (2000-2010).

Coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Epidemiologia, o RENAC é um registo nosológico de base populacional que recebe notificações da ocorrência de AC no Continente e Regiões Autónomas. Tem como principais fontes de informação os Serviços Hospitalares de Obstetrícia e Pediatria. São fontes de informação complementar os Serviços de Anatomia Patológica, as especialidades Pediátricas e os Laboratórios de Citogenética e Genética molecular.

O RENAC fornece informações que permitem fazer uma avaliação da situação portuguesa, a qual destina-se principalmente aos profissionais de saúde, investigadores e decisores políticos para apoio ao desenvolvimento de ações de prevenção do aparecimento de AC e sua deteção precoce, mas também de atividades que melhorem a qualidade de vida das pessoas afetadas por estas anomalias.

As AC são constituídas por anomalias estruturais ou funcionais, que ocorrem durante a gravidez e podem ser detetadas na fase pré-natal, ao nascer ou durante a vida do indivíduo. As AC podem provocar incapacidade a longo prazo, com impacte significativo sobre os indivíduos, as famílias, os sistemas e serviços de saúde e a sociedade. As AC tornaram-se nas últimas décadas uma das principais causas de mortalidade e morbilidade infantil, sendo por isso um importante problema de saúde pública.

São diversas as entidades nosológicas que se encontram na génese de uma anomalia congénita, algumas ainda com aspetos por esclarecer. No entanto, não há dúvida que podem ser secundárias a fatores teratogénicos ou mutagénicos, como foi exemplo o uso da Talidomida no início da gravidez nos anos 50-60 do século passado.

O conhecimento da prevalência das AC, dos seus diversos tipos, as regiões geográficas onde surgem e as características das famílias podem ser um indicador precioso dos efeitos que fatores ambientais, tecnológicos ou sociais podem ter no bem-estar dos indivíduos.

Resumo histórico dos 20 anos RENAC

Nota: O RENAC agradece publicamente a todos os médicos que ao longo destes anos integraram este Registo porque apenas com a concordância e disponibilidade dos serviços hospitalares e de todos os que neles trabalham, é possível concretizar este Registo.