Comissão Técnica do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce reuniu no Porto – INSA

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02-04-2019

A Comissão Técnica Nacional (CTN) do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP) esteve reunida, dia 22 de março, no Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira, no Porto, para apreciar o relatório do PNDP relativo a 2017 e debater vários outros temas relacionados com o programa. Foram ainda discutidas as propostas de alargamento do rastreio neonatal à drepanocitose e hiperplasia congénita das suprarrenais, que se perspetiva num futuro próximo.

Em relação ao relatório de atividades de 2017, a CTN congratulou-se com a manutenção dos excelentes indicadores de cobertura e desempenho do programa, quer em termos globais quer em comparação com os seus congéneres europeus. A CTN é um órgão consultivo do PNDP constituído por peritos de reconhecido mérito, que tem por atribuições acompanhar de forma permanente o desenvolvimento estratégico do programa e o respetivo programa de atividades.

No âmbito do PNDP, são atualmente rastreadas em Portugal 26 doenças: o Hipotiroidismo Congénito, 24 Doenças Hereditárias do Metabolismo e a Fibrose Quística. A cobertura do PNDP é atualmente superior a 99 por cento dos recém-nascidos, o que permite através do rastreio e da confirmação do diagnóstico, o encaminhamento dos doentes para a rede de Centros de Tratamento, sedeados em instituições hospitalares de referência, contribuindo para a prevenção de doenças e ganhos em saúde.

PNDP realiza, desde 1979, testes de rastreio de algumas doenças graves, o chamado “teste do pezinho”, identificando crianças que sofrem de doenças, quase sempre genéticas, que podem beneficiar de tratamento precoce. O exame é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma.

Em 2018, foram estudados 86.827 recém-nascidos no âmbito do PNDP, mais 674 do que em 2017. Todas as análises laboratoriais do PNDP são efetuadas na Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, no Instituto Ricardo Jorge, no Porto. O exame deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia de vida do recém-nascido, porque antes do terceiro dias os valores dos marcadores existentes do sangue do bebé podem não ter valor diagnóstico e após o sexto dia alguns marcadores perdem sensibilidade, havendo o risco de atrasar o início do tratamento.