Dados estatísticos da atividade cirúrgica do SNS em 2016

SNS realiza número máximo de cirurgias em 2016

De acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o número de utentes operados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiu o valor mais elevado de sempre em 2016, tendo-se realizado 568.765 cirurgias, mais 1,5% do que em 2015, e mais cerca de 65.000 do que em 2011.

Também em 2016 se registou o número mais elevado de entradas em lista de inscritos para cirurgia desde que foi constituído o Sistema de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), o que evidencia o aumento da procura dos hospitais do SNS para a realização de atividade cirúrgica.

Por outro lado, o tempo médio de espera dos operados manteve-se cerca dos 3 meses (3,1 meses), tendo-se registado uma melhoria do grau de cumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos para os utentes com níveis de prioridade mais elevados.

Em relação aos tempos de resposta cirúrgicos, importa referir que já em 2017 foi publicada uma portaria que define novos Tempos Máximos de Resposta Garantidos, determinando a redução do tempo máximo de resposta cirúrgica para o nível de prioridade normal, que passa de 270 para 180 dias, o que permitirá baixar os tempos médios de resposta aos utentes do SNS e aumentar a equidade dessa mesma resposta (aproximando os tempos máximos dos tempos médios de resposta cirúrgica). Esta portaria permite ainda, pela primeira vez no SNS, medir o tempo de resposta completo que é assegurado ao utente na globalidade do seu trajeto no hospital.

Importa ainda destacar que as intervenções cirúrgicas no SNS são realizadas de acordo com critérios claros, transparentes e escrutináveis, que consideram a prioridade clínica e a antiguidade da inscrição em lista, e que o número de utentes que foram inscritos e operados no mesmo dia registou o valor mais baixo de sempre em 2016 (22.013, que compara com 26.763 em 2012 ou com 25.951 em 2011), totalizando cerca de 3,8% dos utentes operados. Estas situações correspondem a situações específicas em que as direções clínicas dos serviços autorizam as intervenções cirúrgicas por razões pontuais e concretas, como seja a rentabilização dos tempos disponíveis para utilização dos blocos operatórios, por exemplo.

A melhoria da atividade cirúrgica no SNS tem vindo a ser consolidada nos últimos anos, destacando-se o elevado desempenho alcançado em termos de cirurgia de ambulatório, que registou no final de 2016, pela primeira vez, um total de 60% de cirurgias efetuadas em ambulatório, e a criação, em maio de 2016, do Programa de Incentivo à Realização de Atividade Cirúrgica no SNS, o qual veio reforçar a articulação entre os hospitais públicos na resposta aos utentes do SNS.

Para saber mais, consulte:

Administração Central do Sistema de Saúde, IP – http://www.acss.min-saude.pt

Transformação Digital na Saúde: Governo Compromete-se Com a Proteção dos Dados em Saúde

Dados de saúde são muito pretendidos e devem ser protegidos

A Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, esteve presente na abertura do evento Portugal eHealth Summit, sobre a transformação digital na saúde, onde reconheceu que os dados de saúde “são muito pretendidos” e que, por isso, devem ser protegidos para apenas serem usados para tratar melhor a saúde dos utentes.

Para a Ministra haverá ainda muitos problemas a resolver, nomeadamente, os problemas de segurança”, referiu, acrescentando: “Os dados de saúde são muito pretendidos, mas muito caros a cada um de nós”.

De acordo com Maria Manuel Leitão Marques, “a ciência de dados vai ser provavelmente um desafio em muitos domínios para a administração pública, mas provavelmente aquele onde será mais importante é na saúde”, adiantou.

Maria Manuel Leitão Marques sublinhou o benefício que é possível obter do tratamento da informação, nomeadamente para o desenvolvimento da ciência, ressalvando que esta não deve ter o nome das pessoas nem permitir que identifique o titular.

Presente na cerimónia de abertura, o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, confirmou a aposta deste Governo na transformação digital e referiu que Portugal é hoje um exemplo nesta matéria para outros países. Entre os vários benefícios desta digitalização está o combate à fraude na saúde, acrescentou.

Sem contabilizar os ganhos obtidos com estas medidas, Adalberto Campos Fernandes sublinhou que estes são visíveis através de indicadores indiretos, nomeadamente as detenções e as mudanças de comportamento.

Ainda assim, o Ministro referiu que os ganhos são sempre na ordem das dezenas largas de milhares de euros. “Temos hoje um sistema mais seguro, menos favorável a comportamentos inapropriados e posso dizer que a fraude de utilização abusiva da receita para a dispensa de medicamentos tem vindo a diminuir porque, por um lado, os agentes sabem que o controlo é poderoso e porque nós temos instrumentos de deteção precoce que permite evitar esse tipo de comportamentos”, adiantou.

Durante três dias, de 4 a 6 de abril, o Portugal eHealth Summit vai reunir especialistas nacionais e internacionais, envolvendo a academia, empresas empreendedoras, “startups”, ordens profissionais, sociedades científicas, associações de doentes, outras entidades da administração pública e representantes da área da investigação e financiamento em saúde.

Fonte: Lusa

Para assistir ao evento em direto, aceda:

Portugal eHealth Summit > http://ehealthsummit.pt/#live

Para saber mais, consulte:

SIMPLEX: Criado grupo de trabalho para analisar o atual regime de avaliação das incapacidades das pessoas com deficiência

  • Despacho n.º 1858-A/2017 – Diário da República n.º 45/2017, 2º Suplemento, Série II de 2017-03-03
    Presidência do Conselho de Ministros, Finanças, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Saúde – Gabinetes da Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, das Secretárias de Estado da Segurança Social e da Inclusão das Pessoas com Deficiência e do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde
    Constitui um grupo de trabalho, com o objetivo de proceder à análise do atual regime legal em vigor de avaliação das incapacidades das pessoas com deficiência, no sentido de desenvolver o processo de desmaterialização e uniformização da emissão e transmissão de dados dos atestados médicos de incapacidade multiuso, no âmbito do programa SIMPLEX

«Despacho n.º 1858-A/2017

O XXI Governo Constitucional, no seu programa para a saúde, estabelece como prioridade a defesa do Serviço Nacional de Saúde e de uma administração do SNS simplificada e modernizada, que o torne mais transparente para os seus utentes.

O Decreto-Lei n.º 202/96, de 23 de outubro, na redação dada pelo Decreto-Lei n.º 291/2009, de 12 de outubro, estabelece o regime de avaliação das incapacidades das pessoas com deficiência. A avaliação da incapacidade das pessoas com deficiência tem por fim o acesso a determinadas medidas e benefícios previstos na lei, como forma de promover a integração social dos cidadãos que apresentem uma perda de funcionalidade, facilitando a sua plena participação na comunidade.

Nos termos do referido decreto-lei, compete a juntas médicas constituídas para o efeito por autoridades de saúde, no âmbito das administrações regionais de saúde, proceder a essa avaliação das incapacidades das pessoas com deficiência, de acordo com a Tabela Nacional de Incapacidades por Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 352/2007, de 23 de outubro, obedecendo o atestado médico de incapacidade multiuso a um modelo aprovado pelo diretor-geral da saúde, através do Despacho n.º 26432/2009, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 235, de 4 de dezembro de 2009.

Neste âmbito, importa avaliar o atual regime legal em vigor de avaliação das incapacidades das pessoas com deficiência, no que respeita, em especial, ao funcionamento e composição das referidas juntas médicas, ao processo de avaliação da incapacidade e à informação constante do atestado de incapacidade no sentido, este último, de assegurar o direito à reserva da intimidade da vida privada dos cidadãos com deficiência. Importa ainda, proceder-se à desmaterialização e uniformização do processo de emissão e transmissão de dados de atestados médicos de incapacidade, no âmbito do programa SIMPLEX.

Neste sentido, é constituído através do presente despacho um grupo de trabalho para o estudo e apresentação de propostas nestas matérias.

Assim, determina-se:

1 – É constituído um grupo de trabalho com o objetivo de proceder à análise do atual regime legal em vigor de avaliação das incapacidades das pessoas com deficiência, no que respeita, em especial:

a) Ao funcionamento e composição das juntas médicas;

b) Ao processo de avaliação da incapacidade;

c) À informação constante do atestado de incapacidade;

d) Ao modelo de atestado médico de incapacidade multiuso.

2 – Compete ainda ao grupo de trabalho, desenvolver o processo de desmaterialização e uniformização da emissão e transmissão de dados dos atestados médicos de incapacidade multiuso, no âmbito do programa SIMPLEX.

3 – O grupo de trabalho é constituído pelos seguintes elementos:

a) Um representante da Direção-Geral da Saúde, que coordena;

b) Um representante da Administração Central do Sistema de Saúde, I. P.;

c) Um representante da Coordenação Nacional para a Reforma do Serviço Nacional de Saúde, na área dos Cuidados de Saúde Primários;

d) Um representante de cada uma das administrações regionais de saúde;

e) Um representante da SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E.;

f) Um representante do Instituto da Segurança Social, I. P.;

g) Um representante do Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P.;

h) Um representante da Direção-Geral de Segurança Social;

i) Um representante do Instituto de Informática, I. P.;

j) Um representante da Autoridade Tributária e Aduaneira;

k) Um representante da Agência para a Modernização Administra-tiva, I. P..

4 – Para o grupo de trabalho a que se refere o número anterior podem ainda ser designados elementos dos gabinetes ministeriais que tutelam as áreas da saúde e do trabalho, solidariedade e segurança social.

5 – No prazo de cinco dias, após a data da publicação do presente despacho, as entidades que integram o grupo de trabalho indicam os respetivos elementos.

6 – Sempre que se mostre conveniente, podem ser convidados a colaborar com o grupo de trabalho outros elementos, a título individual ou como representantes dos serviços ou organismos dos ministérios envolvidos, ou outras entidades com reconhecido mérito na matéria em causa.

7 – O grupo de trabalho apresenta, no prazo de 30 dias, a contar da data da entrada em vigor do presente despacho, um relatório preliminar contendo a identificação das condições de operacionalização do previsto no n.º 2 e uma proposta para a transmissão de dados referentes aos atestados multiusos em vigor.

8 – No prazo previsto no número anterior o grupo de trabalho apresenta ainda um cronograma para o desenvolvimento dos trabalhos previstos no presente despacho, os quais deverão ficar concluídos no prazo máximo de 180 dias, que explicite, designadamente, as seguintes tarefas:

a) Elaboração de um relatório com os resultados da análise e estudo nos termos do n.º 1, o qual deve incluir propostas de alteração aos diplomas em vigor nesta matéria, caso seja esse o sentido da sua análise;

b) Desenvolvimento e implementação do processo de desmaterialização e uniformização referido no n.º 2, que inclua a apresentação de pontos de situação mensais do trabalho realizado;

c) Apresentação de relatório de avaliação da Tabela Nacional de Incapacidades por Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 352/2007, de 23 de outubro, com propostas de alteração à mesma ou a implementação de outras classificações existentes, caso seja esse o seu entendimento.

9 – A atividade dos representantes que integram o grupo de trabalho, bem como das entidades convidadas a nele participar nos termos do n.º 6, não é remunerada.

10 – O apoio logístico e administrativo necessário ao funcionamento do grupo de trabalho é assegurado pela Direção-Geral da Saúde.

11 – O presente despacho entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

19 de janeiro de 2017. – A Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Maria da Fonseca Caetano Gonçalves. – 19 de janeiro de 2017. – O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando António Portela Rocha de Andrade. – 20 de janeiro de 2017. – A Secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Sofia de Almeida Gaspar Joaquim. – 9 de fevereiro de 2017. – A Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Pedroso Lopes Antunes. – 10 de fevereiro de 2017. – O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Manuel Ferreira Araújo.»

Divulgação dos Dados de 2016 do Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação (GCCT) do Hospital de São José

Foram obtidos 286 órgãos e 426 tecidos de origem humana em 2016

O Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação (GCCT) do Hospital de São José – Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE (CHLC) divulga, na edição de fevereiro da newsletter informativa, os resultados da atividade do ano de 2016.

A newsletter revela que o GCCT realizou 114 colheitas de órgãos em dador em morte cerebral, mais 7 do que no ano anterior (6,5%). Foram colhidos 286 órgãos (mais um que em 2016, 0,4%) e 426 tecidos.

Comparativamente com 2015, colheu-se mais um tecido no ano de 2016, com destaque para a colheita de córneas em dador em morte cerebral (aumento de 22,3% face a 2015).

A colheita de córneas em dador em coração parado voltou a diminuir, sendo que essa diminuição é mais significativa no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE (diminuição da atividade de colheita em 60,9%), cuja unidade de colheita e aplicação (UCA) articula com o GCCT. No CHLC, observa-se um aumento deste tipo de colheitas (mais 10 colheitas do que em 2015, o que representa um crescimento de 21,7% na atividade).

Assim, em 2016, realizaram-se 93 colheitas de córneas em dador em coração parado, menos 3 do que em 2015, representando uma diminuição de 3,1% da atividade deste programa.

O GCCT continua atento à monitorização dos mapas dos falecidos do CHLC, uma vez que ainda temos situações de não referenciação dos falecidos com critérios para colheita de córneas, mas com tendência a diminuir (54 e 51 em 2015 e 2016, respetivamente).

A idade média dos dadores em morte cerebral, em 2016, foi de 59,6 anos, superior aos 56,1 anos de 2015, sendo a causa de morte predominantemente médica (83,3%).

No ano de 2016, foram realizadas colheitas em dador em morte cerebral em 15 hospitais da Rede de Referenciação do GCCT do Hospital São José – CHLC, mais um do que em 2015.

Finalmente, nas unidades de transplantação que articulam com o GCCT do Hospital São José – CHLC, observou-se aumento da atividade de transplantação hepática, pulmonar e de córnea, com destaque evidente para o aumento da atividade de transplantação de pulmões, na unidade do Hospital de Santa Marta.

Os desafios que se colocam nesta atividade são renovados ano após ano, sempre com a preocupação máxima de contribuir para a diminuição das listas de espera e, desta forma, proporcionar uma melhor qualidade de vida aos doentes que aguardam um transplante.

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Centro Hospitalar Lisboa Central  – Notícias

Alguns Dados Estatísticos da Produção dos Cuidados de Saúde Primários em 2016 – ARS Centro

Consultas na região Centro aumentam 2,8% em 2016

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro divulga que as consultas na área dos cuidados de saúde primários na região Centro aumentaram 2,8% em 2016, atingindo um total de mais de 5,8 milhões de consultas.

De acordo com o comunicado emitido pela ARS do Centro, o crescimento global das consultas realizadas pelas unidades de saúde da região Centro resulta dos aumentos registados a nível das consultas presenciais e não presenciais e dos domicílios médicos, com acréscimos de 1,2%, de 7,3% e de 9,4%, respetivamente.

Ainda a nível dos cuidados de saúde primários, a região Centro atingiu, o ano passado, as 63 unidades, com a entrada em funcionamento de seis novas unidades de saúde familiar, em Coimbra (Norton de Matos), Aveiro (Esgueira e Oliveirinha), Pombal (São Martinho), Viseu (Cidade Jardim) e Mangualde.

O número de profissionais envolvidos em unidades de saúde familiar da região era, no final de 2016, de 1.078 profissionais (385 médicos, 391 enfermeiros e 302 secretários clínicos).

“A nível de unidades de cuidados na comunidade a funcionar na área de influência” da ARS do Centro foi atingida em 2016 “uma cobertura populacional de 88,4%”, sublinha o comunicado, adiantando que “70% dos concelhos da região Centro têm uma, ou mais”, unidades de cuidados na comunidade.

Os resultados relativos ao ano passado “confirmam uma melhoria significativa a nível de cuidados de saúde primários na região Centro”, reforça a ARS do Centro, assegurando que em 2017 essa tendência “continuará a ser reforçada”, com “o aumento do número de profissionais e investimentos em instalações e equipamentos”.

A ARS do Centro abrange mais de 1,7 milhões de pessoas (cerca de 17% da população do país), distribuídas por 78 concelhos (dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu).

Visite:

Administração Regional de Saúde do Centro – http://www.arscentro.min-saude.pt/

Dados do Registo Oncológico Regional: Sobrevivência ao Cancro Melhorou na Última Década na Região Sul

A sobrevivência ao cancro do cólon, reto e mama melhorou significativamente entre 2000 e 2011, segundo o relatório sobre a Incidência, Sobrevivência e Mortalidade de todos os tumores na população portuguesa adulta na região sul de Portugal.

Editado pelo Registo Oncológico Regional (ROR) – Sul, o documento apresenta os resultados de 2010 e 2011 da incidência, sobrevivência e mortalidade por cancro, ocorridos na população nas quatro regiões de saúde: Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Região Autónoma da Madeira.

O documento será apresentado em Lisboa, no dia 23 de fevereiro, bem como dados sobre a sobrevivência aos tumores no período compreendido entre 2000 e 2011.

A área abrangida pelo ROR-Sul representa cerca de 50% do território português e uma população anual média aproximada de 4,8 milhões de habitantes.

Segundo Ana Miranda, Diretora do ROR-Sul, a sobrevivência ao cancro é “o indicador global da atuação dos serviços de saúde”.

Na comparação dessa década, e em relação ao tumor do cólon, cuja sobrevivência é baixa (ronda os 50%), foi registada uma melhoria da sobrevivência aos três anos que, nos mais novos, aumentou de 68% para 79%.

Para Ana Miranda, esta melhoria, que se esbate a partir dos 75 anos , deve-se à sua identificação em estádios mais precoces e também à melhoria da terapêutica.

O cancro do cólon passou, em 2010 e 2011, a ser o terceiro com maior incidência na zona sul do país.

No tumor do reto, as melhorias globais foram “substanciais”, passando dos 54% para os 61% aos três anos.“A diferença ainda é melhor nos grupos mais jovens, passando dos 64% para os 78%”, adiantou.

Também no cancro da mama a sobrevivência melhorou, com Ana Miranda a considerar que será “muito difícil” melhorar estes valores. “Passámos de 84% para 87% aos três anos”, sublinhou.

Já em relação ao cancro do pulmão, os dados de uma década não apontam para grandes diferenças em relação à sobrevivência, que “é muito pobre”, tendo apenas passado dos 12% para os 14% aos três anos.

Contudo, Ana Miranda está confiante que, “nos próximos anos, com a saída das novas moléculas”, a sobrevivência vá melhorar. Para tal deverá igualmente contribuir as medidas legislativas contra o tabaco. Segundo Ana Miranda, existem hoje muito menos fumadores passivos, o que deverá seguramente melhorar a taxa de sobrevivência a este cancro.

Em relação ao relatório, a Diretora do ROR-SUL sublinhou a necessidade dos serviços estarem preparados para o aumento do número de tumores. “Dentro de uma ou duas décadas, os casos de tumores vão ser ainda maiores”.

Os dados do ROR-Sul indicam que, em 2010, e por 100 mil habitantes, o cancro da tranqueia, brônquios e pulmões matou 1.839 pessoas, o do cólon 1.369 e o do estômago 921.

Em 2011, os tumores da traqueia, brônquios e pulmões foram responsáveis por 1.797 mortos por 100 mil habitantes, o do cólon por 1.335 e o do estômago por 1.008.

Sobre o ROR-Sul

O Registo Oncológico Regional do Sul – ROR-Sul – integra todas as Instituições Públicas de Saúde (hospitais e Centros de Saúde), que se localizam na região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e Região Autónoma da Madeira.

O ROR-Sul recolhe, processa e trata a informação sobre os casos de tumores malignos, que ocorrem na população residente nas referidas regiões (cerca de 4.500.000 habitantes).

A equipa integra médicos, estatistas e outros profissionais de saúde das diferentes Instituições e tem a sua estrutura central no Instituto Português de Oncologia de Lisboa de Francisco Gentil.

Visite:

ROR-Sul- http://www.ror-sul.org.pt/

Alguns Dados Estatísticos Acerca da Atividade Assistencial dos Cuidados de Saúde Primários em 2016 – ACSS

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) realizou mais de 31 milhões de consultas médicas nas unidades de cuidados de saúde primários do SNS em 2016, o que representa um crescimento de +1,8 por cento em relação ao ano anterior.

Este crescimento foi registado ao nível das consultas presenciais (+0,3 por cento), das consultas não presenciais (+6,8 por cento), tendo-se também estendido aos domicílios médicos (+0,8 por cento).

No mesmo ano atingiu-se o número mais elevado de sempre de cobertura da população com médico de família (92,1 por cento), tendo-se passado, pela primeira vez, abaixo de 1 milhão de utentes sem médico de família atribuído. Ou seja, registava-se no final de 2016 um total de 769.537 utentes sem médico de família, o que representa um ganho de 26,6% no número de utentes que passaram a ter médico de família atribuído em relação ao ano de 2015.

Estes ganhos de cobertura e de atividade assistencial resultam, não só, do aumento do número de médicos nos cuidados de saúde primários (no final de 2016 eram 5.673 os médicos com utentes atribuídos), como também da entrada em atividade de 30 novas USF modelo A e 25 novas USF modelo B, totalizando assim 479 USF em atividade a 31 de dezembro de 2016 (+6,7 por cento do que em 2015).

De salientar que estas 479 USF abrangiam já 5.894.408 utentes no final de 2016, correspondendo a 55,8% dos utentes inscritos nos cuidados de saúde primários (+7 por cento do que em 2015).

Os resultados do último ano confirmam que a melhoria da estrutura de oferta de cuidados de saúde primários tem tido um impacto significativo no aumento dos indicadores de atividade assistencial e de cobertura, tendência que continuará a ser reforçada em 2017 com o aumento do número de profissionais, com mais investimentos em instalações e equipamentos e com o a diversificação das respostas que alarguem a capacidade de intervenção e de resolução deste nível de cuidados.

Publicado em 20/2/2017