Artigo: Microbiologia do Ar 2010 – 2014: Dados do Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade  – INSA

Em média, nos 5 anos do Programa de Avaliação Externa da Qualidade – Microbiologia do Ar (2010-2014), mais de 88,5% dos laboratórios participantes no programa têm obtido um desempenho satisfatório. Esta é uma das conclusões do estudo efetuado pelo Instituto Ricardo Jorge com o objetivo de avaliar os resultados obtidos ao longo do tempo de atividade deste programa.

Outra das conclusões aponta para que o programa de avaliação externa da qualidade – Microbiologia do Ar tem permitido melhorar a comparabilidade dos resultados dos seus participantes, levando igualmente a uma harmonização de procedimentos, melhorando a rastreabilidade das medições, facilitando a validação de resultados e de todo o processo conducente à acreditação dos ensaios.

O Programa de Avaliação Externa da Qualidade – Microbiologia do Ar, consiste na avaliação do processo de amostragem de ar e análise laboratorial, tendo em vista a quantificação de bactérias e fungos em suspensão no ar. Este programa foi organizado pela Unidade de Ar e Saúde Ocupacional do Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Ricardo Jorge, em colaboração com o Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade.

Para conhecer melhor este estudo, da autoria de Manuela Cano, Nuno Rosa, Helena Correia e Ana Paula Faria, clique aqui. Este artigo foi publicado na edição outubro-dezembro de 2015 do Boletim Epidemiológico Observações.

Veja também: Tag Boletim Epidemiológico Observações

Artigo: Sofrimento Psicológico na População Portuguesa em 2004 e 2014: Resultados do Estudo Ecos – INSA

Com o objetivo de estudar o sofrimento psicológico na população portuguesa em dois momentos diferentes (2004 e 2014) utilizando dados gerados pela amostra de famílias ECOS (Em Casa Observamos Saúde), o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) realizou um estudo que calculou e comparou a frequência e distribuição da versão reduzida do indicador de sofrimento psicológico Mental Health Inventory(MHI-5).

Os resultados deste trabalho mostram que, em 2004, 25,2% da população estava em provável sofrimento psicológico, comparativamente a 20,3% em 2014. Os autores deste trabalho, sublinham que, “contudo, esta diferença não é estatisticamente significativa”.

Outra dos resultados deste estudo revela que em cada um dos períodos, os grupos populacionais com prevalências de sofrimento psicológico mais elevadas foram: a população feminina, a população com 65 e mais anos, a população com ocupação doméstica ou reformada e a população com menor nível de escolaridade.

Estas taxas de prevalência do sofrimento psicológico observadas em 2004 (25,2%) e em 2014 (20,3%) vão ao encontro de outros estudos referentes à população portuguesa. Dados do Eurobarómetro de  2003 apontavam para uma prevalência de sofrimento psicológico na população portuguesa de 29,8% em 2003, e o Inquérito Nacional de Saúde para 27,6% em 2005/2006.

ECOS é um inquérito realizado anualmente a um painel de famílias portuguesas. A amostra aleatória é constituída por aproximadamente 1000 Unidades de Alojamento, contactáveis por telefone fixo ou móvel, estratificada por Região do Continente, com alocação homogénea. Os questionários aplicados através de entrevistas telefónicas em 2004 e 2014 incluíram a avaliação do sofrimento psicológico através do MHI-5.

Para conhecer melhor este artigo de Joana Santos, Ana João Santos e Carlos Matias Dias, publicado no último Boletim Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge, clique aqui.

Artigo: Caraterização Virológica dos Vírus da Gripe que Circularam em Portugal na Época 2014 / 2015

Durante a época 2014/2015, foram estudados no Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe (LNRVG), do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge), 903 exsudados da nasofarínge de doentes com síndrome gripal referenciados pela Rede de Médicos-Sentinela, Serviços de Urgência e Obstetrícia e Projeto EuroEVA. Destas amostras, foram identificados 498 casos de infeção pelo vírus da gripe.

A monitorização contínua das propriedades antigénicas e genéticas dos vírus da gripe é essencial, quer para a seleção anual das estirpes virais a incluir na vacina, quer para identificar novas linhas de orientação da terapêutica antiviral. O presente estudo, publicado na última edição do Boletim Epidemiológico do Instituto Ricardo Jorge, descreve as caraterísticas antigénicas e genéticas dos vírus da gripe identificados em Portugal no inverno de 2014/2015.

Os vírus da gripe caraterizados na época 2014/2015 refletem a circulação dos tipos e subtipos dos vírus da gripe detetados. O vírus da gripe do tipo B da linhagem Yamagata, foi predominantemente detetado em co-circulação com o vírus da gripe do subtipo A(H3), este último em número crescente no final do período epidémico. O vírus da gripe do subtipo A(H1) pdm09 foi detetado em reduzido número e de forma esporádica.

Poderá ficar a saber mais sobre este estudo, realizado por Pedro Pechirra, Inês Costa, Paula Cristóvão, Carla Roque, Paula Barreiro, Sílvia Duarte, Ausenda Machado, Ana Paula Rodrigues, Baltazar Nunes e Raquel Guiomar, aqui.

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Artigo: Programa Nacional de Diagnóstico Precoce: 35 Anos de Atividade (1979-2014) – INSA

Os programas de rastreio neonatal são programas de saúde pública, com o objetivo de uma deteção precoce de recém-nascidos afetados por determinada patologia, com vista a um início atempado do tratamento, com vista a uma diminuição da morbilidade e mortalidade. Em 2014, comemoraram-se os 35 anos de existência do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), também conhecido como “teste do pezinho”.

Durante este período, foram rastreados para a fenilcetonúria e hipotiroidismo congénito cerca de 3.500.000 recémnascidos (mais de 30% da população atual), aproximadamente 900.000 dos quais foram também rastreados para as restantes doenças hereditárias do metabolismo, e ainda 80.000 para a Fibrose Quística. Desde o início do Programa, houve uma evolução da taxa de cobertura do mesmo sendo que nas últimas décadas foi aproximadamente 100% dos recém-nascidos.

Outro indicador importante do PNDP é a média da idade do recém-nascido na altura da comunicação de resultados positivos. O valor encontra-se atualmente nos 9,9 dias o que é um bom resultado, considerando que a colheita é realizada entre o 3º e o 6º dia de vida. Este indicador já se encontra estável nos últimos 10 anos.

Para conhecer melhor estes e outros indicadores relacionados com os 35 anos de atividade do PNDP, consulte aqui o artigo de Laura Vilarinho, Hugo Rocha, Carmen Sousa, Helena Fonseca, Lurdes Lopes, Ivone Carvalho, Ana Marcão e Paulo Pinho e Costa, publicado no último Boletim “Observações”.

Artigo: Ocorrência e Disseminação da Microalga Gonyostomum Semen em Albufeiras – INSA

Microalga Gonyostomum semen

Gonyostomum semen é uma microalga flagelada presente em lagos distróficos da Fenoscandinávia que nos últimos 40 anos tem vindo a expandir-se a lagos e a albufeiras não distróficos situados no norte e centro da Europa. Com a capacidade de dominar em pouco tempo a comunidade fitoplanctónica, a G. semen consegue produzir densas florescências principalmente durante a época estival.

A produção de florescências por parte desta microalga possui um impacto profundo na qualidade das águas para uso recreativo e para consumo humano. A G. semen presente em águas de uso recreativo produz filamentos de mucilagem que se agarram à pele dos banhistas, provocando prurido e irritações cutâneas. A presença de grandes quantidades de mucilagem na água para consumo humano afeta a eficiência das estações de tratamento, causando a colmatação dos sistemas de filtros e produzindo odor e sabor desagradáveis na água.

Com o intuito de descrever a deteção de G. semen em amostras de água doce colhidas em albufeiras portuguesas e de apresentar os dados preliminares relativos à sua distribuição geográfica em território continental, Sérgio Paulino, Arminda Vilares e Elisabete Valério, do Laboratório de Biologia e Ecotoxicologia, da Unidade de Água e Solo, Departamento de Saúde Ambiental, do Instituto Ricardo Jorge, elaboraram um artigo tendo como base as amostras analisadas entre os anos de 2009 e de 2014.

Veja aqui o artigo

Artigo: O Papel dos Estrogénios e Vias de Sinalização do Recetor de Estrogénio no Cancro e Infertilidade Associados a Schistosomose

A schistosomose é uma doença tropical transmitida através de água doce, causada por um parasita do género Schistosoma. Com altas taxas de morbilidade e mortalidade, em todo o mundo existem pelo menos 76 países afetados por schistosomose com uma prevalência superior a 200 milhões de pessoas. Destes, 20 milhões têm doença grave e 120 milhões são considerados assintomáticos. O risco de infeção afeta cerca de 600 milhões de indivíduos, incluindo viajantes provenientes de países desenvolvidos.

Os três principais agentes da schistosomose humana são a Schistosoma japonicum e a S. mansoni que causam a schistosomose intestinal nos países do Leste da Ásia, da África, da América do Sul e do Caribe, e a S. haematobium que ocorre em toda a África e no Médio Oriente, causando a schistosomose urogenital. Dos três agentes da schistosomose humana, a S. haematobium é a que infeta mais indivíduos.

Este tipo de schistosomose apresenta-se patologicamente sob a forma de hematúria, mucosa da bexiga e hidronefrose levando a lesões graves nos rins. A S. haematobium pode ser encontrada, também, nos genitais femininos podendo aumentar a susceptibilidade da mulher ao HIV e a diminuição da fertilidade. A deposição de ovos de S. haematobium na mucosa da bexiga pode levar ao aparecimento de carcinoma de células escamosas da bexiga. Por essa razão, o S. haematobium foi classificado, pela Agência Internacional do Cancro (IARC), como cancerígeno do Grupo 1.

Mónica Botelho, da Unidade de Promoção da Saúde do Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Ricardo Jorge, desenvolveu um trabalho onde foram discutidos novos dados sobre o papel dos estrogénios e recetores de estrogénio tanto na carcinogénese como na infertilidade associadas a schistosomose urogenital.

Aceda aqui ao trabalho realizado.

Artigo INSA: Tularémia: Uma Zoonose Emergente?

Causada pela bactéria Francisella tularensis, a tularémia é uma zoonose que pode ser encontrada nos lagomorfos e roedores, sendo estes animais considerados potenciais causadores de risco de transmissão ao Homem, quer por contacto direto quer através dos vetores como carraças e mosquitos. A espécie F. tularensis é a mais patogénica do géneroFrancisella e engloba três subespécies (F. tularensis subsp. tularensis, F. tularensis subsp.holarctica e F. tularensis subsp. mediasiatica).

A principal via de transmissão de infeção para o Homem é a cutânea, mas também podem ocorrer por outras vias como a conjuntiva ocular, as mucosas da boca e nariz e a gastrointestinal. A tularémia tem um período de incubação de três a cinco dias e a doença manifesta-se por febre (38-40ºC), cefaleias, fadiga, mialgias e arrepios de frio. Estão descritas várias formas clínicas de tularémia: ulceroglandular, glandular, oculoglandular, orofaríngea, pneumónica, tifoidal e séptica. As duas primeiras são as mais comuns e encontram-se frequentemente associadas à picada de artrópodes ou ao contato com animais infetados.

Com o objetivo de esclarecer a prevalência desta doença em Portugal, o Laboratório Nacional de Referência de Doenças Infeciosas Transmitidas por Vetores e a Unidade de Resposta a Emergências e Biopreparação, do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Ricardo Jorge, elaboraram um estudo para avaliar a frequência de F. tularensis em amostras humanas, artrópodes vetores e potenciais reservatórios como os lagomorfos silvestres no período compreendido entre 1 de janeiro de 2011 e 15 de junho de 2015.

Durante o estudo foram analisadas 5372 amostras, das quais 93 foram provenientes de humanos, 237 carraças, 4949 mosquitos e 93 amostras de lagomorfos. Todas as amostras analisadas provenientes de humanos assim como os mosquitos analisados deram resultado negativo. Das 237 carraças analisadas, 15 espécimens (6.33%) revelaram a presença de F. tularensis subsp. holarctica. Quanto à análise efetuada às amostras de lagomorfos verificou-se que seis (6.45%) foram positivas.

Poderá ficar a saber mais sobre este estudo, realizado por Carina Carvalho, Sofia Núncio, Isabel Lopes de Carvalho, aqui