Doenças cardiovasculares mantêm-se como principal causa de morte em Portugal – Dia do Coração

Doenças cardiovasculares mantêm-se como principal causa de morte em Portugal.

A propósito do Dia Mundial do Coração, que se celebra esta quinta-feira, 29 de setembro, a Direção-Geral da Saúde (DGS) divulga que, apesar de se manterem como principal causa de morte na população portuguesa, as doenças do aparelho circulatório evidenciam uma redução progressiva do seu peso relativo.

De acordo com os dados divulgados pelo Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, pela primeira vez, em Portugal, o peso relativo das doenças do aparelho circulatório na mortalidade total situou-se abaixo dos 30%. De uma forma global, assistiu-se a uma melhoria de todos os indicadores sobre doenças cérebro-cardiovasculares, como resultado de uma ação combinada das medidas preventivas adotadas e da organização dos serviços de saúde.

Contudo, na data em que se assinala o Dia do Coração, “nunca é demais recordar que as doenças cardiovasculares mantêm-se como a principal causa de morte em Portugal, justificando-se que se mantenham no topo das prioridades no que se refere ao planeamento em saúde”.  Em termos de comparação com outros países europeus, verifica-se que a mortalidade por doença isquémica cardíaca situa-se abaixo da média europeia, ocupando a mortalidade por doença cerebrovascular posição inversa. Defende-se, por isso, um novo impulso no tratamento do acidente vascular cerebral, refere ainda a DGS.

A redução da mortalidade prematura, aquela que se verifica antes dos 70 anos de idade, com consequente redução dos anos de vida potencialmente perdidos, constitui um dos objetivos estratégicos do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, da Direção-Geral da Saúde, que pretende promover o tratamento da hipertensão arterial e reforçar sinergias com outros programas dedicados à adoção de estilos de vida e alimentação saudáveis ou que estão vocacionados para o combate de fatores de risco modificáveis, como o tabagismo e a diabetes.

Eu Amo Viver

Para celebrar o Dia do Coração, assinalado no calendário a 29 de setembro, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia vai lançar o site Eu Amo Viver e uma página de facebook com informação útil sobre as doenças cardiovasculares.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte em Portugal e no Mundo, sendo que 80% dessas mortes poderiam ser evitadas com o controle da obesidade, tabagismo, hipertensão arterial e sedentarismo.

Para saber mais, consulte:

Portugal Retira Candidatura ao Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde – Comunicado DGS

Organização Mundial da Saúde
A propósito de notícias anteriormente difundidas sobre a candidatura de Portugal ao Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde, o Diretor-Geral da Saúde comunica que, perante idêntica candidatura de Itália, país que não integra o Conselho Executivo há mais tempo, Portugal retirou a sua candidatura.

Artigo: Histoplasmose em Portugal – Infeção Rara? – INSA

Histoplasma capsulatum

A Unidade de Infeções Parasitárias e Fúngicas do Departamento de Doenças Infeciosas do Instituto Ricardo Jorge, efetuou um estudo com o objetivo de analisar o número de casos de histoplasmose registados em Portugal. Resultados mostram que, entre 2009 e 2015, foram descritos na literatura 10 casos de histoplasmose em Portugal, a maioria diagnosticados na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Este trabalho foi realizado através de um levantamento bibliográfico exaustivo, com recurso à base de dados PubMed e ao portal português B-on. A investigação teve também em conta a base de dados de Grupos de Diagnóstico Homogéneo (GDH), disponibilizada pela Administração Central do Sistema de Saúde, sobre os episódios de internamento hospitalar do Sistema Nacional de Saúde, durante o período de 2009 a 2014.

Não sendo a histoplasmose uma doença de declaração obrigatória em Portugal, os episódios de internamento registados nos GDH dão informação apenas sobre as situações graves da doença, resultante de infeções primárias ou de comorbilidade. De acordo com as autoras do estudo, “apesar dos GDH registarem episódios de internamento e não doentes e de existir alguma heterogeneidade na codificação dos mesmos entre hospitais, podemos assumir que o número de episódios de internamento em Portugal se tem mantido constante entre 2009 e 2015, observando um ligeiro decréscimo ao longo dos anos”.

“Com o aumento da mobilidade intercontinental das populações aumenta também o número de indivíduos em risco para a infeção por fungos endémicos em alguns países do globo. Assim, e apesar de ser considerada uma doença rara na Europa, a suspeita clínica e consequente diagnóstico da histoplasmose começa a ser mais frequente pelo que devem ser desenvolvidos sistemas de monitorização e vigilância desta infeção”, sublinham ainda as investigadores. “Clínicos e microbiologistas devem estar em alerta e aumentar o seu conhecimento sobre a patogenicidade, os métodos de diagnóstico diferencial, o tratamento e a evolução do padrão epidemiológico desta e de outras infeções fúngicas”, acrescentam.

O Histoplasma capsulatum é o agente etiológico da histoplasmose, apresentando duas variedades com caraterísticas epidemiológicas diferentes. A infeção ocorre sobretudo por inalação de esporos em locais contaminados por Histoplasma, dando origem a um quadro assintomático ou a manifestações clínicas moderadas ou graves, semelhantes a pneumonia ou outras infeções respiratórias. Na maioria das situações, a cura é espontânea, sendo as formas mais graves da infeção consideradas raras nos indivíduos imunocompetentes.

Histoplasmose em Portugal – infeção rara?” foi publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica do Instituto Ricardo Jorge que visa contribuir para o conhecimento da saúde da população, os fatores que a influenciam, a decisão e a intervenção em Saúde Pública, assim como a avaliação do seu impacte na população portuguesa.Para consultar o artigo de Cristina Veríssimo, Helena Simões e Raquel Sabino, clique aqui.

Portugueses Estão Mais Preocupados Com a Saúde

Estudo revela que portugueses estão mais preocupados com a saúde

Estudo revela que portugueses estão mais preocupados com a saúde

De acordo com o estudo Global Health and Ingredient-Sentiment, desenvolvido recentemente pela Nielsen, os portugueses demonstram, na escolha de produtos alimentares, uma preocupação com a saúde superior à da média europeia.

Com efeito, 79% dos consumidores nacionais acredita que as refeições preparadas em casa são mais saudáveis do que as pré-confecionadas. Já 78% estão preocupados com os efeitos a longo-prazo do consumo de ingredientes artificiais e 74% fazem actualmente opções alimentares a pensar na sua saúde e na prevenção de doenças como a obesidade, diabetes, colesterol e hipertensão.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças crónicas como o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e cancro serão em 2020 responsáveis por 73% das mortes, um aumento significativo face ao ano de 2001 (60%).

De acordo com este estudo, 35% dos portugueses pratica dietas que limitam ou proíbem o consumo de açúcar e 32% o consumo de gordura (contra uma média europeia de, respetivamente, 22% e 20%).

As alergias e intolerâncias alimentares são também uma realidade cada vez mais presente: 12% dizem ser eles próprios, ou alguém no seu seio familiar, alérgicos ou intolerantes aos laticínios ou à lactose, 8% ao marisco e 4% ao trigo/glúten e aos amendoins.

Os consumidores portugueses procuram evitar todos os produtos que contenham substâncias artificiais, acreditando que o corte nestes alimentos será benéfico para a sua saúde ou a da própria família.

Por outro lado, os consumidores portugueses procuram incluir na sua alimentação as carnes brancas (69%), o peixe e frutos do mar (67%) e os ovos (64%). Estes ingredientes são incluídos pelos europeus, em média, numa menor proporção: 50% procuram as carnes brancas, 52% o peixe e frutos do mar e 43% os ovos.

O relatório internacional Nielsen Global Health and Ingredient-Sentiment conta com a participação online em 63 países e mais de 30.000 inquiridos nas regiões Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Médio-Oriente/África e América do Norte. Apesar de o estudo dar uma perspetiva a grande escala, apenas é realizado junto dos utilizadores de Internet e não no total da população.

Artigo: Quantificação de Iodo em Alimentos Consumidos em Portugal – Resultados Preliminares – INSA

Com o objetivo de caracterizar o teor de iodo em alimentos representativos da dieta portuguesa, o Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Ricardo Jorge efetuou um estudo onde analisou os seguintes seis grupos de alimentos: peixes, mariscos e bivalves, leite e derivados, vegetais, fruta e refeições compostas. Os resultados preliminares deste trabalho mostram que uma alimentação rica em peixe e laticínios supre a dose diária adequada (150 μg/dia) para adultos saudáveis, não gestantes.

Para a realização deste estudo, foram analisados 480 alimentos, tendo o teor de iodo sido determinado através da técnica de espectrometria de massa com plasma indutivo acoplado (ICP-MS). De acordo com os autores deste trabalho, “quantificar iodo em alimentos como consumidos, permite estimar o seu aporte diário com dados reais, revelando-se muito útil por não existirem, na literatura científica tabelas com dados de retenção de iodo em alimentos quando cozinhados”.

O pescado, compreendendo todos os alimentos provenientes do mar, é o grupo mais rico em iodo, variando entre um máximo de 114 μg/100g (mariscos e bivalves) e um mínimo de
32 μg/100g (peixe). Entre os alimentos estudados, no grupo dos laticínios, constatou-se semelhança entre o teor de iodo no leite (16±1 μg/100g) e no iogurte (18±0,2 μg/100g).

O iodo é um elemento vestigial essencial na dieta humana e animal, sendo indispensável para a síntese das hormonas da tiroide, tiroxina e triiodotironina, cujo principal papel está relacionado com o crescimento e desenvolvimento dos órgãos, em particular do cérebro. A fonte natural de iodo são os alimentos. A deficiência crónica de iodo pode levar a distúrbios que incluem alterações cognitivas com diminuição das capacidades de aprendizagem, bócio, mortalidade infantil e hipotiroidismo.

Estes dados são apresentados no artigo “Quantificação de iodo em alimentos consumidos em Portugal: resultados preliminares”, publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações. Para consultar o artigo de Inês Delgado, Inês Coelho, Pedro Andrade, Carolina Antunes, Isabel Castanheira e Maria Antónia Calhau, clique aqui.

Documento: Portugal – Plano Nacional de Saúde em Números – 2015 – DGS

O documento Plano Nacional de Saúde: Revisão e Extensão a 2020 constituiu-se como agregador e orientador das medidas consideradas mais relevantes para a obtenção de mais ganhos em saúde por parte da população residente em Portugal; mantendo assim o foco que o Plano já tinha anteriormente de, com esses ganhos, reduzir e minimizar desigualdades existentes.

Artigo: A gripe em Portugal: Análise Preliminar da Atividade Gripal na Época 2015/2016 – INSA

A análise preliminar dos dados da atividade gripal em Portugal na época de 2015/2016 (setembro de 2015 a junho de 2016) mostra que esta foi de baixa intensidade. À semelhança da época anterior, o período epidémico ocorreu entre as semanas 1/2016 e 9/2016, com o valor máximo de incidência a verificar-se na semana 3/2016 (59,4 casos por 100.000 habitantes).

A frequência de casos de gripe mais elevada foi observada em crianças até aos 4 anos (50, 0%;14/28), seguida dos adolescentes e jovens adultos dos 15 aos 44 anos (43,6%;226/518). Em todos os grupos etários o vírus de gripe A(H1)pdm09 foi o mais frequente, sendo que a percentagem mais elevada verificou-se no grupo etário 65 ou mais anos (97,4%).

Outra das conclusões deste trabalho efetuado pelos Departamentos de Doenças Infeciosas e de Epidemiologia do Instituto Ricardo Jorge, indica que os vírus A(H1)pdm09 foram semelhantes à estirpe vacinal da época 2015/2016, enquanto os vírus do tipo B e do subtipo A(H3) circulantes mostraram diferenças relativamente às estirpes vacinais da época 2015/2016. A maioria dos vírus detetados em 2015/2016 foram semelhantes às estirpes recomendadas para a vacina da próxima época gripal 2016/2017.

O Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG) assegura a vigilância epidemiológica da gripe em Portugal, integrando as componentes de vigilância clínica e laboratorial. A componente clínica integra a Rede de Médicos-Sentinela e possibilita a determinação semanal das taxas de incidência de síndroma gripal (SG), permitindo descrever a intensidade e evolução da epidemia na população portuguesa. A componente laboratorial tem por base a identificação e caraterização das estirpes do vírus da gripe em circulação em cada inverno.

Estes e outros dados são apresentados no artigo “A gripe em Portugal: análise preliminar da atividade gripal na época 2015/2016”, publicado na última edição do Boletim Epidemiológico Observações. Para consultar na íntegra o trabalho de Patrícia Conde, Pedro Pechirra, Paula Cristóvão, Inês Costa, Ausenda Machado, Ana Paula Rodrigues, Baltazar Nunes e Raquel Guiomar, clique aqui.

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Gripe