Relatório Global Report on Diabetes: 422 Milhões de Adultos em Todo o Mundo Vivem Com Diabetes – OMS

422 milhões de adultos em todo o mundo vivem com diabetes

422 milhões de adultos em todo o mundo vivem com diabetes

Cerca de 422 milhões de adultos em todo o mundo viviam com diabetes em 2014, quatro vezes mais do que em 1980, revela segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), num relatório que assinala o Dia Mundial da Saúde.

No mesmo período, informa o relatório, a prevalência da diabetes quase duplicou, de 4,7% para 8,5% da população adulta, o que reflete um aumento dos fatores de risco associados, como o excesso de peso e a obesidade. Segundo os dados disponíveis no documento, na última década a prevalência da diabetes aumentou mais nos países de médio e baixo rendimento do que nos países ricos.

Segundo a OMS, a diabetes é uma doença crónica e grave que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não consegue usar eficazmente a insulina que produz. Trata-se de um “importante problema de saúde pública”, uma das quatro doenças não transmissíveis definidas como prioritárias pelos líderes mundiais.

Veja o Relatório Global Report on Diabetes

Informação do Portal da Saúde:

OMS: Quase um milhão de portugueses com diabetes
Relatório da Organização Mundial da Saúde divulga que por dia morrem mais de 12 pessoas em Portugal.

O primeiro relatório global sobre a Diabetes da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado esta semana, revela que quase um milhão de portugueses com mais de 30 anos sofre de diabetes, doença que mata mais de 12 pessoas por dia em Portugal.

De acordo com o documento, a prevalência da diabetes tem vindo a aumentar nas últimas décadas e Portugal não é exceção, estimando-se que 9,2% dos portugueses (aproximadamente 952 mil pessoas) sofram desta doença, predominantemente homens (10,7%), mas também mulheres (7,8%).

Estes números são inferiores aos apurados pelo Observatório Nacional da Diabetes, relativamente a 2014, segundo os quais a prevalência estimada da doença na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos foi de 13,1%, a que se juntam mais de 2 milhões de pessoas com pré-diabetes.

Dia Mundial da Saúde 2016 a 7 de Abril: “Vencer a Diabetes” – OMS

Dia Mundial da Saúde 2016

Imagem ilustrativa (fonte: site da OMS)

A diabetes é o tema escolhido, pela OMS, para as comemorações do Dia Mundial da Saúde, 7 de abril.

“Vencer a Diabetes” (Beat diabetes) é o tema escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para celebrar o Dia Mundial da Saúde 2016, comemorado anualmente no dia 7 de abril. Esta data é celebrada desde 1950 e coincide com o aniversário da fundação da OMS, em 1948.

Os objetivos principais do tema das comemorações do Dia Mundial da Saúde 2016 são: aumentar a prevenção, reforçar a atenção dada a este problema e reforçar a vigilância.

Em 2012, a diabetes foi a causa direta de cerca de 1,5 milhões de óbitos, tendo mais de 80% ocorrido em países de baixo e médio rendimento. A OMS estima que a diabetes venha a ser a 7.ª causa de morte até 2030.

A diabetes é uma doença crónica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não pode usar eficazmente a insulina que produz. A insulina, uma hormona que regula o açúcar no sangue, dá-nos a energia que precisamos para viver.

Existem duas formas principais da diabetes, a tipo1 e a tipo 2. Pessoas com diabetes tipo 1 geralmente não produzem insulina e, portanto, necessitam de injeções de insulina para sobreviver. Pessoas com diabetes tipo 2, que afeta cerca de 90% dos casos, geralmente produzem sua própria insulina, mas não o suficiente ou são incapazes de a utilizar corretamente.

A diabetes pode conduzir a elevadas taxas de saúde precária, incapacidade e morte prematura. A doença provoca complicações graves, tais como cegueira, insuficiência renal, neuropatia, incapacidade e morte prematura, tendo igualmente sérias consequências económicas que incluem a perda de produtividade e custos elevados com os cuidados de saúde.

Assim, a OMS comemora o Dia Mundial da Saúde, em 7 de Abril de 2016, dedicado à diabetes porque:

  1. A epidemia da diabetes está a aumentar rapidamente em muitos países, com o aumento documentado mais alarmante a verificar-se nos países de baixo e médio rendimento.
  2. Uma grande percentagem dos casos de diabetes é evitável. Medidas simples de alteração do estilo de vida demonstraram ser eficazes para prevenir ou atrasar o início da diabetes tipo 2. Manter um peso corporal normal, praticar uma atividade física regular e fazer uma alimentação saudável pode reduzir o risco da diabetes.
  3. A diabetes é tratável. A diabete pode ser controlada e gerida para evitar complicações. Aumentar o acesso ao diagnóstico, à educação auto-gerida e aos tratamentos comportáveis do ponto de vista dos custos são componentes essenciais da resposta.
  4. Os esforços envidados para prevenir e tratar a diabetes serão importantes para se alcançar a meta mundial do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3, que visa reduzir em um terço a mortalidade prematura causada pelas doenças não transmissíveis até 2030. Muitos sectores da sociedade têm um papel a desempenhar, designadamente governos, empregadores, educadores, fabricantes, sociedade civil, sector privado, comunicação social e as próprias pessoas.

A campanha do Dia Mundial da Saúde 2016 tem por objetivos:

  1. Aumentar a consciencialização para a diabetes e para o seu desconcertante fardo e consequências, sobretudo nos países de baixo e médio rendimento;
  2. Desencadear todo um conjunto de medidas específicas, eficazes e económicas para combater a diabetes. Estas vão incluir medidas para prevenir a doença, tratar e prestar cuidados às pessoas com diabetes;
  3. Publicar o primeiro relatório sobre a diabetes no mundo, que irá enunciar o fardo e as consequências da doença e exercer advocacia em prol de sistemas de saúde mais robustos para garantir uma melhor vigilância, prevenção e uma gestão mais eficaz da diabetes.

Em cada ano, a OMS aproveita a data comemorativa para fomentar a consciência sobre alguns temas chave relacionados com a saúde pública a nível mundial. Neste sentido, organiza eventos a nível internacional, regional e local para promover o tema escolhido.


“Projeto de Intervenção para a Prevenção e Rastreio da Diabetes em Populações Vulneráveis da Grande Lisboa”

O projeto europeu JA-CHRODIS (Joint Action on Chronic Diseases and Promoting Healthy Ageing Across the Life Cycle) publicou em 2015 um relatório sobre boas práticas na promoção da saúde e prevenção primária de doenças crónicas. Dos 41 exemplos de boas práticas apresentados por 13 países parceiros JA-CHRODIS, relativos a exemplos promissores ou já baseados em evidências mensuráveis, três foram sugeridos por Portugal.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) destaca agora, no mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde,  um desses exemplos: o “Projeto de Intervenção para a Prevenção e Rastreio da Diabetes em Populações Vulneráveis da Grande Lisboa”. Implementado entre 2008 e 2014 na área Metropolitana de Lisboa, em colaboração com os municípios e os parceiros sociais locais, a iniciativa teve como objetivo a promoção da saúde em comunidades vulneráveis, tendo em vista a melhoria da equidade no acesso aos cuidados de saúde, focalizando a sua ação na prevenção da diabetes e no rastreio de populações vulneráveis em risco.

Financiado pela Direção-Geral da Saúde, pela Fundação Ernesto Roma e pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), o projeto permitiu identificar grupos de risco acrescido de vir a desenvolver diabetes, detetar pessoas com diabetes não-diagnosticada, referenciá-las e encaminhá-las para os sistemas de cuidados de saúde, bem como formar profissionais da área da saúde, da ação social e instituições participantes, para questões específicas e importantes no contexto do combate a esta doença.

De forma a atingir estes objetivos, as atividades implementadas durante esta ação incluíram sessões de formação sobre a prevenção e gestão da diabetes para profissionais da área da saúde e da assistência social, sessões sobre prevenção de diabetes e de promoção de estilos de vida saudável para a população adulta e também sessões de rastreio de risco da diabetes para a população em geral.

Para tal, uma equipa de nutricionistas e educadores de diabetes da Fundação Ernesto Roma deu suporte à implementação da intervenção, enquanto profissionais de saúde da APDP apoiaram a realização de testes de tolerância oral à glucose às pessoas identificadas com risco acrescido, para confirmação do estado glicémico atual.

No conjunto de pessoas identificadas (1959) com risco acrescido, foi possível detetar casos de diabetes não-diagnosticada em cerca de 20% dos que aceitaram realizar a prova de tolerância oral à glucose. Por último, os resultados obtidos permitiram mostrar que o agravamento do perfil de risco ocorre mais cedo nas populações vulneráveis de baixo rendimento económico e condição social deficitária comparativamente à população em geral.

Assinaladas como condições importantes para o sucesso do projeto foram a disponibilização dos serviços prestados de uma forma gratuita e a sua realização por meio de uma unidade móvel, com acesso direto às comunidades.

O envolvimento de instituições nacionais de referência em cuidados com a diabetes, como a Direção-Geral da Saúde e a APDP, foi igualmente reconhecido como um fator relevante para o êxito desta iniciativa.


JA-CHRODIS (Joint Action on Chronic Diseases and Promoting Healthy Ageing Across the Life Cycle)

O JA-CHRODIS é uma iniciativa desenvolvida por um consórcio europeu, tendo como principal objetivo a prevenção de doenças crónicas e a promoção do envelhecimento saudável.

Em Portugal, são entidades parceiras associadas o Instituto Ricardo Jorge, através do seu Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis, a Direção-Geral da Saúde e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, contando-se o consórcio Ageing@Coimbra com o estatuto de parceiro colaborador.

O parceiros trabalham em conjunto de forma a identificar, validar, partilhar e difundir na Europa boas práticas em doenças crónicas e facilitar a sua implementação para além das fronteiras locais, regionais e nacionais.

O foco desta iniciativa é a promoção da saúde e a prevenção primária, bem como a gestão da diabetes tipo 2 e da doença em pacientes com mais de uma condição crónica (multimorbilidade).

Um dos objetivos fundamentais é o desenvolvimento de uma “plataforma para o intercâmbio do conhecimento”, que irá incluir tanto um serviço de apoio online dirigido essencialmente para os decisores políticos como também uma “plataforma de troca de informação” com um repositório atualizado das melhores práticas e dos melhores conhecimentos sobre os cuidados em doenças crónicas.

De acordo com o Instituto Ricardo Jorge, as doenças crónicas como a diabetes, doenças cardiovasculares, cancro e perturbações neuropsiquiátricas, afetam 8 em cada 10 pessoas com mais de 65 anos na Europa. Cerca de 70 a 80 por cento dos orçamentos de saúde em toda a UE são gastos no tratamento destas doenças.

Não obstante, há uma riqueza de conhecimento nos Estados-membros da União Europeia sobre as formas mais eficazes e eficientes para prevenir e gerir doenças como as doenças cardiovasculares e a diabetes tipo 2. Neste contexto, o JA-CHRODIS foi projetado para explorar o grande potencial que existe para reduzir os efeitos deste tipo de doenças através de um melhor uso desse conhecimento.

O Instituto Ricardo Jorge participa neste projeto em duas áreas de trabalho específicas dentro das várias atividades do JA-CHRODIS:

  • No desenvolvimento da Plataforma sobre as doenças crónicas na Europa;

No estabelecimento de critérios de inclusão para a inscrição de boas práticas na plataforma. Nesta atividade está incluída a definição de critérios específicos para a avaliação de boas práticas em promoção da saúde e prevenção da doença crónica e a identificação de boas práticas já existentes e que importa disseminar.


Sobre a diabetes

O que é a diabetes?

A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

Quem está em risco de ser diabético?

A diabetes é uma doença silenciosa que se pode  desenvolver sem sintomas durante muitos anos. É uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:

  • Pessoas com familiares diretos com diabetes;
  • Homens e mulheres obesos;
  • Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;
  • Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;
  • Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;
  • Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.

Quais são os sintomas típicos da diabetes?

Todas as pessoas em risco devem fazer análises. Quando já tem valores muito elevados, manifesta-se:

Nos adultos – A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

  • Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);
  • Sede constante e intensa (polidipsia);
  • Fome constante e difícil de saciar (polifagia);
  • Fadiga;
  • Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;
  • Visão turva.

Nas crianças e jovens – A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:

  • Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;
  • Ter muita sede;
  • Emagrecer rapidamente;
  • Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;
  • Comer muito sem nada aproveitar;
  • Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos.

Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se deteta a doença.

Como se diagnostica a diabetes?

Se sentir alguns ou vários dos sintomas deve consultar o médico do centro de saúde da sua área de residência, o qual lhe pedirá para realizar análises ao sangue e à urina.

Pode ser diabético…

  • Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas;
  • Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo.

Que tipos de diabetes existem?

  • Diabetes Tipo 2 (Diabetes não Insulinodependente) – É a mais frequente (90 por cento dos casos).
    O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à ação da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos.
    Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adoção duma dieta alimentar, por forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a atividade física regular.
    Caso não consiga controlar a diabetes através de dieta e atividade física regular, o doente deve recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina. Neste caso deve consultar sempre o seu médico.
  • Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulinodependente) – É mais rara.
    O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina.
    Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos.
    Não está diretamente relacionada, como no caso da diabetes tipo 2, com hábitos de vida ou de alimentação errados, mas sim com a manifesta falta de insulina. Os doentes necessitam de uma terapêutica com insulina para toda a vida, porque o pâncreas deixa de a produzir, devendo ser acompanhados em permanência pelo médico e outros profissionais de saúde.
  • Diabetes Gestacional – Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo.
    A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detetada a hiperglicemia, seja corrigida com a adoção duma dieta apropriada. Quando esta não é suficiente, há que recorrer, com a ajuda do médico, ao uso da insulina, para que a gravidez decorra sem problemas para a mãe e para o bebé.
    Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Outras complicações associadas à diabetes

  • Retinopatia – lesão da retina;
  • Nefropatia – lesão renal;
  • Neuropatia – lesão nos nervos do organismo;
  • Macroangiopatia – doença coronária, cerebral e dos membros inferiores;
  • Hipertensão arterial;
  • Hipoglicemia – baixa do açúcar no sangue;
  • Hiperglicemia – nível elevado de açúcar no sangue;
  • Lípidos no sangue – gorduras no sangue;
  • Pé diabético – arteriopatia, neuropatia;
  • Doenças cardiovasculares – angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais;
  • Obstrução arterial periférica – perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés;
  • Disfunção e impotência sexual – a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos;
  • Infeções diversas e persistentes – boca e gengivas, infeções urinárias, infeções das cicatrizes depois das cirurgias.

Como se trata a diabetes?

  • Diabetes tipo 1 – Os doentes podem ter uma vida saudável, plena e sem grandes limitações, bastando que façam o tratamento prescrito pelo médico corretamente.
    O objetivo do tratamento é manter o açúcar (glicose) no sangue o mais próximo possível dos valores considerados normais (bom controlo da diabetes) para que se sintam bem e sem nenhum sintoma da doença. Serve ainda para prevenir o desenvolvimento das manifestações tardias da doença e ainda para diminuir o risco das descompensações agudas, nomeadamente da hiperglicemia e da cetoacidose (acidez do sangue).
    Este tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adoção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.
  • Diabetes tipo 2 – O tratamento é semelhante mas, devido à menor perigosidade da doença, a maioria das vezes basta que a alimentação seja adequada e que o exercício físico passe a fazer parte da rotina diária para que, com a ajuda de outros medicamentos específicos (que não a insulina), a diabetes consiga ser perfeitamente controlada pelo doente e pelo médico.
    Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que atuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina.
    Seguindo uma alimentação correta e adequada, praticando exercício físico diário e respeitando a toma dos comprimidos indicada pelo médico, um doente com diabetes tipo 2 garante a diminuição do risco de tromboses e ataques cardíacos; a prevenção de doenças nos olhos e nos rins e da má circulação nas pernas e nos pés, fator que diminui significativamente o risco de amputações futuras.

O que é a insulina?

A insulina é uma hormonal hipoglicemiante segregada pelas células beta dos ilhéus de Langerhans do pâncreas, que é usada no tratamento dos doentes diabéticos. Pode ser obtida a partir do pâncreas do porco ou feita quimicamente e de forma idêntica à insulina humana através do uso de tecnologia do DNA recombinante ou da modificação química da insulina do porco.

Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida com recurso a técnicas de engenharia genética, sendo as reações alérgicas muito raras em virtude da sua grande pureza. No mercado estão disponíveis diversas concentrações de insulina. No nosso país, só se encontra disponível a concentração U-100 (1ml=100 unidades).

Por que é que a insulina é necessária para o tratamento da diabetes tipo 1?

Porque, nos doentes com a diabetes tipo 1, as células do pâncreas que produzem insulina foram destruídas, motivo pelo qual este produz muito pouca ou nenhuma insulina. Como sem insulina não se pode viver, a administração de insulina produzida laboratorialmente é um tratamento imprescindível de substituição.

Como se usa a insulina?

O tratamento com insulina é feito através de injeção na gordura por baixo da pele ou através da utilização da bomba de perfusão subcutânea de insulina.

Até à data o desenvolvimento científico ainda não conseguiu produzir nenhuma forma de insulina que possa ser tomada por via oral, uma vez que o estômago a destrói automaticamente.

Insulina injetável

Por ser injetável, é necessário que o doente tenha atenção ao modo como manuseia a insulina. Deve ter os seguintes cuidados:

  • Colocar a cápsula de proteção sem tocar na agulha após a utilização da seringa/caneta;
  • Guardar a seringa/caneta à temperatura ambiente;
  • Não utilizar a seringa ou a agulha da caneta se estas estiverem rombas;
  • Não limpar a agulha com álcool;
  • Manter a cápsula quando inutilizar a seringa/caneta e ter muito cuidado na sua eliminação.

Onde se injeta a insulina?

A insulina pode ser injetada na região abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas. A parede abdominal é o local de eleição para uma mais breve absorção da insulina de ação rápida. Deve ser usada para as injeções realizadas durante o dia. A coxa utiliza-se preferencialmente para as injeções de insulina de ação intermédia, sendo a região das nádegas uma boa alternativa.

Deve proceder-se à rotação dos locais onde se administra a injeção, de forma a evitar a formação de nódulos, porque estes podem interferir na absorção da insulina.

Como conservar a insulina?

Os frascos de insulina, as cargas instaladas nas canetas e as seringas pré-cheias descartáveis em uso devem ser conservados à temperatura ambiente, mas afastados da luz solar direta e de locais como a televisão e o porta-luvas do carro.

Bomba de perfusão subcutânea de insulina

Este método terapêutico visa adequar a insulinoterapia a padrões de vida intensivos com motivação para a monitorização, a situações de gravidez ou de má tolerância a terapias intensivas com múltiplas administrações de insulina e, ainda, a casos de hipoglicemias severas frequentes.

As pessoas com diabetes tipo 1 podem candidatar-se à utilização da bomba de perfusão subcutânea de insulina. Para tal, basta dirigirem-se aos centros de tratamento e serem eleitas para a disponibilização do referido aparelho.

Onde me posso informar sobre os centros de tratamento?

Os centros de tratamento são aprovados pela Direção-Geral da Saúde, mediante candidatura espontânea de hospitais do Serviço Nacional de Saúde e de entidades com acordos/contratos estabelecidos nesta área com o Serviço Nacional de Saúde.

Quais são os critérios de elegibilidade dos doentes para o tratamento para perfusão subcutânea contínua de insulina?

A elegibilidade dos doentes para este tipo de tratamento exige uma adequada validação das suas características. No entanto, existe um requisito fundamental e comum a todos os doentes selecionados: haver motivação e prática de automonitorização da glicemia capilar, bem como competência na sua utilização de forma satisfatória (por parte das pessoas com diabetes tipo 1 e seus familiares no caso das crianças), uma vez que o ajuste da dose de insulina deve ser efetuado de forma progressiva e automonitorizada. 

Entre os requisitos (não cumulativos), figuram ainda a necessidade de flexibilidade no estilo de vida e de pequenas doses de insulina, bem como situações de gravidez.

O que significa ter a diabetes controlada?

Significa que os níveis de açúcar no sangue se encontram dentro dos parâmetros definidos pelos especialistas. É o médico que, de acordo com fatores como a idade, tipo de vida, atividade e existência de outras doenças, define quais os valores de glicemia que o doente deve ter em jejum e depois das refeições.

Convém lembrar-se de que os valores do açúcar no sangue variam ao longo do dia, motivo pelo qual se fala em limites mínimos e limites máximos.

Como se sabe se a diabetes está controlada?

Diariamente, é o doente que se analisa e vigia a si próprio, quer através do seguimento da alimentação correta e da prática de exercício, quer da realização de testes ao sangue e à urina em sua casa.

São justamente os testes realizados diariamente pelo doente que permitem saber se o açúcar no sangue está elevado, baixo ou normal e que, posteriormente, lhe permitem o ajustamento de todo o tratamento.

Consequentemente, a melhor forma de saber se a diabetes se encontra ou não controlada é realizando testes de glicemia capilar (picada no dedo) diariamente e várias vezes ao dia.

Se os valores estiverem dentro dos limites indicados pelo médico, a diabetes está controlada. Se não, o doente deve consultar o médico assistente.

Como prevenir a diabetes?

  • Controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos;
  • Vigilância dos órgãos mais sensíveis, como a retina, rim, coração, nervos periféricos, entre outros;
  • Bons hábitos alimentares;
  • Prática de exercício físico;
  • Não fumar;
  • Cuidar da higiene e vigilância dos pés.

Que direitos têm os doentes diabéticos?

  • Um plano de tratamento e objetivos de autocuidado
  • Aconselhamento personalizado sobre a alimentação adequada;
  • Aconselhamento sobre a atividade física adequada;
  • Indicação sobre a dosagem e o horário da medicação e ainda sobre como adequar as doses com base na autovigilância;
  • Indicação sobre os objetivos para o seu peso, glicemia, lípidos no sangue e tensão arterial;
  • Análises laboratoriais regulares para controlo metabólico e do seu estado físico
  • Revisão, pela equipa de saúde, dos resultados da autovigilância e do tratamento corrente, em cada contacto com profissionais da equipa;
  • Análise, revisão e alteração, sempre que necessário, dos objetivos de autovigilância;
  • Ajuda e esclarecimento;
  • Educação terapêutica contínua;
  • Verificação, pela equipa de saúde, do seu controlo;
  • Verificação, se necessário, do peso, tensão arterial e dos lípidos sanguíneos;
  • Avaliação anual dos olhos e da visão, dos pés, da função renal, dos fatores de risco para doenças cardíacas, das técnicas de autovigilância e de injeção e dos hábitos alimentares;
  • Tratamento de problemas especiais e emergências
  • Conselhos e cuidados às mulheres que desejem engravidar;
  • Acompanhamento especializado na gravidez e no parto;
  • Conselhos e cuidados a crianças, adolescentes e às suas famílias;
  • Acessibilidade adequada a cuidados especializados, em caso de problemas nos olhos, nos rins, nos pés, nos vasos sanguíneos ou no coração;
  • Acompanhamento adequado à pessoa idosa;
  • Educação terapêutica para o doente e para a sua família
  • O porquê da necessidade de controlo dos níveis de glicemia;
  • Como controlar os níveis de glicemia através de uma alimentação adequada, atividade física adaptada e tratamento com medicação oral e/ou insulina;
  • Como avaliar o seu controlo através de testes de sangue e/ou urina (autovigilância) e atuar face aos resultados (autocontrolo);
  • Quais os sintomas de aumento dos níveis de glicose e acetona, como prevenir e tratar;
  • Quais os sintomas de descida do nível de glicose, como prevenir e tratar;
  • O que fazer quando está doente;
  • Prevenção e tratamento das possíveis complicações crónicas, incluindo lesões nos olhos, nos rins, nos pés e o endurecimento das artérias;
  • Como lidar com o exercício físico, com as viagens e com outras situações sociais ou de lazer;
  • Como atuar perante eventuais problemas de emprego, serviço militar, seguros, licença de condução automóvel, entre outros;
  • Informação sobre o suporte social e económico existente, para que o diabético tenha os direitos sociais (emprego, reforma e outros) que as suas capacidades e habilitações possibilitem, sem qualquer tipo de restrição ou discriminação.

Quais são os deveres dos diabéticos?

Para que a vida se prolongue e a diabetes não seja um impedimento ao usufruto de uma vida normal, o diabético deve:

  • Assumir comportamentos que o conduzam permanentemente à obtenção de ganhos de saúde e que contribuam para o seu autocontrolo
  • Predispor-se a aprender continuamente a controlar a sua diabetes;
  • Tentar ser autónomo, praticando o seu próprio autocontrolo;
  • Examinar regularmente os pés;
  • Avaliar/observar os olhos, de dois em dois anos;
  • Tentar seguir um estilo de vida saudável;
  • Controlar o peso;
  • Praticar atividade física regular;
  • Evitar o tabaco;
  • Esclarecer-se sobre quando e como contactar a equipa de saúde em situação de urgência ou de emergência;
  • Contactar a equipa de saúde sempre que sinta necessidade e até que fique esclarecido sobre as questões que o preocupam;
  • Entrar em contacto e conversar com outras pessoas que tenham a diabetes e com associações locais ou nacionais de doentes diabéticos;
  • Assegurar que a família, amigos e colegas de trabalho se encontram esclarecidos sobre as necessidades da diabetes;
  • Controlar diariamente a sua diabetes, desempenhando um papel ativo no seu tratamento
  • Fazer a sua autovigilância e adaptando o tratamento aos resultados – autocontrolo;
  • Tomar corretamente a medicação;
  • Examinar e cuidar dos pés;
  • Contactar a equipa de saúde se verificar que está mal controlado ou se apresentar hipoglicemias graves, ou ainda se surgirem sintomas de infeção;
  • Evitar desperdícios dos recursos comuns existentes, de forma a contribuir para a manutenção e, se possível, aumento dos seus direitos
  • Cumprir o plano de vigilância e terapêutica;
  • Usar corretamente os materiais de controlo e tratamento;
  • Usar adequadamente os serviços de saúde;
  • Utilizar corretamente o Guia do Diabético disponibilizado pelo seu médico assistente e ajudar os outros diabéticos a fazê-lo também.

Em suma, olhe por si próprio, ajude os profissionais a cuidar bem da sua saúde, seguindo conselhos tão simples e práticos como os seguintes:

  • Pratique exercício com regularidade;
  • Não fume;
  • Vigie bem a sua diabetes;
  • Não engorde;
  • Controle a tensão arterial;
  • Mantenha os níveis de colesterol e triglicéridos controlados e dentro dos parâmetros aconselhados pelos médicos.

Onde procurar ajuda?

No centro de saúde da sua área de residência, onde deverá contactar o seu médico de família.

Para saber mais, consulte:

Circular Infarmed: Inibidores SGLT2 – Recomendações para Minimizar o Risco de Cetoacidose Diabética

Circular Informativa N.º 020/CD/100.20.200. Infarmed Data: 16/02/2016

Contacto: Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde (CIMI); Tel. 21 798 7373; Fax: 21 111 7552; E-mail: cimi@infarmed.pt; Linha do Medicamento: 800 222 444

O Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu a revisão da segurança dos medicamentos antidiabéticos orais inibidores do co-transportador de sódio e glucose 2 (SGLT2) – canagliflozina, dapagliflozina e empagliflozina.

Conforme divulgado na Circular Informativa N.º 107/CD/8.1.7., de 15/06/2015, esta revisão avaliou o risco de cetoacidose diabética associado ao uso destes medicamentos.

Os inibidores SGLT2 são utilizados para o tratamento da diabetes tipo 2 por aumentarem a eliminação de glucose na urina e, consequentemente, diminuirem os níveis de glicemia. Em Portugal encontram-se comercializados os medicamentos Forxiga (dapagliflozina) e Xigduo (dapagliflozina+metformina).

A cetoacidose diabética é uma complicação grave da diabetes causada por níveis baixos de insulina., Em doentes com diabetes tipo 2 tratados com inibidores SGLT2 ocorreram raros casos de cetoacidose diabética, alguns com risco de vida. Alguns desses casos tiveram uma apresentação atípica, manifestada por níveis de glicose sanguínea abaixo do que seria de esperar.

A cetoacidose diabética atípica pode atrasar o seu diagnóstico e tratamento, pelo que os profissionais de saúde devem considerar a possibilidade de ocorrência deste efeito em doentes que tomam estes medicamentos e que apresentam sintomas compatíveis, mesmo quando os níveis de glicemia não se encontram elevados.

Assim, os doentes devem ser alertados para a necessidade de contactar o médico com urgência, caso apresentem os seguintes sintomas: rápida perda de peso, náuseas, vómitos, dor abdominal, sede excessiva, dificuldade em respirar, confusão, cansaço, sonolência invulgar, hálito doce, sabor doce ou metálico na boca, odor diferente na urina ou no suor.

Em caso de suspeita ou confirmação de cetoacidose, o tratamento deve ser imediatamente interrompido e não deve ser reiniciado, a menos que se identifique (e seja resolvida) outra causa para a sua ocorrência.

Os profissionais de saúde devem estar atentos e informar os doentes que há fatores de risco para a ocorrência de cetoacidose, os quais incluem uma baixa reserva de células secretoras de insulina, condições em que ocorra restrição de alimentos ou possa ocorrer desidratação, uma redução brusca dos níveis de insulina ou aumento das necessidade de insulina devido a doença, cirurgia ou abuso de álcool.

O PRAC concluiu que os benefícios dos inibidores SGLT2 continuam a ser superiores aos seus riscos, no entanto, recomenda que o tratamento com estes medicamentos seja temporariamente interrompido em doentes hospitalizados para efetuar grandes cirurgias ou com doenças graves.

O PRAC recorda aos profissionais de saúde que estes medicamentos não estão autorizados no tratamento da diabetes tipo 1, e faz notar que alguns casos de cetoacidose ocorreram com a utilização off-label.

As recomendações do PRAC serão remetidas ao Comité de Medicamentos de Uso Humano da EMA (CHMP) para a adoção de uma opinião.

O Conselho Diretivo
Henrique Luz Rodrigues

Gratuito: Cursos de Prevenção e Controlo da Diabetes, em Lisboa e Porto, Inscrições Abertas – APDP

Prevenção e controlo da diabetes

Vista do site da APDP
APDP promove, durante o ano de 2016, cursos de prevenção e controlo da diabetes. Inscrições a decorrer.

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), reconhecida como o primeiro Centro de Educação da Federação Internacional da Diabetes, promove, durante o ano de 2016, diversos cursos de prevenção e controlo da diabetes.

Direcionados a pessoas com diabetes, familiares, prestadores de cuidados e profissionais de saúde, os cursos vão decorrer em Lisboa e no Porto.

As inscrições estão já abertas. Para profissionais de saúde são feitas online, através dosite da APDP, e para pessoas com diabetes e familiares deverão ser efetuadas diretamente com o Departamento de Formação da APDP / Escola da Diabetes.

Para mais informações, os interessados poderão contactar a APDP, através do:

  • Telefone: 213816130 ou 213816140
  • E-mail: cursos@apdp.pt (Paula Gabriela)

A APDP procura, com a oferta formativa que disponibiliza, ser pioneira na modernização da educação terapêutica da pessoa com diabetes, tendo por isso criado a Escola da Diabetes.

A par com a vertente da formação, a ação da APDP incluio o associativismo, a Clínica de Diabetes e o centro de investigação. O  trabalho que a APDP tem vindo a realizar nesta área, valeu-lhe a atribuição do título “Parceiro 2014” pela Direção-Geral da Saúde, resultado do seu contributo para a implementação do Plano Nacional de Saúde 2012-2016.

Para saber mais, consulte:

Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal – www.apdp.pt

Informação da DGS:

Cursos de formação para pessoas com Diabetes

Cursos de formação para pessoas com Diabetes

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) desenvolve anualmente vários cursos de formação dirigidos a pessoas com diabetes, familiares e cuidadores, sobre as mais variadas temáticas relacionadas com a diabetes.

Estes cursos são realizados na Escola da APDP, na Rua do Sol ao Rato, 11, em Lisboa e são gratuitos mas a inscrição é obrigatória.

Para mais informações consulte o calendário dos cursos de formação ou contacte a APDP através do seguinte email: cursos@apdp.pt.

Veja o Documento / Cartaz

Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes – “Diabetes: Factos e Números” – 7ª Edição – DGS

Diabetes: Factos e Números 2015 – 7ª Edição

O Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes – “Diabetes: Factos e Números” -, apresenta a sua 7.ª edição, relativa à informação disponível em Portugal sobre a Diabetes no ano de 2014. O seu objetivo é constituir um repositório da informação disponível sobre a Diabetes em Portugal, produzida por diversas fontes científicas e institucionais.

Veja aqui o Relatório

Veja a edição anterior:

Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes – “Diabetes: Factos e Números” (2013)

Veja a informação do Portal da Saúde:

DGS divulga relatório do observatório nacional, alertando para o aumento da diabetes. Há cerca de 150 novos casos por dia.

O Observatório Nacional da Diabetes apresentou a sétima edição do relatório – Diabetes: Factos e Números – com a informação disponível, em Portugal, sobre a diabetes, no ano de 2014.De acordo com o documento, apresentado ontem, dia 3 de novembro, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), mais de um milhão de portugueses, no grupo etário dos 20 aos 79 anos de idade, tem diabetes, a que se juntam mais de dois milhões de pessoas com pré-diabetes.A DGS divulga, através do Programa Nacional para a Diabetes, em parceria com o Observatório da Diabetes e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia, que em 2014 foram detetados cerca de 150 novos casos de diabetes por dia e que quase metade dos doentes com diabetes (40%) não sabe que tem a doença.A prevalência estimada da doença na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,1%.Verifica-se a existência de uma diferença estatisticamente significativa na prevalência da diabetes entre os homens (15,8%) e as mulheres (10,8%).Constata-se também a existência de um forte aumento da prevalência da diabetes com a idade. Mais de um quarto das pessoas entre os 60 e os 79 anos de idade tem diabetes.O objetivo do Relatório anual do Observatório Nacional da Diabetes é constituir um repositório da informação disponível sobre a diabetes em Portugal, produzida por diversas fontes científicas e institucionais.

Fundação Gulbenkian Apresentou o Projeto “Não à Diabetes!”

A Fundação Gulbenkian lançou o projeto “Não à Diabetes!” que tem como objetivos evitar que 50 mil pré-diabéticos desenvolvam a doença nos próximos cinco anos e identificar, no mesmo período, 50 mil diabéticos que desconheçam ser portadores da doença.

Preparado para arrancar inicialmente em municípios da Grande Lisboa, Alto Trás-os-Montes, Lezíria do Tejo e Frente Atlântica, o projeto será progressivamente alargado ao resto do país. Cada município fará o rastreio de 25 por cento da sua população adulta, encaminhando os indivíduos identificados como potencialmente diabéticos ou pré-diabéticos para os Centros de Saúde, onde serão desenvolvidos programas educativos para promover a adoção de estilos de vida saudáveis.

Portugal é o país europeu com a taxa mais alta de prevalência de diabetes: 13 por cento da população com idade entre os 20 e os 79 anos, segundo o relatório de Saúde da OCDE de 2014.

Para mais informações consulte o site da Fundação Gulbenkian:

O projeto “Não à Diabetes!” tem dois objetivos: evitar que 50 mil pré-diabéticos desenvolvam a doença nos próximos cinco anos e identificar, no mesmo período, 50 mil diabéticos que desconheçam ser portadores da doença. Preparado para arrancar inicialmente em municípios da Grande Lisboa, Alto Trás-os-Montes, Lezíria do Tejo e Frente Atlântica, o projeto será progressivamente alargado ao resto do país. Cada município fará o rastreio de 25 por cento da sua população adulta, encaminhando os indivíduos identificados como potencialmente diabéticos ou pré-diabéticos para os Centros de Saúde, onde serão desenvolvidos programas educativos para promover a adoção de estilos de vida saudáveis.

Portugal é o país europeu com a taxa mais alta de prevalência de diabetes: 13 por cento da população com idade entre os 20 e os 79 anos, segundo o relatório de Saúde da OCDE de 2014. O tratamento da doença e das suas complicações representa atualmente cerca de 10 por cento da despesa de saúde no nosso país. Em 20 ou 25 anos, esta percentagem poderá chegar aos 15 por cento, com gastos diretos com a diabetes em mais de três mil milhões de euros, se não houver uma intervenção integrada dirigida à mudança dos hábitos de vida e à identificação dos indivíduos em risco.

Mais de um milhão de portugueses tem diabetes, e destes, um pouco menos de metade desconhece ter a doença que, por isso, progride silenciosamente. Por outro lado, está provado que a diabetes tipo 2, a que mais tem aumentado, pode ser prevenida ou, pelo menos, o seu aparecimento pode ser atrasado de modo significativo.

Recomendação votada por unanimidade

O projeto de âmbito nacional “Não à Diabetes!”, que decorre do estudo Um Futuro para a Saúde – Todos temos um papel a desempenhar, apresentado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2014, será coordenado pela Associação Protetora dos Diabéticos em Portugal. Entre os parceiros do projeto está o Ministério da Saúde, a Direção-Geral de Saúde, a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Associação Nacional de Farmácias, as farmacêuticas Merck Sharp & Dohme e Novartis, a Fundação AstraZeneca e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

No passado dia 19 de junho, o projeto “Não à Diabetes!” foi já destacado entre várias recomendações da Assembleia da República ao Governo, no âmbito do reforço das medidas de prevenção, controlo e tratamento da diabetes. O projeto de resolução n.º 1540, votado por unanimidade, reconhece a iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian como “fundamental para fazer desacelerar a atual progressão da diabetes no nosso país e deverá merecer todo o suporte do Governo e das diversas administrações, principalmente nas áreas da Saúde, da Educação, da Administração Interna e do Desenvolvimento Regional.” O mesmo documento recomenda, entre outras medidas, a aprovação de legislação que desincentive o consumo de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com elevado teor de açúcar.

Mais sobre a apresentação do projeto aqui