Artigo: Programa Nacional de Diagnóstico Precoce: 35 Anos de Atividade (1979-2014) – INSA

Os programas de rastreio neonatal são programas de saúde pública, com o objetivo de uma deteção precoce de recém-nascidos afetados por determinada patologia, com vista a um início atempado do tratamento, com vista a uma diminuição da morbilidade e mortalidade. Em 2014, comemoraram-se os 35 anos de existência do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), também conhecido como “teste do pezinho”.

Durante este período, foram rastreados para a fenilcetonúria e hipotiroidismo congénito cerca de 3.500.000 recémnascidos (mais de 30% da população atual), aproximadamente 900.000 dos quais foram também rastreados para as restantes doenças hereditárias do metabolismo, e ainda 80.000 para a Fibrose Quística. Desde o início do Programa, houve uma evolução da taxa de cobertura do mesmo sendo que nas últimas décadas foi aproximadamente 100% dos recém-nascidos.

Outro indicador importante do PNDP é a média da idade do recém-nascido na altura da comunicação de resultados positivos. O valor encontra-se atualmente nos 9,9 dias o que é um bom resultado, considerando que a colheita é realizada entre o 3º e o 6º dia de vida. Este indicador já se encontra estável nos últimos 10 anos.

Para conhecer melhor estes e outros indicadores relacionados com os 35 anos de atividade do PNDP, consulte aqui o artigo de Laura Vilarinho, Hugo Rocha, Carmen Sousa, Helena Fonseca, Lurdes Lopes, Ivone Carvalho, Ana Marcão e Paulo Pinho e Costa, publicado no último Boletim “Observações”.

Doenças de Declaração Obrigatória 2011-2014 – Volumes I e II – DGS

Doenças de Declaração Obrigatória, 2011-2014 – Volume I
Os dados apresentados para o ano de 2014, têm por base as notificações efetuadas em suporte de papel (até 31 de maio de 2014) e as efetuadas por via eletrónica, através da plataforma Sistema de Informação Nacional de Vigilância Epidemiológica, denominado SINAVE (de 1 junho a 31 dezembro 2014).

Doenças de Declaração Obrigatória, 2011-2014 – Volume II
Os dados apresentados para o ano de 2014, têm por base as notificações efetuadas em suporte de papel (até 31 de maio de 2014) e as efetuadas por via eletrónica, através da plataforma Sistema de Informação Nacional de Vigilância Epidemiológica, denominado SINAVE (de 1 junho a 31 dezembro 2014).

Veja também:

DGS: Doenças de Declaração Obrigatória 2010-2013 – Volumes I e II

Doenças de Declaração Obrigatória, 2009-2012 – Volume II – DGS

Notificação eletrónica de Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória (SINAVE)

Doenças Transmissíveis de Notificação Obrigatória – SINAVE

Relatório do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce de 2014 – INSA

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge divulga o relatório do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce referente ao ano de 2014, elaborado pela sua Comissão Executiva.

Consulte o Relatório PNDP 2014

O Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), conhecido também por “teste do pezinho”, tem como objetivo primário o rastreio neonatal de doenças cujo tratamento precoce permita evitar, nas crianças rastreadas, atraso mental, situações de coma e alterações neurológicas ou metabólicas graves e definitivas.

A Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do Departamento de Genética Humana do Instituto Ricardo Jorge é o braço laboratorial do Programa. A Unidade funciona no seu Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira no Porto e é composta pelos seguintes laboratórios: Laboratório Nacional de Rastreios, Laboratório de Metabolismo e Laboratório de Genética Molecular. Para além do rastreio, efetua-se aqui a confirmação bioquímica/enzimática e molecular das respetivas patologias.

Das principais atividades relacionadas com o desenvolvimento do Programa em 2014, destaca-se o seguinte:

  • São atualmente rastreados em Portugal o Hipotiroidismo Congénito e 24 Doenças Hereditárias do Metabolismo, com uma taxa de cobertura próxima dos 100%;
  • Foram detetados 83 casos de doença, mantendo-se a média da idade de início de tratamento nos 10 dias de vida;
  • Foi concluído o Estudo Piloto para o Rastreio Neonatal da Fibrose Quística em 80.000 recém-nascidos.

No relatório encontram-se detalhados todos os casos detetados, bem como os Centros de Tratamento em que estão a ser seguidos, sendo que pelo número de patologias rastreadas, tempo médio de início de tratamento e taxa de cobertura a nível nacional, o PNDP, existente desde 1979, pode ser considerado um dos melhores programas de rastreio neonatal da Europa, de eficácia comprovada.

Consulte o Relatório PNDP 2014

Consulte o Repositório Científico aqui.

Veja também:

Tag Diagnóstico Precoce

Alteração dos Elementos que Integram os Órgãos de Coordenação do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce – INSA

Programa Nacional de Diagnóstico Precoce – Relatório 2013 – INSA

Relatório: Infeção VIH / SIDA – A Situação em Portugal a 31 de Dezembro de 2014 – INSA

Pelo trigésimo ano consecutivo, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge divulga o relatório anual referente à Infeção VIH/SIDA, elaborado pela Unidade de Referência e Vigilância Epidemiológica do Departamento de Doenças Infeciosas deste Instituto, em colaboração com o Programa Nacional da Infeção VIH/SIDA da Direção-Geral da Saúde.

Este relatório reúne informação epidemiológica relativa à caracterização da situação em Portugal em 2014, tendo por base o sistema de notificação de casos de infeção VIH/SIDA, que é obrigatória em Portugal desde 2005.

Das conclusões do documento, destaca-se o seguinte:

  • Em 2014 foram diagnosticados 920 novos casos de infeção por VIH em Portugal e, no final do ano, encontravam-se diagnosticados, cumulativamente, 52.694 casos de infeção por VIH, dos quais 20.856 em estadio de SIDA;
  • Os novos casos diagnosticados correspondiam maioritariamente (99,3%) a indivíduos com idade ≥15 anos, 48,1% residiam na região da Grande Lisboa, 72,5% registou-se em homens, a idade mediana ao diagnóstico foi de 38,0 anos, 71,1% referiam ter nascido em Portugal e 18,3% apresentavam uma patologia indicadora de SIDA à data do diagnóstico da infeção. A via sexual foi o modo de infeção indicado em 92,2% dos casos, com 61,3% a referirem transmissão heterossexual. Os casos que referiam transmissão decorrente de relações sexuais entre homens correspondem a 42,7% dos casos do sexo masculino e apresentaram uma mediana de idades de 31,0 anos. As infeções associadas ao consumo de drogas equivalem a 4,3% dos novos diagnósticos. De acordo com os valores das contagens iniciais de CD4, 51,2% dos novos casos corresponderam a diagnósticos tardios;
  • A análise das tendências temporais da epidemia revela, desde 2008, uma descida consistente da taxa de novos diagnósticos, contudo, Portugal continua a ter uma das mais elevadas taxas da União Europeia. As tendências recentes revelam um decréscimo acentuado dos casos de infeção associados a consumo de drogas, aumento dos diagnósticos em jovens do sexo masculino que têm sexo com homens e uma elevada percentagem de diagnósticos tardios, particularmente em heterossexuais de meia-idade. O esforço recente para a melhoria da qualidade da informação epidemiológica nacional, mostra-se essencial para a compreensão e intervenção adequada no sentido de reverter esta realidade.

Veja aqui o Relatório VIH / SIDA 2014 – Situação em Portugal 2014

Veja a informação do Repositório Científico do INSA

Veja as publicações relacionadas em:

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Inquérito Nacional de Saúde 2014: Mais de Metade da População com 18 ou Mais Anos Tinha Excesso de Peso – 2014 – INE / INSA

Em 2014, mais de metade (52,8%) da população com 18 ou mais anos, tinha excesso de peso (50,9% há uma década). O aumento da obesidade foi o mais expressivo, tendo afetado principalmente as mulheres e a população com idades entre 45 e 74 anos.

Aumentou o número de pessoas com doenças crónicas. 1/3 da população com 15 ou mais anos referiu ter dores lombares crónicas. Os sintomas de depressão afetam mais as mulheres e a população reformada.

Cerca de 75% da população com 15 ou mais anos consultou um médico de medicina geral e familiar. Na última década, aumentaram significativamente as visitas anuais ao dentista (de 7,2% para 13,3%).

A percentagem de pessoas que referiram consumir medicamentos prescritos por um médico aumentava acentuadamente com a idade, sendo mencionado por mais de 90% da população acima de 65 anos.

A proporção da população fumadora (20,0%) manteve-se estável face a 2005/2006 (20,9%), observando-se todavia uma diminuição de quase 2 p.p. no número de pessoas que fumam diariamente.

Quase 35% da população com 15 ou mais anos consumia bebidas alcoólicas diariamente.

O Instituto Nacional de Estatística, em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, efetuou, em 2014, o Inquérito Nacional de Saúde (INS 2014) em todo o território nacional.

O objetivo principal é caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida. O INS 2014 é harmonizado e regulamentado a nível europeu (Regulamento UE n.º 141/2013), permitindo a comparação internacional dos resultados.

Foram, ainda, incluídas questões de cariz nacional com vista a obter dados sobre temáticas relevantes para a caracterização do estado de saúde da população (nomeadamente a saúde reprodutiva, o consumo de alimentos, a satisfação com a vida e a incapacidade de longa duração) e a comparabilidade com os dados do 4.º INS de 2005/2006.

Assim, neste destaque, os dados de 2014 são, sempre que possível, comparados com os do 4.º INS, então realizado por iniciativa nacional, com questões comuns ao inquérito atual.

Consultar texto integral do Destaque
Quadros do Destaque e Anexos

Informação do INSA:

Diabetes autorreferida aumentou em Portugal

Em 2005, data de realização do 4º Inquérito Nacional de Saúde (INS), a proporção da população com 15 e mais anos que referiu sofrer de diabetes situava-se em 7,7%, sendo a proporção de mulheres (8,3%) superior aos homens (7%). No INS de 2014, a proporção desta mesma população com diabetes autorreferida subiu para 9,3%, não se registando grande diferença entre homens e mulheres (9,4 e 9,3, respetivamente).

Verifica-se assim que, entre 2005 e 2014, ocorreu um aumento da proporção da população que refere sofrer de diabetes e que esse aumento aconteceu sobretudo no sexo masculino. Segundo a coordenadora do INS, Mariana Neto, esta subida da prevalência deve, no entanto, ser analisada com alguma ponderação.

“Mais do que refletir o aumento conhecido dos novos casos de diabetes, estes valores da prevalência traduzem essencialmente uma melhoria no diagnóstico desta doença, em resultado das medidas implementadas através do Programa Nacional para a Diabetes e do acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente aos cuidados de saúde primários”, refere a especialista do Instituto Ricardo Jorge.

A diabetes mellitus é uma doença metabólica em que o organismo não produz insulina suficiente e/ou é resistente à sua ação, caracterizando-se por um aumento anormal do açúcar ou glicose no sangue. Quando não diagnosticada e convenientemente tratada, a doença pode causar complicações muito graves, tais como problemas do funcionamento dos rins, com insuficiência renal, e problemas de visão, com cegueira. As alterações que provoca nos sistemas circulatório e nervoso podem provocar também lesões muito graves dos pés que podem levar a amputações.

O INS 2014 foi realizado em conjunto pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em todo o território nacional. O principal objetivo deste Inquérito é caracterizar a população em três grandes domínios: estado de saúde, cuidados de saúde, incluindo os cuidados preventivos, e os determinantes de saúde, em especial os que estão relacionados com estilos de vida.